sábado, 25 de abril de 2020

SEM CENSURA


Amor que cultivarei para sempre
Nos jardins encantados da vida;
Botão de rosa perfumado
Que adornará minha existência;

Que me encantou e fez morada
No meu frágil coração
E, o tornou amante da sua singeleza.

Quando acariciei suas pétalas
Senti uma emoção diferente;
Orvalho cristalino que me banhou
Em meio a correnteza do prazer.

Delírios que nos envolveu
No eletrizante clima da paixão,
Que nos invadiu completamente
E aqueceu nosso interior.

Chama ardente que nos consumiu
Na volúpia dos desejos,
Que nos dominou mutualmente
Entre nossos anseios e pecados.

E nos amamos livremente
Sob os raios de um luar feiticeiro,
Que surgiu por entre as nuvens
De linho branco
De um noturno estrelado.

Nosso amor se purificou
 Na seiva perfumada dos nossos corpos;
Entregamo-nos ao êxtase
Dos que amam sem censura.




quinta-feira, 23 de abril de 2020

PASSARELAS NUAS


Procuro nas flores que me rodeiam
Àquela lembrança que guardei
Daquele momento lindo, maravilhoso,
Que vivi e que jamais esquecerei.

Tiro do meu arquivo os folhetins
Onde publiquei meus romances
Que se foram com a poeira do tempo
E adormeceram com meus segredos.

São tantas coisas que marcaram
À minha vida, tantas coisas!
Que me fizeram misturar lágrimas
Com sorrisos nas chegadas e partidas.

Ardentes paixões que vivi intensamente
No cair das tardes de verão;
Na despedida de uma praia deserta.

Da ingenuidade dos amores
Que nasceram no encontro
Dos olhares que passeavam
Pelas embriagadas madrugadas.

E no ébrio delírio que me guia
Pelas vielas das minhas fantasias;
Tento em vão reviver a magia
Daqueles rostos que me seduziram.

E, só então percebo que estou sozinho
 Perambulando pelas ruas nuas;
Que outrora foram às passarelas
Dos amantes rebeldes.















segunda-feira, 20 de abril de 2020

EMOÇÕES PASSAGEIRAS


Triste sentimento que me domina!
Sensação que invade meu ser;
Olho ao meu redor e tudo é silêncio.

A ilusão toma conta de mim
Ao pensar no fim;
Que não terei mais seus abraços
Seu corpo meigo junto ao meu

Fecho os olhos e imagino
Você ali sorrindo,
Dizendo que me ama
Que nada iria nos separar.

Que o nosso amor jamais seria
Como às flores que murcham
No frio do inverno.

E, que nossos beijos
Sempre teriam o mesmo calor
Das lindas tardes de verão.

Que o brilho dos nossos olhares
Jamais perderiam o encanto
Dos raios prateados do luar.

No, entanto, tudo passou
As juras que fizemos um ao outro
Não tinham nem um valor;
Eram apenas momentos,
Nada mais que emoções passageiras.












domingo, 12 de abril de 2020

AVE MISTERIOSA



Não sei de onde vens;
Nem tão pouco quem és!
Sempre apareces graciosa
Diante da minha varanda.

O teu olhar tem o brilho diferente
Dos amores impossíveis;
Que se cruzam na cumplicidade
Dos sentimentos censurados.

Bailarina anônima dos ritmos
Mágicos da natureza,
Que me contempla da roseira
Mais bela do meu jardim;

Que me fascina com o gorjear
De uma canção desconhecida
E, me faz delirar,
Com teu encantador bailado.

Corpo frágil que com maestria
Executa a coreografia que um roteirista
Divino escreveu para ser interpretada.

Teu tempo é curto  
E, já começas a se despedir;
O manto que te cobre se abre
E, revela à exuberante beleza
Da tua plumagem matizada.

Suavemente alça teu voo,
Pousas diante da minha janela,
E com um mavioso trinar
Despede-se e vais embora.

Quem és tu?
Não sei de onde vens?
Talvez, venhas de algum lugar do infinito
Para onde um dia voltarei.












segunda-feira, 6 de abril de 2020

ISOLAMENTO


Hoje, a saudade comigo veio morar
Estou sozinho;
Perdido no meio de tanta gente
Recluso em um ambiente
Que outrora era livre.

Meu olhar contempla às grades
Invisíveis que me aprisionam
Nos cantos dos meus caminhos;
Nos recantos do meu coração.

Ah, hoje somos todos ausentes
De um presente coletivo
Que nos afasta uns dos outros.

Sinto a falta do aconchego
Da mulher amada;
Dos beijos carinhosos dos meus rebentos;
Dos fraternos abraços dos amigos.

O tempo lentamente vai passando,
Aos poucos me consome;
De repente percebo
Que tudo à minha volta parou.

Os pássaros já não mais cantam
Nas ensolaradas manhãs;
As tardes adormecem mais cedo
Antes do pôr do sol.

A noite perdeu sua nobreza
As estrelas não brilham mais,
E a eterna namorada dos amantes
Adormeceu nos braços da madrugada.

As folhas secas do outono
Perambulam pelas ruas desertas
Levadas pela suave brisa
Trazida pelo silêncio noturno.

Quanto a mim! Perdi à minha liberdade
Estou confinado com os meus;
Sou um prisioneiro da vida.











sábado, 4 de abril de 2020

ENCONTRO COM AS LEMBRANÇAS


Eu te procurei nos lugares
Costumeiros onde tantas vezes
Nos encontrávamos furtivamente
E, tu não estavas lá.

Nosso cantinho preferido
 No bar onde revelamos
O nosso amor ainda estava vazio,
Aquela música que tão bem conheço
Suavemente ecoava pela noite.

Paro e contemplo a magia do mar;
O balé das Suas mansas ondas,
Vejo que nada mudou
Só nós não estamos mais aqui.

Tu passastes pela minha vida
Como um raio de luar,
Que nas noites de inverno
Perde o seu encanto.

Vejo no céu uma estrela brilhando
Como naquela madrugada
Linda de primavera,
Quem sabe? És tu!

Reclino-me na relva verde
Que outrora nos acolheu,
E no suceder das imagens  
Que desfilam diante do meu olhar,
Eu percebo que tu somente existes
Nas minhas lembranças.