domingo, 28 de maio de 2017

MEU CADERNO


E, o vento o levou para longe

Dos meus olhos;

Com você se foi parte

Da minha história.



Tantas noites adormeci

Abraçado a você,

Parágrafos que se sucederam

Nos incógnitos relatos;



Dos momentos e passagens

Da vida, que somente,

Eu e você sabíamos.

Das verdade e mentiras



Que juntos editámos

Na pauta de cada dia;

Das belas manhãs

Que juntos vivemos.



Na ilusão de uma poesia,

Que escrevíamos nos bares

Aconchegantes, que nos acolheram,

Quando à tarde partia.



Registrei em suas páginas

Minhas incoercíveis emoções.

Berço das minhas incontidas

Lágrimas , que teimosamente,

Passeavam pelo meu rosto.



Mas, você se foi,

Já não tenho mais o companheiro

Ouvinte dos meus queixumes.

O acervo dos meus pensamentos

Ficou mais pobre Sem você.
































sábado, 27 de maio de 2017

SEM MARCAS


Tô me vendo no espelho

Do tempo que transformou

O brilho do meu olhar,

E redesenhou o meu sorriso.



Tô passando, tô indo,

Tô fugindo, de que; não sei!

Quem sabe! Fujo de mim;

Da minha sombra.



Tô vivendo numa época

Que não é mais a minha,

Passou enquanto eu tentava

Encontrar um novo rumo.



Tô tentando me reencontrar

Com o meu eu de antigamente;

Adormecer nos campos

Verdes da infância,



E no ávido encontro

Comtemplar a imagem

Daquele menino,

Que jamais deveria ter crescido.



Tô buscando me descobrir

Em meio a tantos disfarces,

Meus caminhos perdidos

Foram traçados

Com o giz da juventude.



Já é tarde! Preciso ir,

Talvez, eu nunca

Consiga me encontrar;

Pois, por aqui passei

E, não deixei marcas.








































sábado, 6 de maio de 2017

EU NÃO NASCI PARA VOCÊ



Nós jamais seremos os mesmos
De antigamente,
Pois seguimos direções
Opostas aos nossos sentimentos;
Você é dia e eu sou noite.

E  quando nossos olhares
Se encontram  já não refletem
Mais o mesmo brilho
Dos nossos olhos.

E, assim caminhamos
Pelo avesso das nossas vidas;
Na contramão da nossa ventura.
Dos nossos desejos,

Que já não tem mais onde aportar,
Pois o único porto seguro
Que existia em nosso mundo;
Nós o destruímos;

Soltamos às amarras
Do barco da felicidade,
Que se encontrava ancorado
No cais do nosso coração.

E, ele se foi mar afora,
Levado pelo vento frio do adeus;
Navegando pelas correntezas
Turvas que outrora foram cristalinas.

Aos poucos ele vai sumindo,
Suas velas brancas se abrem
No aceno derradeiro,
De um amor que vivemos
Em toda à sua plenitude.

Talvez tenha sido melhor assim;
Nossos caminhos
Não poderiam se cruzarem;
Você jamais seria minha,
E, eu não nasci para você.