CAMINHOS OPOSTOS

 

Um dia nós nos encontraremos!

Quem sabe, quando o sol se pôr

Além do horizonte.

 

E, as cortinas do palco da vida

 Fecharem-se para sempre

Para nós dois, nós nos encontraremos.

 

Talvez! Na melancolia

De uma lágrima incontida,

Ou, quem sabe no encanto

 De um lindo sorriso que acena

Com o lenço branco do recomeço.

 

Então estaremos juntos novamente!

Seremos como um pássaro que voa a procura

Do seu ninho perdido num tempo

Que não chegamos a viver.

 

Que nos levou por caminhos opostos

As nossas vontades

E tornou nosso amor proibido.

 

Não sei se será tarde nem tão pouco

Se valerá a pena trilhar

 As mesmas estradas de antigamente.

 

Sentir outra vez o cheiro das flores

Que perfumaram nossos corpos

E fizeram florescer nossos desejos profanos.

 

Só sei que no mundo das recordações

Estaremos juntos outra vez

O que passou não volta mais

 

 

 

 

 

 

 

A TERRA CHORA

 

A TERRA CHORA

 A terra chora pedindo socorro

Ao longe uma fumaça branca cobre o morro

A sinfonia dos pássaros cessa seu canto

E o silêncio das matas se transforma em pranto.

 

A natureza clama e agoniza

E as chamas eclodem em cinza,

Fagulhas de dor que se espalham pelo ar

E o vale inerme começa à queimar.

 

A  chuva cai e derrama

As suas lágrimas sobre a verde rama,

E a vida vai sendo destruída;

A esperança antecipa à sua saída.

 

Os rios já não têm as mesmas águas cristalinas

Suas correntezas perderam o azul das turmalinas,

E as suas margens não têm mais o mesmo encanto

Suas nascentes se tornaram desencanto.

 

A floresta se agita na precoce partida

As folhas mortas acenam na despedida;

A beleza dos campos ficou sombria

Já não tem mais a mesma alegria.

 

Desaparece o colorido das paisagens

E o brilho das novas roupagens

Que um dia foi lindo,

 Aos poucos, é uma sombras, que vai sumindo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOMENTE UMA SAUDADE

 

Ontem você foi paixão;

Foi flor desabrochando ao amanhecer

E cintilou num belo firmamento.

 

Foi versos e rimas de uma canção

Que alegrou o anoitecer

E fez nascer um lindo sentimento.

 

Ontem você foi um amor

Puro como a neblina do inverno

Suave como a pureza das rosas

 

Que um coração forasteiro encantou,

Com brilho de um olhar terno

Como às suas pétalas sedosas.

 

Hoje você é uma brisa fagueira

Que deixou o seu perfume

Na essência de uma vida

 

Como uma pluma que flutua aventureira,

A procura do seu lume

Que norteou à sua partida.

 

Amanhã você será a felicidade

De alguém que demais a amou

E que nunca lhe esquecerá.

 

Amanhã você será somente uma saudade

De um momento lindo que ficou

E que o tempo jamais apagará.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PAIXÕES AVENTUREIRAS

 

O tempo passa, mas deixa na lembrança

Fragmentos do amor que passou;

São pedaços de esperança

Que ficaram pelos caminhos de quem amou.

 

Sentimentos que nasceram do brilho de um olhar

Que surgiu do seio da multidão

Iluminado pelos raios do luar

Que fez morada num amargurado coração.

 

Nada preenche o amargo da despedida;

A beleza dos sorrisos que ficaram ausentes

No emoldurado quadro da vida;

Das palavra que se tornaram reticentes.

 

O tempo passa mas deixa suas marcas

Num lindo rosto sem maquiagem,

Que jamais poderão ser apagadas

Pois são reflexo de uma imagem;

 

Que outrora foi fonte inspiradora

Das paixões aventureiras,

Que nasciam nas noites encantadoras

Perfumadas pelas roseiras

 

Dos canteiros de uma passarela vazia,

Alumiada pela tênue luz dos lampiões,

Que se transformou num palco de melancolia;

Que já foi berço de eternas ilusões.