Os caminhos da vida apresentam surpresas
que não sabemos o porquê ou para que nos desviamos dos seus trajetos retilíneos
e passamos a percorrer os seus atalhos. Assumimos posturas que são um
verdadeiro paradoxo com os padrões comportamentais que norteia a nossa conduta.
O poder da mente humana está diretamente relacionado com os pensamentos,
sentimentos e as emoções que atuam em nossos consciente e subconsciente.
Paris além de ser a capital dos franceses é conhecida
como a cidade das luzes, e a mais romântica do mundo, pois foi uma das
primeiras metrópoles europeias a usar a iluminação pública a gás em seus
bulevares e monumentos, é mais populosa da França com população estimada no ano de 2020, em 2 148 271 habitantes, é uma das cidades históricas mais importante do
mundo. Paris dos seus belos parques e jardins; da magia do Rio Sena; dos seus
tradicionais cafés.
É nesse cenário histórico que a nossa narrativa
acontece, impactante cheia de mistérios e aventuras que se desenrolam no mundo
ficcional, mas assemelhada a realidade de uma região cheia de conflitos ideológico
e fundamentalista.
O acordo de paz de Paris de 27 de janeiro
de 1973, tinha como pretensão acabar com a longa guerra do Vietnã. Vários países
participavam da conferência, no entanto, um requeria maior atenção e
preocupação, a delegação dos Emirados Árabes Unidos, fato este justificado pela
constante tenção no Oriente Médio. Mas, mesmo com toda a segurança adotada pelos
franceses e seguranças particulares das nações participantes, evitou que os
atos terroristas fossem deflagrados. Como já se temia um grupo de extremistas,
provavelmente israelenses, atentou contra a delegação Árabe, sequestrando
alguns dos seus membros, dentre os quais estava o Sheik, Zayn Abdallah, o
principal líder muçulmano a sucessão do trono saudita.
Imediatamente todas às saídas foram
fechadas e uma verdadeira operação de guerra foi colocada em prática, contando
com as participações da Police Nationale, que é a polícia civil francesa;
Gendarmaria Nacionale, e a tropa de elite, RAID, unidade que opera contra os
atos terroristas e o crime organizado no estado francês. Todo perímetro urbano
foi vistoriado, mas nada foi encontrado tudo aponta para um atentado
minuciosamente planejado pelo grupo criminoso, pois foi uma ação rápida e
eficaz que conseguiu surpreender o forte esquema que foi armado para garantir a
integridade física dos líderes mundiais que ali estavam reunidos.
O tempo passava rápido, mesmo com todo
aparato policial para localizar a facção criminosa, os resultados eram frustrados,
apesar do monitoramento através câmeras, o espaço aéreo foi fechado para evitar
uma possível fuga dos sequestradores. O primeiro-ministro francês através dos
canais de televisões, fez um apelo para que à população colaborasse fornecendo
informações que levassem a captura dos guerrilheiros autores do atentado, tudo foi
em vão, pois não obstante todos os esforços envidados pelo governo francês,
jamais os terroristas foram capturados e nem tão pouco localizados.
Já se haviam transcorridos três
longos anos do atentado aos membros do acordo de paz de Paris, e as
investigações não tinham avançado muito, o que se sabia era que foram
sequestrados três membros da delegação árabe, Ahmad Al – Sabbah, chefe da
delegação e Ali Al – Makkim assessor de imprensa e o Sheik, Zayn, herdeiro do
trono saudita. Apesar de todos os esforços das forças de segurança nacional e
internacional, nenhuma pista foi encontrada que conduzisse aos autores do
sequestro, e nem tão pouco nenhum contato deles quanto ao pedido de resgate ou
assumindo à autoria do atentado. Tudo parecia muito estranho, pois normalmente
esse não era o modus operandi utilizado pelos revolucionários rebeldes.
A imprensa atribuía o ato
terrorista a militantes israelenses, já que na época a guerra fria entre os
dois países estava no auge de um conflito sangrento que já havia ceifado várias
vidas. A comunidade islâmica era radicalmente contra a ocupação das suas terras
pelos israelenses.
No campo diplomático era cada vez
mais contundente a cobrança feita a França para que desse uma resposta a
comunidade internacional acerca do fato ocorrido e quais as providências
adotadas pelas autoridades francesas para elucidação do ato terrorista.
Cassis é uma cidade belíssima localizada
no extremo sul da França, repletas de formações naturais, que se formaram de um
acidente geográfico que ocorreu a beira mar do mediterrâneo que deu origem aos
famosos calanques, que se apresentam na forma de angras, enseadas e baías com
lados escarpados, composto por várias falésias, que podem ser conhecidos
através de trilhas ou pode também apreciá-los de barco ao mar.
