Meus pensamentos voam
pelos atalhos
Que percorri num
tempo
Que se perdeu nas
lembranças;
Que ficaram
adormecidas
Pelas estradas que
trilhei.
Dos primeiros e inseguros
passos;
Da infância já
distante
Ao trôpego caminhar
de hoje
Pelos campos da maturidade.
Das belas paisagens
dos vales verdes
Que se
transformaram na selva
De pedras das
cidades que me rodeiam.
A sinfonia das
matas perdeu à sua harmonia,
O mavioso canto dos pássaros emudeceu;
Meu olhar não mais vislumbra
A magia da natureza
renovando a vida.
O esfuziante fluxo
das ruas me assusta;
Seus inertes personagens
nas vitrines
São figurantes de
um espetáculo
De disfarces que se
escondem
Atrás das mascaras.
Sou um mero
espectador em um teatro
De cenário
invisível e indefinido;
Esperando o próximo
ato de uma peça
Sem saber se serei
protagonista
De uma das suas
cenas.