segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ABRAÇA-ME


Abraça-me como a primeira vez
Que nos conhecemos;
Apenas nos contemplamos
Sem palavras.

E a paixão sorriu pra nós
E nos abraçou,
Com as suas perfumadas pétalas,
E em seus braços adormecemos.

Acordamos no florir
Dos nossos sonhos,
Quando o prazer de lhe conhecer
Já havia partido,

Ficando em seu lugar
O desejo de um novo encontro.
Retrato marcado
No sorriso dos nossos lábios.

Abraça-me só mais uma vez
Pois, sei que vais partir,
Nosso tempo já acabou.


Deixamos que os nossos
Olhares falem por nós,
Não digas nada;

Permita que o silêncio
Das nossas almas,
Seja o nosso
Eterno companheiro.

E, lá se vai nosso amor,
Andarilho das veredas
Da vida;

Mensageiro dos sentimentos
Que um dia
Nos conquistou.













quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SUBLIME SENSAÇÃO



Contemplei a sua silhueta
Por trás da cortina
Das minhas lembranças.
Você surgiu na miragem

Dos meus pensamentos.
E o encanto do seu olhar
Outra vez me conquistou
Com o seu brilho,

E, no roteiro das nossas vidas,
As mesmas cenas
De antigamente,
Seu meigo sorriso;

A evolução do seu corpo
Diante do meu
Irradiando toda
A sua sensualidade.

Você me fez sonhar
E, eu fui seduzido,
Pelo inocente
Desejo de lhe amar.

E, em meio à neblina,
Que encobre o seu rosto
Eu me encontro
Com as minhas alucinações;


Com a sublime sensação
Do reencontro,
Que me faz acreditar
Na realidade da tua escultura.

E me deixo ser levado
Pela ficção do momento,
De uma encenação
Coreografada pela saudade.


















domingo, 22 de novembro de 2015

SONHOS (CRÔNICA)

        Sonhos! Meus sonhos, seus sonhos; nossos sonhos! Os sonhos não acontecem por acaso, são convites que recebemos anonimamente para buscarmos novos horizontes, estabelecermos novas metas. São territórios não demarcados que percorremos com um objetivo definido a ser alcançado. São tão potentes e misteriosos que algumas vezes nos sentimos em contato com um outro nível qualquer de realidade.
            É normal e completamente humano estarmos conscientes de nossas incompetências e não termos percepção de nossas capacidades. Na maioria das vezes voltamos à mente, de maneira quase compulsiva, apenas para nossos defeitos, por menores que sejam esquecendo-nos que as capacidades de hoje foram às incompetências de ontem.
          Certos sonhos nos mostram o que desejamos ou tememos. Eles são como mensagens enviadas por uma parte oculta de nós. É preciso que saibamos interpretá-los dentro do contexto que estamos vivendo. O propósito de nossos sonhos é nos inspirar, agindo como marcos ao longo dos caminhos para nosso destino.
          No entanto, é necessário alimenta-los com perseverança e acreditar sempre que nada é impossível para aqueles que buscam alcançar a maestria que todos nós possuímos, mas que nem sempre procuramos despertá-la para o nosso mundo exterior. O nosso comportamento quase sempre está moldado no estereótipo das nossas atitudes que nos impede de prosseguir no desbravamento do desconhecido. É através dos nossos sonhos que sentimos o impulso do eu interior, aquele centro que todos possuímos que conhece perfeitamente nossas necessidades e talentos e que norteiam o nosso rumo.
     Jamais deveremos ignorar nossos sonhos eles serão sempre a referência dos atos e ações que idealizamos a branca luz da consciência racional que torna o processo da nossa existência mais reflexivo e nos conduz pelas trilhas dos desafios impostos pela missão que nos foi confiada. Os sonhos nos ajudam a visualizar o que a nossa alma deseja que façamos. O amanhã estará sempre nos aguardando e não podemos prever o que iremos encontrar quando lá chegarmos. No entanto levaremos conosco nossos projetos e anseios e, somente nós poderemos realizá-los.
      Se não tivéssemos sonhos perderíamos a vontade de viver. Portanto, agarre-se aos seus sonhos, pois, se eles morrerem, a vida será uma fonte que perdeu o seu olheiro e nunca mais voltará a jorrar.


sábado, 14 de novembro de 2015

CURSO DO TEMPO



Os caminhos da vida
São longos e curtos;
Largos e estreitos;
Tão imprevisíveis!

