sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

ARAGEM DA DESPEDIDA

 

Sozinho me encontro

Contemplando a beleza da madrugada;

Suas fantasias e seus mitos,

Vejo o resplandecer da sua imagem

Refletida no meu olhar.

 

Você partiu no crepúsculo da noite

Levou consigo

Meus sonhos, meus sorrisos

Quando feliz lhe contemplei

Pela primeira vez.

 

Vida minha, minha vida,

Abandonaste-me

Quando eu mais precisava.

Segui o meu rumo sozinho

 Procurando lhe encontrar

 

Pelas estradas de um tempo

Que passou, mas deixou à sua história,

Publicada em alguma edição

Do meu pensamento.

 

As folhas quando secam

Seguem seu caminho sem destino

Levadas pela aragem da despedida

E perdem o seu encanto,

Assim é o amor, quando nos deixa.

domingo, 20 de dezembro de 2020

NOITE MÁGICA

 

Quanto tempo perdemos

Cultuando às aparências

De um amor que não mais nos pertencia

Que nos deixou no clarão da aurora.

 

Tantos disfarces maquiaram nossos rostos,

Talvez, tenhamos maculado nossos sonhos

Sem que apercebêssemos

Que eles já haviam partido.

 

Fomos aquecidos pela chama

De um sentimento fugaz,

Que nos deixou como o brilho

De uma estrela cadente

 

Que um dia iluminou nosso olhar

E nos envolveu na mais terna sedução;

Envolvente como os raios do luar.

 

Vivemos o melhor das nossas vidas

Desfilamos na passarela da felicidade;

Guiados pelo silêncio do destino

Do anônimo mundo dos amantes.

 

No entanto, tudo era apenas uma aventura,

Uma tênue paixão

Que fez morada em nossos corações

Em uma noite mágica.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

NATAL ANTIGA (CRÔNICA)

 

         Saudades! Saudades, do aroma daquela brisa que te açoitava e emaranhava meus cabelos, do indescritível belo pôr do sol, das tuas flamantes madrugadas com teu luar prateado, do misticismo das tuas vielas, dos teus becos, das tuas praças floridas, dos teus coretos que tão bem acolhiam nossas bandinhas e tradicionais concertos musicais, das tuas maviosas canções soltas pelo ar, do teu perfume me embriagando na tentação da tua boemia, do falso encanto que decoravam os teus bordéis, pelos teus caminhos amei e fui amado, fiz do momento contigo o meu melhor instante. Tornei-me cúmplice da felicidade e em teus bares sufoquei a dor das paixões proibidas; dos amores que chegaram em meio a utopia de uma noite estrelada iluminando o desejo, regada pelos drinks da ilusão, e se foram quando realidade do amanhecer despontou anunciando o fim dos sonhos. Finitos amores; que escravizaram o meu coração e o aqueceram com as chamas ardentes da sedução.    

         Recordo das tuas praeiras, tuas ondas multicores banhando meu corpo desnudo curtido pelos raios dourados que me bronzeava, do fascinante e mavioso canto das tuas sereias, princesas das tuas dunas brancas salpicadas pela esmeraldas do verde das tuas matas que a todos encantavam. Menina de tranças loiras tecidas pelas palhas dos teus coqueirais que acenavam para as nuvens que passavam levadas pelo teu suave vento litorâneo, das paqueras que rolavam soltas nos desfiles das tuas moças debutando na passarela fashion das tardes aconchegantes de domingo.

        Cresceste, o progresso bateu a tua porta, as novas tecnologias te viraram pelo avesso, já não encontro mais os tradicionais tapetes geométricos que a natureza te presenteou de seixos rolados que antigamente decoravam teus logradouros. A modernidade capitalista ocupou teus espaços nativos impondo uma liberdade chamada solidão, retratada nas tuas estruturas de concreto armado que compõe a tua arquitetura. Teus imponentes casarões ruíram levando parte da tua secular história. Teus barcos partindo do estuário do Potengi com suas velas tremulando levando consigo a incerteza do retorno, tuas moradias singelas e rústicas que adornavam tua orla marítima tornando-a mais bela, foram agressivamente substituídas pelas mansões e arranha-céus que descaracterizam a tua esplêndida paisagem natural.

