domingo, 31 de julho de 2022

OCEANO DAS LEMBRANÇAS

 

Navego pelo oceano das lembranças!

Das minhas idas e voltas velejando

Pelos estreitos caminhos das andanças

Sinto o aroma da liberdade meu rosto acariciando.

 

Aos poucos as paisagens da vida se sucedem

E o nevoeiro das minhas recordações

Despertam os sentimentos que precedem

E me reencontro com às minhas ilusões.

 

Paro  e reflito no que fiz e deixei de fazer!

Relembro àquele rosto que me marcou,

Que jamais consegui esquecer

E que meu coração tanto amou.

 

Abro às portas do tempo e contemplo às pegadas

Que deixei pelos os caminhos por onde passei;

Retalhos de mim que ficaram das jornadas

Nas páginas da existência que versei.

 

Torno-me um viajante das terras distantes

Que outrora foram canteiros evidentes

De cenários lindos e brilhantes

Que de repente se tornaram ausentes.

 

Sou um artesão dos momentos vividos;

Das alegrias e tristezas que passaram por mim

E que jamais serão esquecidos,

Que registrei num especial folhetim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 26 de julho de 2022

CONTUMAZ AMANTE

 

Meu olhar se perde no infinito!

Procuro encontrar aquele rosto bonito

Que certa vez surgiu por entre ondas do mar

Iluminado pela magia do luar.

 

Não sei se foi verdade ou ilusão,

Talvez, tenha sido uma sublime aparição;

Uma Deusa em nome do amor

Que me enfeitiçou com o fulgor

 

De uma estrela brilhante,

Que me fez o mais contumaz amante

Quando nos encontramos por entre a neblina

De uma cascata cristalina.

 

Fomos batizados com o sal do prazer

Que na magia de um lindo amanhecer

Nos fez reféns dos proibidos desejos

Da doçura dos nossos beijos.

 

O orvalho da madrugada banhou

Nossos corpos  e nos purificou

Com a mais pura essência

Das lágrimas da inocência.

 

Mas, o sentimento que nos uniu

De repente nos deixou e partiu;

Quando às luzes da tarde se apagavam

E os namorados da noite acordavam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

TEMPOS AUSENTES

 

Há, meus tempos que se tornaram ausentes

Da tímida infância que se foi nas águas correntes

Que levaram meus sonhos, minhas fantasias,

Quando um novo dia nascia.

 

Minha mente pelos vales passeia

E nos caminhos da inocência permeia;

Banho-me na cachoeira da imaginação

Por entre as nuvens numa sublime levitação.

 

Há, que saudades que sinto das lindas noites

De antigamente, dos  seus açoites,

Do silencioso choro de um violão

Acordando a adormecida solidão.

 

Ouço os acordes daquela linda canção

Que despertou o meu amante coração

Numa profana madrugada estrelada

Como o brilhante olhar da mulher amada,

 

Que um dia cintilou em minha vida

E se encantou sem despedida.

De repente as luzes da recordação

Se acendem como as chamas de uma ardente paixão,

 

Que arrebata antigos sentimentos

Que fazem lembrar meus belos momentos

Que se foram nas asas da mocidade,

Levados pela suave brisa da felicidade.

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

ENXUGUE O PRANTO

 

Quando a saudade com você vier morar

E se à minha ausência lhe fizer chorar

Enxugue o pranto e não diga nada

Saiba que você foi muito amada.

 

Fomos personagens de uma linda história de amor,

Que juntos escrevemos nas pétalas de uma flor;

Agora estamos perdidos na distância

Que nos separa dos tempos da infância.

 

Dos ingênuos momentos que vivemos

E que jamais esqueceremos

Pois fazem parte das nossas vidas

Das inocentes travessuras pelas estradas floridas,

 

Que nortearam nossos passos pelos caminhos

Da felicidade que juntos construímos

De um sonho que se perdeu numa noite de luar

Levado pela beleza singular das ondas do mar,

 

Eterno confidente dos nossos segredos,

Testemunha ocular dos nossos medos

Fomos estrelas perdidas no firmamento

Que bordou às lembranças no nosso pensamento.

 

De tudo ficou um pouco para ser lembrado

Nossos furtivos encontros seduzidos pelo pecado

Que nos fez amantes proibidos

Na penumbra de uma noite adormecidos.

VOO SEM VOLTA

 

Você se foi como um passarinho

Num voo sem volta

Deixando vazio o nosso ninho

Abandonado sem porta.

 

E o meu amor solitário também partiu

Se foi por entre as nuvens de algodão

Levado pela brisa suave como surgiu

Numa tarde linda de verão.

 

De longe vi à sua imagem desaparecendo

Se encantando na renúncia dos nossos desejos;

No meu pensamento uma lembrança foi nascendo

Reacendendo o calor dos nossos beijos.

 

Vivemos um para o outro sem pensar no amanhã;

Fomos escravos das nossas vontades

Você foi para mim o meu talismã

Que se transformou numa chama de saudades.

 

De repente a luz da felicidade se apagou,

As estrelas perderam o seu ilusionismo;

E o amor foi um sopro que na minha vida passou

Deixando como recordação o seu misticismo.

 

Só então percebi que tudo foi uma ilusão;

Foi apenas um frágil sentimento

Que por acaso fez morada no meu coração

E aos poucos foi perdendo o seu encantamento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FASCÍNIO DE VIVER

 

A vida me ensinou a amar às suas maravilhas

Mas sempre temendo as suas armadilhas;

Pois às vezes são invisíveis ao nosso olhar

E, é preciso saber seus atalhos trilhar.

 

Suas lindas paisagens são fontes inspiradoras

De miragens lindas e sedutoras

Como o perfume das suas flores

Que purificaram os inesquecíveis amores.

 

Ouço no silêncio das suas madrugadas

A suave canção dos solitários amantes;

Que se perderam no delírio de suas baladas

Repleta de fantasias fulgurantes.

 

Sonhos que renascem a cada amanhecer,

Que transcendem a razão

Dos sentimentos que irão florescer

No recôndito do coração.

 

Só então percebo o fascínio do viver

Suas belezas ocultas

E a magia do seu esplandecer

Refletido nas suas brancas espumas.

NASCENTES CRISTALINAS

 

Águas que correm levadas pelo sussurro

Do vento que traz tantas lembranças;

De momentos lindos vividos

Que se foram e não voltam mais.

 

Lá fora a chuva se transforma na mais suave

Neblina que veste às serras distantes

Com a beleza do véu de noiva das madrugadas

Que a mãe natureza agasalha com o seu manto.

 

Águas que brotam das nascentes cristalinas

Que Suavemente deslizam pelas cascatas.

Delineando o curso magnífico dos rios

Que fluem soberanos até uma foz encantada.

 

Que guarda em seu leito tantos segredos;

Amores que desabrocharam nas suas floridas margens

E se enclausuraram nas suas sedosas pétalas

No sereno do orvalho do crepúsculo.

 

Lágrimas que afloram dos olhos do coração

E banham um belo rosto

Quando a magia do amor acontece.

 

Águas que escorrem ao amanhecer

Trazendo na correnteza das recordações

O encanto da noite que passou

O brilho de uma linda estrela que se apagou.