Quando acordo na madrugada,
Sinto perfume da mulher amada
Que ficou na fronha do meu travesseiro;
E ainda está no quarto o seu cheiro.
A mesa de cabeceira está vazia
O nosso porta retrato virou fantasia;
Abro a janela e vejo o dia nascendo
Aos poucos as estrelas vão se
escondendo.
E o sol desponta no horizonte
Majestoso por trás do monte
Acordando no meu jardim uma solitária
flor.
Fecho às cortinas do tempo,
E o aroma do seu corpo vem com o
vento
Que purificou o nosso amor.
De repente a brisa
que vem de longe
Traz as imagens de
um lindo rosto
Que outrora amou
demais
Aquele olhar que
certa vez o contemplou,
E o seduziu com os
seus flertes
Inconsequente e
despretensioso,
Que iluminou um
inocente semblante.
Que foi a luz de
uma ardente paixão
Que nasceu da magia
dos encontros,
Que deixararm suas
marcas
Nos atalhos secreto
de um amante coração.
Que viveu uma
aventura marcante
Que deixou as
lembranças dos velhos costumes
Adormecidos num
canto qualquer da vida
Nos transitórios
idílios de uma época.
Eternos sentimentos
que o tempo levou
No respledencer de
um encantador luar,
Fonte inspiradora de
um belo romance
Escrito pelas
estrelas princesas
Dos reinados dos
amores singulares,
Que desabrocharam
dos lírios do pensamento
E o desejo de amar
se fez presente
No descortinar
fascinante de uma madrugada.
A saudade me chama para no seu barco navegar!
De longe contemplo as nuvens que
desfilam
E só então percebo quanto foi lindo
amar;
E adormecer nos braços dos sonhos que
partiram.
Reviver o que não pode ser mais vivido
Caminhar em passos lentos;
E outra vez me encontrar com o amor
proibido
Que fez morada nos meus pensamentos.
O orvalho da noite me purifica com sua
essência;
Mergulho no êxtase do prazer
Dos belos momentos que não posso
esquecer.
Fecho os olhos e convivo com o vazio
da ausência
Que se tornou parte da minha vida
Quando chegou a hora da despedida.
“A felicidade
verdadeiramente está dentro de nós, às vezes a procuramos nos bens matérias e
jamais a encontraremos, pois ela está em nossos corações; em nossas mentes; em
nossos atos. Qando relembramos os belos momentos que vivemos, estamos reabrindo
o canal para sermos felizes. Jamais deveremos esquecer que as ações praticadas
no presente, serão as referências que
necessitamos para viver o futuro.”
Meu
olhar se perde na distância;
Relembro
os tempos da infância
As
noites iluminadas pelo lindo luar
Que
nas madrugadas me faziam sonhar.
Ah,
como tudo era simples e diferente!
A vida
escorrendo pela fonte de água corrente
Inspirava
às minhas poesias
E me
faziam acreditar na magia das fantasias.
As
luzes de uma infinita saudade
Acende-se
quando me reecontro com a felicidade,
Amiga
e companheira dos belos momentos.
Sinto
no ar o perfume da juventude;
A
essência de sua plenitude
Inebria
os meus sentimentos.
O
verdadeiro amor jamais morrerá!
Será
aquele espinho que se transformará
Numa
bela flor de codinome saudade
Que
desabrochou no jardim da felicilicidade,
Dos
corações eternamente apaixonados
E pelo desejo de amar fascinados;
Que
tem o brilho das estrelas no seu olhar
E na nostalgia
das ondas mansas do mar.
As
velas brancas da despedida
Acenam
no momento da partida;
As
cortinas do tempo já se fecharam,
Deixando
para trás sonhos adormecidos
Que não
poderão mais ser vividos
Pois no
abstrato do pensamento se perderam.
As lembranças às
vezes nos trazem a saudade
E as palavras
despertam do nosso pensamento
E, se espalham pelo
ar
E nos faz passear
por tantos caminhos.
E de repente
iniciamos uma viagem
Pelos campos
floridos cultivados
No jardim secreto
do nosso coração,
Sonhos que ficaram
adormecidos
Ao longo de um
tempo que foi lindo;
Momentos
inesquecíveis vividos
Numa época brilhante
da vida
Que sempre serão rememorados,
No cintilar de uma
estrela no firmamento;
No brilho de um olhar
que iluminou
Um rosto no último
encontro;
Na tristeza de um
sorriso de despedida.
No silêncio da voz
do vento da madrugada
Que embalava a
magia dos sonhos,
Que se foram quando
o sol despertou o amanhecer.
Em meio a neblina
do adeus.
Capítulos e
parágrafos de uma história
De amor, que um escritor
anônimo,
Não chegou a redigir
o seu epílogo.
Minhas manhãs lindas e ensolaradas
despertando apoteótica natureza com a sua beleza, contemplo extasiado a sua
magia que a tudo transforma. E me reencontro com tudo que vivi e que achava que
tinha esquecido. A encantadora coreografia do balé das borboletas policromos pelos
jardins dos canteiros das ruas por onde eu caminhava; da sinfonia dos pássaros sonolentos
despertando em mim os versos e rimas de uma poesia que ainda estava adormecida
num canto qualquer do meu pensamento.
Ainda sinto no peito a dor daquela
despedida que marcou a minha vida e fez rever os meus conceitos e valores. Hoje
trago comigo, que o verdadeiro sentimento de amar, exige renúncias, e quando
isso acontece, é deixar parti quem amamos e passar a conviver intrinsecamente com
uma saudade que aos poucos vai machucando o nosso coração, e nos faz navegar
pelos mares e oceanos das emoções vividas num tempo feliz de sonhos; fantasias;
de um singular lirismo.
Às vezes penso que o amor é um jogo de
cartas marcadas, de lances imprevisíveis onde não existe vencedor ou perdedor, pois não somos
nós que definimos as suas regras. Tudo acontece quando as luzes do mirabolante
palco da vida se apagam e o espetáculo encerra o último ato de uma peça
que apenas nos foi permitido interpretar, e sem que percebamos somos todos
atores anônimos desempenhando papeis diferentes num mesmo cenário, modulado por
um roteirista anônimo que o destino nomeou para delinear a nossa interpretação.
Sinto no ar o perfume das minhas flores
preferidas que incensavam o ambiente matinal purificando-o para um novo
recomeço. A neblina das recordações aos poucos vai se dissipando da minha mente.
Despeço-me
da minha virtual caminhada e me reencontro com o ofuscante brilho da realidade,
suas nuances são quase que imperceptíveis, tudo continua belo como antigamente,
nada mudou, sinto uma incontida lágrima rolando pelo meu rosto, pois só então percebo
que já sou um personagem do passado.
