sábado, 1 de abril de 2017

CARTA



Meu olhar contempla
As rugas do papel amarelado.
Suas linhas desbotadas
Revelam a verdade;

Que eu não queria conhecer.
Que tanto relutei acreditar
Que era o parágrafo final,
De um sonho que foi lindo.

Viajo pelos meus cansados
Pensamentos, e me reencontro,
Com a emoção do primeiro
Momento quando te descobri,

Por entre às cortinas do tempo;
Adormecida no baú
Das minhas recordações
Flutuando ao vento.

Confidente dos meus segredos
Enclausurados nas tuas entrelinhas;
Que não chegaram a ser revelados
Pois se perderam pelos caminhos

Sem chegar ao seu destino.
As folhas do outono
Cobriram teus rastros.
E no silencio das respostas
Que não retornaram;
Segui vendendo minhas ilusões.