DE ONDE VENHO

 

Eu venho de longe das terras

Que tem o mistério das lindas serras

Onde a brisa tem um perfume diferente

Que suaviza e encanta a gente.

 

No brilho do meu olhar mora a esperança

Que me acompanha desde os tempos de criança,

Tenho no meu semblante a suavidade

De um sonho que virou realidade.

 

No mundo dos devaneios me deixei levar

Pela a magia do desejo de amar,

Mergulhei no mais profundo da paixão

E, entreguei anonimamente meu coração.

 

Vivi momentos de rara beleza,

Conheci o amor e sua pureza.

Amei na vida como ninguém

Aconcheguei-me nos braços de alguém

 

E adormeci nas belas madrugadas de luar.

No veleiro do amor velejei num lindo mar,

 No sopro das manhãs fui amado,

E, fui amante no raiar do sol dourado.

 

Fiz do fim um novo recomeço;

E do frio da solidão me aqueço

No calor de uma nova vida

De uma outra história que será construída.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MERA ILUSÃO

 

Como Será o meu amanhã!

Se não a terei mais ao meu lado,

E tudo que vivemos

Não passou de uma mera ilusão,

 

Que escravizou e nos fez acreditar

Que o amor que nos unia nunca acabaria;

Que os nossos sonhos

Era uma linda realidade.

 

Não sei se irei suportar a saudade

Que você vai deixar quando partir.

Talvez, encontre alento,

Nas lembranças que permanecerão.

 

Dos nossos encontros que outrora

Marcamos com a felicidade

Nas confidentes madrugadas,

Enfeitiçados pela beleza

 

Daquela lua nua que nos encantava.

Como será o meu presente!

Se não mais terei o brilho do seu olhar

Refletido na resta do sol da manhã.

 

E quando lhe procurar

E o quarto estiver vazio e as lágrimas

Da minha alma molharem meu rosto.

Como será o meu mundo sem você?

 

 

 

MENINA DO RIO

 

Nasceu em uma linda noite de luar!

Cresceu menina brincando

Na beira do rio que era o seu espelho

Favorito nas belas manhãs.

 

Sorria com às imagens distorcidas

Daquelas águas mansas,

Cristalinas como a cor dos seus sonhos,

Que lhe deixavam a cada amanhecer.

 

Menina que no tempo cavalgou

Vendo as folhas de outono voar,

Levadas pelo vento da infância

Na despedida de um lindo pôr do sol.

 

Menina, que não é mais menina,

Desabrochou como uma flor em forma de mulher,

Que encanta os canteiros floridos

Nas tardes de primavera.

 

Que fez morada num coração apaixonado;

Que outrora também foi menino,

E agora se tornou um inocente enamorado

Levado pelas mãos do destino.

 

Luzes do anoitecer que chegam radiantes

Anunciando que a vida está passando

Deixando no seu lugar uma eterna saudade.

NO ACALANTO DA BRISA

 

Meus olhos se fecham e no acalanto

 Da brisa adormeço em seus braços;

No meu semblante  escorre o meu pranto

Recordo dos nossos últimos abraços;

 

Das palavras soltas levadas pelo vento;

Dos sorrisos francos decorando nossos lábios;

De tantos conselhos sábios

Proclamados ao longo do tempo.

 

Sonho com o florescer dos campos

Que arejava nossas prosas,

Iluminadas pelo cintilar dos pirilampos

Nas nossas noites airosas.

 

Há, saudades que tenho dos encantos

Dos prazerosos momentos que vivemos;

Dos nossos aconchegantes recantos

Onde a nossa história escrevemos.

 

Percorrendo os caminhos das recordações

Vejo que a nossa lua continua linda como antes,

Quando reluzia em nossos apaixonados corações

Nos secretos caramanchões dos amantes.

 

Ainda sinto no ar seu cheiro de flor,

Seu calor o meu corpo aquecendo

Purificando nosso amor

Que aos poucos foi esmaecendo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ARTISTAS NOTURNOS

 

As ruas estavam desertas

A cidade dormia um sono profundo;

Janelas e portas já não estavam mais abertas

A solitária lua iluminava o mundo.

 

E as sombras dos estáticos personagens

Davam alma as silenciosas criaturas,

Que formavam às mais lúdicas paisagens

Magia das formas de diferentes caricaturas.

 

O silêncio marcava o negrume

Os habitantes noturnos começavam a circular;

Por entre os arvoredos, o vistoso vagalume,

Bailava na passarela a brilhar.

 

E o concerto dos artistas da noite começava;

As cigarras entoavam uma bela sinfonia;

A sabiá – laranjeira a melodia orquestrava

Na mais perfeita harmonia.

 

A serenata dos invisíveis cantores

Rompiam a quietude da madrugada,

Nas fantasias reluzentes dos seus atores

Que brilhavam saudando a alvorada.

 

A natureza acordava às luzes se acendiam,

Um novo espetáculo começava;

 Os raios dourados do sol já resplandeciam

E, o ciclo da vida mais uma vez girava.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DECISÃO FINAL

 

Se por acaso eu chorar

Não ligue não,

É porque deixei de lhe amar

E uma lágrima escorreu do meu coração.

 

Não se deixe levar pela ilusão da minha presença

Pois será uma falsa imagem

Aprenda a viver com à sua indiferença;

Meus sentimentos se tornaram uma miragem

 

Refletida no espelho do tempo que passou

E que não deixaram rastros para não serem lembrados.

O amor sincero que lhe dei fracassou

Perdeu o seu encanto e se tornou amargurado.

 

As flores quando murcham não mais se renovam

Perdem a magia da sua beleza

Deixam vazio o jardim que adornavam

Sem cores, sem pureza.

 

Nossos sonhos se esvoaçaram no vento do adeus

Nos anseios de felicidade que ficaram reprimidos;

Na sinopse dos pensamentos seus

Que guardam nossos lindos momentos vividos.

 

É sempre assim quando o amor vai embora!

De repente tudo muda em nossa vida

E trilhamos outros caminhos mundo afora

Procurando em outros braços uma nova guarida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HISTÓRIA DE UM AMOR

 

Não tenho culpa se tudo aconteceu assim!

No final de uma tarde belíssima de primavera

Você olhou de relance pra mim

Talvez, fosse apenas uma paquera,

 

Uma atração dos encontros passageiros

Que surge do anonimato de um olhar,

Trazido pelos ventos fagueiros

Das ondas coloridas do mar.

 

Mas, de repente descobrimos que era uma paixão

Ardente que transformou nosso ser,

E transcendeu os limites da razão

E nos fez pra vida renascer.

 

E o mundo com suas fantasias nos acolheu,

Fomos personagens de um louco amor

Que em toda sua plenitude nos envolveu

Tão puro, sincero e encantador.

 

Que com passar do tempo se tornou frágil

E se transformou num torvelinho de ilusões;

De um sentimento vazio e volátil

Que fez morada em nossos corações;

 

E depois se dissipou no frio vento do adeus,

Em uma manhã de inverno

Levando consigo os sonhos meus

E a história de um amor que pensei ser eterno.