Há tempos que ele era visto pelos
pontos turísticos de Cassis, era jovem e aparentava ter uns 45 anos, tinha aproximadamente,
1,80 m de altura, de olhos e cabelos negros carinhosamente era chamado de Mon lapin,
que em franceses significa coelho, animal bastante dócil e carinhoso. Contasse que
ele foi salvo por um morador da região próximo a um dos calanques, bastante
ferido e quase sem vida, que lhe prestou os primeiros socorros levando-o uma
unidade de saúde e que depôs ao procurá-lo, ele já havia sido liberado e nunca
mais foi visto pelas redondezas. Por coincidência uma expedição chefiada pelo francês,
Lohan Martin, afirma que na mesma época teria presenciado um acidente com um
veículo que despencou de um penhasco e afundou no lago logo abaixo,
provavelmente ele teria sido um dos sobreviventes do acidente descrito pelo
guia turístico.
Quanto a Mom lapin, nada se sabia,
falava fluentemente o idioma local, mas não se recordava absolutamente de nada
do seu passado, nem mesmo como tinha chegado aquela cidade, tinha ganhado esse
apelido dos comerciantes e guias turísticos, porque ele era muito rápido, logo
cedo aparecia e ocupava o seu ponto preferido junto a igreja, Eglise Saint Michel de Cassis e quando se aproximava o final
da tarde desaparecia quase por encanto. Assim era a rotina diária daquele
personagem anônimo que ninguém conhecia, mas que já tinha conquistado a
simpatia de todos.
No entanto algo inesperado
aconteceria que mudaria todo curso da história, decorrido mais de 5 (cinco) anos
do atentado de 27 de janeiro 1973, o mistério estava prestes a ser desvendado. O Serviço secreto saudita que a muito vinha
monitorando o caso, havia localizado onde se encontravam os sequestrados,
vigiados por dois terroristas israelenses, Ahmad Al Sabbah e Ali Al – Makki,
que ao serem descoberto empreenderam fuga com destino a Cassis, onde seria mais
fácil se refugiarem em seus penhasco e florestas, no entanto, ao longo do
caminho o condutor do furgão preto, perdeu o seu controle e despencou
desfiladeiro abaixo até desaparecer nas águas.
Mergulhadores de uma unidade saudita
especializados em resgates aquáticos, logo após o acidente, conseguiram chegar
até o automóvel sinistrado. Os corpos foram resgatados, menos um que não se
encontrava no carro, o do Sheik Zayn Abdallah, foi
feita uma inspeção completa pelos agentes em todo o perímetro, mas não
conseguiram localizá-lo. As investigações continuaram sem sucesso.
O enigma continuava, quem seria aquele
homem que tinha conseguido cativar a todos que dele se aproximava; qual era a
sua verdadeira identidade; o que ele fazia numa cidade tão distante de Paris,
perguntas que continuariam sem respostas se não tivesse ocorrido um fato
inesperado. Como era de costumes, Mom Lapin, estava no seu lugar costumeiro,
próximo a Igreja Saint Michel de Cassis, quando repentinamente desmaiou, por
coincidência visitava o local um grupo de médicos, que ao examiná-lo
diagnosticaram que ele estava tendo um infarto do miocárdio e não havia tempo a
perder. Paris era muito distante 672 km
enquanto a cidade mais próxima era Marselha distante apenas 20 km,
imediatamente foi chamada uma ambulância equipada com UTI, que o conduziu ao
centro hospitalar referenciado em cardiologia.
A equipe cardiológica era chefiada pelo
Dr. Khalil Al – Madini, cuja nacionalidade era árabe, o paciente foi levado às
pressas para UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com um quadro gravíssimo, os
procedimentos teriam de ser rápidos, pois o tempo era curto para salvar à sua
vida, os exames de rotina foram feitos em caráter de urgência e um deles chamou
à atenção dos médicos, detectaram algo como se fosse um o nome criptografado no
antebraço direito, chamaram o Dr.Khalil,
que ao examinar a mensagem, empalideceu, a tradução do nome era, Sheik Zayn
Abdallah.
Urgentemente foi mantido contato com
departamento secreto saudita, que enviou à sua equipe de elite para Marselha.
Dada a gravidade do estado de saúde do paciente ele foi transferido para Paris
em uma aeronave militar equipada com UTI, para o centro hospitalar, European
Hospital George Pompido. Após realizados os exames necessários para
diagnosticar o grau de risco do paciente, os procedimentos cirúrgicos foram
adotados, o paciente reagiu bem e foi colocado fora de perigo.
Recuperado da cirurgia cardíaca, Zayn,
foi submetido a uma série rigorosa de exames com a finalidade de detectar o
dano cerebral que tinha sofrido, já que havia perdido a memória. Foi
diagnosticado que ele estava com amnésia dissociativa, que é um tipo de amnésia
(perda de memória) provocada por traumas ou estresse e resulta na incapacidade
de recorda informações pessoais importantes. A pessoa tem falhas na memória,
que podem durar poucos minutos a décadas. Estava explicado por que ele não
recordava nada do que tinha acontecido no seu passado. Foi recomendado pela
equipe médica que o assistia à sua transferência a um Hospital específico em
tratamento neurológico.
Presume-se
que o objetivo do grupo criminoso era usar o Sheik Zayn Abdallah, como moeda de
troca na libertação dos principais líderes da organização terrorista presos em
territórios árabes.
NOTA DO AUTOR: Esta é uma obra de pura ficção
qualquer semelhança é mera coincidência.
Autor
– José Valdomiro Silva