Trilhá-los em toda
A sua plenitude
É um desafio constante.
Em cada curva

Uma surpresa,
E às vezes não podemos
Contorná-las.
É aí, que o início,

Confunde-se com o fim.
Luzes que piscam
No final do túnel.
Trevas que se aproximam.

E o consciente
Perde à sua razão,
Seu sentido
Torna-se o inverso

Da trajetória original
Da nossa existência.
E então o espírito
Flutua no oceano

Do subconsciente,
Onde o avesso
Parece ser o certo,
E a fantasia se torna real.

É preciso saber viver
Cada momento;
Cada encontro;
Com a felicidade,

Pois, o tempo passa,
E, no seu desconhecido curso,
Não está previsto o reencontro
Com o amanhã.
 




 





sexta-feira, 13 de novembro de 2015

MINHAS LUAS


Vivi tantas luas!
Brancas e morenas,
Cada uma me seduziu
Com a sua magia.

Perdi-me nas noites nuas
Líricas e serenas.
Beleza mística que me atraiu
Quando a madrugada florescia.

Luas das paixões ardentes!
Que ficou no olhar
Que cruzou com o meu
Em meio à multidão.

Amantes calientes,
Que me ensinaram a amar,
Que meu ser aqueceu
Como a lava de um vulcão.

Luas dos amores passageiros!
Que marcaram minha vida
Com a chama da desilusão,
E se foram sem dizer adeus.

Corações aventureiros,
Nômades como a despedida
De um final de tarde de verão,
Que levou os sentimentos meus.

Luas das minhas canções!
Das ébrias boêmias,
Que me faziam sonhar
Com a harmonia do momento.

Dos plangentes violões,
Que davam vida as minhas poesias,
Inspirado na beleza do seu luar
Das palavras levadas pelo vento.

Luas, minhas lindas luas!
Que iluminaram
Meus caminhos,
Que amaram junto comigo.

Que me guiaram pelas ruas
Que me acolheram,
Quando eu me senti sozinho
Fugindo da solidão.





segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A VOCÊ PAI (CRÔNICA)

        Em meio ao silêncio da madrugada ouço o sopro brando da brisa fria de agosto invadindo o meu quarto, procuro o sono e não sei onde ele se escondeu, talvez esteja por aí vagando, recluso no ano de 1960, no crepúsculo de uma tarde que para sempre ficou na minha memória.
       É pra você pai que eu escrevo, pois sei que onde você esteja receberá esta mensagem.   
         Separamo-nos muito cedo, você se foi quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Na minha inocência eu não entendi que era um adeus pensei que era apenas uma saída rotineira, e que logo mais à noite você estaria de volta.
      Esperei em vão, foi então que percebi que era o fim de um sonho, que os nossos passos a partir daquele dia seguiriam caminhos e direções opostas.
       Distanciamo-nos um do outro, esporadicamente nos víamos, quando adormecia você surgia em meio às minhas quimeras noturnas e desaparecia ao amanhecer.
      O tempo passou, cresci me perdi e me encontrei pelas veredas da vida e em uma linda noite do dia 24 dezembro do ano de 1999 nos encontramos, jamais poderia imaginar que seria o nosso último Natal. Desta vez o destino nos separou para sempre. Você se foi, partiu em uma tarde de primavera, de um céu azul, coreografado pelo bailado das gaivotas daquele 17 de dezembro de 2000.
     Na minha mente ficou gravado o brilho dos seus olhos verdes como esperança que você nutria de vencer a batalha contra o câncer que gradativamente lhe consumia. Com certeza Deus lhe requisitou para uma obra especial no paraíso.
    Eu queria tanto sentir o calou do seu abraço; compartilhar meus segredos, minhas alegrias, seguir os seus conselhos para enfrentar os desafios que surgem na íngreme estrada do viver.
     Hoje estamos em mundos diferentes já não consigo mais lhe escutar, Você será aquela estrela mais brilhante que o meu olhar contempla no firmamento, a imagem que transcende o meu campo visual e penetra no âmago do meu ser.
        Sou grato a você pela minha existência, dentro de mim viverá eternamente; a lembrança, um incontido desejo que não se realizou, uma infinita saudade.
       Que a sua luz espiritual continue reluzindo no plano em que você se encontra. Que o Senhor o tenha na sua majestosa glória.