domingo, 29 de dezembro de 2019

NÃO ENCONTREI VOCÊ


Hoje, meu olhar procurou
O seu e não o encontrou
Abri a janela do meu quarto
E, vi ao longe a cidade despertando.

O boêmio de andar trôpego
Sentia à ausência da dama da noite
Companheira anônima que se foi.
E, eu ali em meio aos meus
Pensamentos, procurando você,

Onde estarias neste momento?
Quem sabe dormindo sonhando
Com os anjos,
Ou talvez, em algum lugar

Onde a minha imaginação
Não podia alcançar.
Os primeiros transeuntes da manhã
Começavam o seu desfile matinal,

Nada de novo, a não ser a beleza
Deslumbrante de mais um dia
Que nascia.

Voltei para a cama e enrosquei-me
Debaixo dos lençóis e adormeci;
E, em meio aos meus sonhos.

Encontrei-me caminhando
Tendo como como companhia
O vento frio da madrugada.
No olhar, a tristeza por não ter
Encontrado você.






quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

CAMARIM DAS LEMBRANÇAS


Eu queria tanto começar
Tudo outra vez!
Poder seguir as marcas
Que deixei esculpidas

Em algum lugar,
Por onde eu passei.
Sentir o fulgor das manhãs nascendo
Iluminando meu ávido rosto
Aquecendo o meu corpo.

Viver a ilusão de que o tempo
Não passou para mim;
Que o rio da minha vida
Não desviou o seu curso.

Que a plateia do teatro
Da minha existência
Que um dia me aplaudiu,

Na última cena que interpretei,
Ainda está lá esperando
O meu retorno.

Que o camarim das lembranças
Ainda guarda os disfarces;
Que caracterizaram os diversos
Personagens que vivi.

Mas, o que fazer se tudo passa!
Se todo começo tem um fim
Que em dado momento

Nossos caminhos se entrelaçam;
E, depois tomam direções
Opostas aos nossos anseios.













domingo, 15 de dezembro de 2019

QUERER


Eu quero construir
Um lindo jardim,
E, nele semear a essência
Do nosso amor.

Eu quero edificar um canteiro
E todas às flores nele cultivar
Para quando à tristeza

Tomar conta do meu coração;
Enxugar às minhas lágrimas
Com suas pétalas perfumadas.

Eu quero ser à água mansa
Que escorre por entre às árvores
Dos bosques das recordações,
Pois, somente assim poderei
Banhar seu corpo sem censura.

Eu quero ser o canto suave
De um pássaro que voa livre
Pelas matas para lhe despertar
Nas ensolaradas manhãs.

Eu quero ser o orvalho da noite
Que levado pelo vento
Descansa no seu travesseiro
Pois, somente assim dormirei contigo.

Eu quero penetrar no seu inconsciente
E, fazer parte dos seus sonhos
Para dizer-lhes que a amo.