sábado, 27 de outubro de 2018

REFLEXOS DO TEMPO


Fecho os olhos e imagino,
Como síria o meu reencontro
Com os fatos de antigamente,
Tantos sonhos esquecidos
Pelos caminhos que percorri.

Trilho as estradas secundárias
Da minha memória,
Arquivos secretos,
Que eu não explorei.

Segredos que ainda permanecem
Virgem na minha mente
Que talvez, por medo,
Eu nunca quis conhecê-los.

E no intrínseco do meu ser
As flores do passado
Começam a reflorescer;

E, então eu me vejo
Na tosca imagem
Refletida no espelho do tempo.
Navego no oceano das recordações
De águas turvas e cristalinas,

E aos poucos eu percebo
Que tudo foi apenas uma miragem
O que passou, se foi,
Não volta mais.

Sozinho aqui estou,
Na passarela deserta do ontem,
Sem saber se o amanhã virá.