terça-feira, 8 de janeiro de 2013

EU



Sou como os amantes!
Que vivem o proibido,
Que trilham os caminhos errantes,
Desaparecem sem serem percebidos.
Sou como os amantes!
Que amam sem ser amados,
Que tem o brilho dos diamantes
E a tentação dos pecados.
Sou como os amantes!
Que buscam a liberdade,
Que tem sonhos constantes
E morrem de ansiedade.
Sou como os amantes!
Que nasceram para amar,
Sempre serão clamantes,
Que nunca podem bramar.
Sou como os amantes!
Que jamais serão livres,
Sempre serão coadjuvantes
De um amor que não existe.
Sou como os amantes!
Que renunciam a vida
Personagens de um romance;
Que acaba em despedida.

ÁGUAS DE MARÇO



Águas de março!
Que me faz recordar
Dos meus barquinhos
De papel.
Da forte correnteza
Que os conduziam
Rua a abaixo,
Levando Parte
Dos meus sonhos.
Lá se iam eles
Aos poucos desapareciam,
Não sei aonde iriam
Aportar.
Águas de março!
De bicas e cachoeiras;
De banhos aventureiros
Desafiando a frialdade
Das tardes cinzentas.
Que me faz lembrar
Dos velhos tempos,
Que não voltam mais.
Onde tudo era belo
Como às águas de março.