sexta-feira, 30 de outubro de 2015

MARCAS


Procuro pelas folhagens,
Que cobrem o meu caminho
Encontrar meus passos,

Que retratam as imagens,
Que registrei no pergaminho
Dos meus acertos e fracassos.

Marcas que o tempo
Deixou incrustada
Nas sombras do amanhecer,

E, que o vento.
Tangeu pela estrada
No crepúsculo do entardecer.

Vi o sol despontando
Por trás das dunas brancas
Com suas doiradas tranças;

Dos meus sonhos estava acordando,
Revivi minhas andanças,
Reencontrei-me com as lembranças,

Que ficaram gravadas
Nas paginas amareladas,
Rabiscadas pelas palavras
Da renúncia.

Das frases de amor não publicadas,
Pois não poderiam ser reveladas
Nem tão pouco editadas;
Perderam-se na ausência

De um até logo,
Que se transformou em adeus
Que nos deixou sozinhos;

Ocultos, sem diálogo,
Sem entender o que aconteceu
Perdidos entre flores e espinhos.