Às
vezes penso que estou sonhando,
Que a
vida não tem fim;
Que
sempre serei
Aquele
inocente menino,
Correndo
livre atrás das borboletas,
Que
roubavam às pétalas
Das
flores do seu jardim.
Que
meditava nos bancos das praças
Apreciando
a coreografia dos pássaros
No
crepúsculo do entardecer.
Às
vezes não quero acreditar
Na
realidade que me rodeia;
Quando
me deparo com a imagem
Refletida
no espelho do presente.
Tudo
mudou diante o meu frágil olhar;
O
figurino já não é o mesmo
A
metamorfose das épocas
Tudo
transformou.
A
moldura do quadro que outrora
Era colorida
assumiu
Seu
disfarce em preto e branco.
E na quietude do meu semblante
Vislumbro
uma outra paisagem
Diante
de mim.
No grisalho
dos meus cabelos
A soma
de tantas experiências,
Que o tempo
pintou nas telas.
Da saudade.
Da saudade.
Matizes
de diferentes cores;
Disfarce
que de nada adiantou
Pois,
só agora percebo
Que a
vida tem fim.