         E, eu! Ah, eu também cresci junto contigo, o tempo também me transformou, no grisalho dos meus cabelos ficaram as marcas de um passado que deixou vivas tantas recordações que a saudade hoje me faz lembrar.

sábado, 5 de dezembro de 2020

MURAL DA VIDA

 

Os bordados da minha época me fazem refletir

No que fiz ou deixei de fazer;

Fui um escritor de parágrafos

E capítulos de um livro único.

 

Em suas páginas já amareladas

Registrei os meus personagens;

Fui comediante dos hilários momentos

Que vivenciei ao longo dos caminhos,

 

Onde às vezes os sorrisos aparentes

Substituíam às lágrimas contidas.

Intérprete das fantasias dos sonhos

Ator principal da realidade de um adeus.

 

Histórias que escrevi nos manuscritos

De um mundo que pensei ser só meu.

Ah, meus textos, iluminados,

Pela inspiração que me faz recordar

 

Em câmera lenta tudo que vivi;

Então me encontro com às marcas

Dos rastos que deixei esculpidos

Nas vitrines do tempo.

 

Ah, minhas lembranças, vejo seus retratos

Afixados no mural da minha vida

E, só então percebo que tudo passou.

sábado, 28 de novembro de 2020

JAMAIS ESQUECEREI

 

Relembro a magia de um olhar brilhando

Por entre as luzes de uma linda madrugada

Que aos poucos foi me conquistando

Com à sua imagem encantada.

 

E, me enfeitiçou com o teu sorriso de anjo,

Com a meiguice da maquiagem do teu rosto

Que um artesão transformou no mais belo arranjo

Que vestiu a escultura do teu corpo.

 

Vivemos tantos momentos felizes,

Fomos amantes de uma vida;

De várias matizes

Que valeu a pena ser vivida.

 

Talvez, tenha sido um erro te amar,

E ter acreditado que tudo poderia ser diferente,

Que era verdadeiro o teu sonhar

E, que o teu sentimento não era apenas aparente.

 

Perdi-me no tempo que contigo vivi,

Das declarações que te fiz ao luar;

Das poesias que só para te escrevi

Nas areias brancas do mar.

 

Não me negues o teu amor!

Nunca duvides que te amei

Pois o meu coração você habitou

E, eu jamais esquecerei.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

TRIBUTO A UMA ESTRELA (CRÔNICA)

 

        Deus me concedeu o privilégio de nascer no Brasil, eterno país do futebol. Aprendi ainda criança a amar essa modalidade esportiva, que tanto me fascina e me conduz na maioria das vezes ao delírio das lágrimas, na exaltação de um título conquistado ou perdido. Sou um contumaz amante do futebol arte.

        O mundo futebolístico está mais pobre, entristecido pela partida de um gênio do futebol mundial, aquele que talvez tenha sido o único a se aproximar do maior ícone do século, Edson Arantes do Nascimento, nosso rei Pelé, reconhecidamente um dos maiores atleta de todos os tempos. Dieguito, Dom Diego, Diego Armando Maradona Franco “MARADONA”. Nos deixou em uma viagem sem volta, quando no auge da sua carreira anunciou sua despedida ao enveredar pelos caminhos das drogas. Ali começava a decadência do maior jogador argentino, que elevou na época a Argentina ao topo do mundo. Teve à carreira marcada pela genialidade dentro dos campos e fora deles polêmico e irreverente.

         Nasceu no dia 30 de outubro de 1960, viveu a infância em Villa Fiorito, na periferia de Buenos Aires. O seu talento para o futebol apareceu cedo e logo despertou o interesse dos clubes da cidade. Em 20 de outubro de 1976 aos 15 anos, estreou profissionalmente pelo Argentinos Junior. Sua vertiginosa carreira cada vez mais ascendia e no final de 1980, já despertava interesse dos grandes clubes europeus, mas preferiu ser transferido para o Boca Juniores, clube do seu coração. No ano de 1982 foi vendido ao Barcelona, onde talvez tenha vivido um dos piores momentos da sua vida, contraiu hepatite e sofreu uma grave lesão ao fraturar a perna, ficou muito tempo longe dos gramados e durante esse período foi acometido por sucessivas crises emocionais que o levaram a usar cocaína.

        Em 1986, no México, foi o astro da competição, bicampeão mundial com a Argentina marcando dois golaços contra a Inglaterra, pelas quartas de final, sendo um deles sobrenatural, pois o juiz não viu o toque de mão, lance que ficou famoso como sendo “La mano de Dios”.

       Vivenciou uma época áurea no Napoli nos anos de 1986 a 1990, onde praticamente conquistou todos os títulos que disputou. Participou das copas de 1990 e 1994 e nessa última em plena competição foi flagrado no antidoping e terminou sendo excluído do torneio. Em 1995 retorna ao Boca Juniors, mas já não era o mesmo Maradona de antigamente e em outubro de 1997, deixa definitivamente o futebol.

      O término da carreira o deixou cada vez mais exposto ao vício das drogas sendo inclusive hospitalizado várias vezes por overdose de cocaína, associado ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas, fragilizando cada vez mais à sua saúde.

     Diego Armando Maradona Franco, um dia você parou o mundo para assisti-lo e aplaudi-lo como sendo uma das maiores estrelas do futebol mundial e vendo o sonho daquele menino humilde da Villa Fiorito se realizar.

     Hoje, o mundo parou para dizer adeus ao ídolo, ao mito, a lenda que ficará eternamente imortalizada na lembrança e na saudade dos dribles desconcertantes, no grito de gol que ecoará no vazio da sua ausência.

      Que o Senhor o receba na sua infinita glória. DESACANSE EM PAZ!                                   

 

  

              

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

ONDE ESTARÁ O AMOR?

 

Será que só amamos uma vez?

E que os outros sentimentos

São apenas paixões passageiras

Que desembarcam no porto do nosso ser?

 

Que nos faz escravos dos seus desejos

Iludem-nos com às suas doces artimanhas

E nos levam a desvarios atos

Que norteiam nossos caminhos.

 

E como um pássaro ferido

Voamos por entre as nuvens

Dos naufragados sonhos

Que nos acalentaram durante uma vida.

 

Será que amar é tão frágil assim?

Que facilmente se fragmenta

No momento da despedida

E não nos deixa nada para ser lembrado?

 

Ou, será que tudo foi apenas um engano

Uma ilusão que habitou o nosso coração

Em uma madrugada de fantasias.

 

Onde estará o amor?

Talvez, esteja naquele brilhante olhar,

Que procurou o teu e você não percebeu;

Ou num insinuante sorriso que você não notou.


O amor verdadeiro existe, ele é único!

Possui a pureza dos costumes

Tem o perfume dos sândalos

A leveza das conquistas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

INFINITO DESEJO

 

Ainda hoje me lembrei de você

Seu olhar perdido nos meus

Procurando descobrir meus pensamentos

E, eu buscando na beleza dos teus

 

Aqueles momentos maravilhosos que vivemos;

Nossas mensagens secretas

Que somente nós sabíamos decifrá-las

Tantas verdades foram ditas,

 

Outras ficaram perdidas no nosso semblante

Escondidas no silêncio das nossas almas;

Nas marcas que deixamos esculpidas

Nas trilhas que juntos percorremos.

 

Vi seu vulto desaparecendo por entre à neblina

Salpicado pelas cinzas de um inevitável adeus

Que envolveu nossos sentimentos

Como se fosse o mais terno amor.

 

Você levou no seu sorriso quando partiu

O sonho mais lindo que me aconteceu;

O infinito desejo de ser feliz ao seu lado

E que fez morada em meu coração.

 

Quem sabe se ainda nos encontraremos

Pelos caminhos estreitos da vida

Perdidos nos atalhos do tempo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

PERCEPÇÃO DERRADEIRA

 

 

Quando à adolescência chegar em sua vida

E a sombra das transformações

No seu corpo surgirem

Olhe para trás e veja que a infância passou.

 

Que os cachos dos seus cabelos

Já começaram a mudar de cor

E o brilho do seu olhar

Não é o mesmo de antigamente.

 

Não se preocupe, pois tudo é apenas o começo

Da metamorfose da vida,

E a magia do viver aos poucos

Vai transformando tudo ao seu redor.

 

Você provavelmente não perceberá

Mas o mundo girará mais rápido

Como se às noites fossem dias

E os dias fossem noites.

 

Então, você sentirá o perfume

Da brisa que vem de longe

Dos campos floridos da juventude;

Dos encantos da idade juvenil.

 

E na lentidão dos seus passos

A percepção derradeira

Que o relógio do tempo adiantou.


E no espelho do presente restará

Apenas o reflexo dos sonhos

Que ficaram nas rugas do seu rosto.

 

 

 

sábado, 24 de outubro de 2020

PLATEIA VAZIA

 

 

Mais uma vez meu coração

Ficou partido quando às luzes

Acenderam-se e não te encontrei na plateia

De mais um ato do meu espetáculo.

 

Na primeira fila não te achei

Uma cadeira estava vazia   

No teu lugar apenas um lenço branco

Acenava-me com uma frase

 

Escrita com um batom vermelho;

Amei-te como ninguém no mundo amou

Sempre sonhei com teu amor

Mas, infelizmente nosso tempo passou.

 

Uma lágrima incontida rolou pelo meu rosto

Desfazendo a maquiagem de um personagem

Que para mim deixaria de existir,

Foi assim que encenei minha última peça

 

Num palco vazio sem à atriz principal

Interpretando um script que foi escrito para dois

Apenas restou uma inesquecível imagem

Que ficou no silêncio de um camarim deserto.

 

No show da vida o seu final é imprevisível

Repleto de atrações anônimas

Que não tem roteiro definido.

CAIS DO TEMPO

 

Lá vem o trem da ilusão

Locomovendo-se sobre os trilhos

De um solitário coração.

Em seus vagões vem os amores andarilhos;

 

As paixões que se tornaram proibidas;

Lembranças que são apenas fragmentos

Das chegadas e partidas

Dos sentimentos adormecidos no pensamento.

 

Lá vem o voo dos amantes da vida

Flutuando por entre as nuvens da felicidade

Onde se esconde àquela história desconhecida

Que um escritor escreveu no livro da saudade.

 

Das palavras soltas vagando pelo ar

Dos belos momentos que foram vívidos,

Do lindo brilho de um anônimo olhar

Que jamais poderá ser esquecido.

 

Lá vem o barco das recordações

Navegando nas águas claras dos reencontros

Com às românticas canções

Dos grandes encontros.

 

Que ficaram nos versos e rimas de uma poesia

Que um poeta boêmio rabiscou

Nas página em branco da sua fantasia,

Que no cais do tempo escrito ficou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

MEU MUNDO

 

Viajando pelos meus momentos

Revi antigas paragens

Adormecidas nos meus pensamentos;

Reencontrei-me com minhas belas imagens

 

Que julguei perdida no meu tempo:

Tempo das minhas lembranças;

Da pureza de um saudoso sentimento;

Que guardei das minhas loiras tranças.

 

E assim fui seguindo sozinho

Por entre os atalhos dos desconhecidos,

Que transformaram meus caminhos

Nos canteiros lindos e floridos.

 

E no retrospecto da memória

Vejo a vida passando por mim;

Repassando minha trajetória.

Sinto no ar o perfume do jasmim

 

Que purificava meu corpo

Com à sua leniência,

E rejuvenescia meu rosto

Com a pureza da sua essência.

 

Místicas são às pétalas da recordação

Que se espalham no meu mundo

E mergulho no fecundo da minha inspiração

 Que me faz adormecer num sono profundo.