domingo, 4 de setembro de 2011

NADA MAIS


Um olhar e nada mais
Foi tudo que restou
Uma despedida
Sem palavras
As lágrimas ficaram
Contidas Pela emoção
Daquele momento
Um olhar perdido
Na distância
De um vazio
Sem fim
Na busca do invisível
E desconhecido
Futuro
Um olhar sem brilho
Fixo num ponto qualquer
Do infinito
Mundo dos sonhos
Que ficaram para trás
Do incontido desejo
De esquecer o que passou
Um olhar e nada mais
Foi tudo que ficou
Para ser lembrado

sábado, 20 de agosto de 2011

MEU PEQUENO CAJUEIRO


Tu cresceste tão rápido
Não tive tempo
De contemplar
Tua exuberante beleza
Levaram-me para longe de ti
Meu confidente
Amigo de tantos segredos
Sofrestes junto comigo
Na minha inocência
Eras o único
Que me escutava
Dividi contigo
Minhas alegrias
Minhas tristezas
És parte da minha história
De um mundo lúdico
Repleto de sonhos
Onde o sol despontava
Todas às manhãs
Por trás das montanhas
Douradas
Eu também cresci
Já não sou mais criança
E hoje, me abrigo
Na sombra das tuas folhagens  
Meu pequeno cajueiro

ADORMECER


Adormeci quando a cidade acordava
Vivi com intensidade
Os atrativos noturnos
A lua já se escondia
Por entre às nuvens
Incomodada pelo sol
Que nascia
Mergulhei em sono profundo
E viajei
Pelo universo virtual
Das minhas fantasias
Dos meus desejos
Dos sonhos impossíveis
Naveguei pelos mares
Das ilusões
E aportei em uma praia
Deserta
Vesti o disfarce da felicidade
E marquei um encontro
Com os prazeres
De um mundo real
Voei livre sobre o oceano
Da minha vida
E me deixei  ser l evado pelas ondas
Dos mares das recordações

sábado, 13 de agosto de 2011

MEU PAI


Sou grato pela minha vida
Que fluiu através de ti
Não tive tempo
De te conhecer
Plenamente
Nossa convivência
Foi tão curta
Ficou gravada
No meu pensamento
A dor da separação
Foi minha eterna
Companheira
Uma chama se apagou
No meu coração
Ao contemplar
O teu lugar vazio
Pra mim
A felicidade foi um mito
Sem rosto
Queria tê-lo ao meu lado
Mais estamos distantes
Em mundos deferentes
Hoje, habitas outro plano
Onde meus olhos
Não podem mais te encontrar
Tua voz
Ecoa no espaço infinito
Onde minha audição
Não consegue alcançar
Teu olhar
É uma luz brilhante
Que guia meus passos
Estás alem do horizonte
Onde às paisagens
São celestes
Onde às cachoeiras
São pétalas de rosas
Que formam
Uma cascata de amor
Partiste num final
De uma linda tarde
Levastes contigo
A minha alegria
Ao te reencontrar
Poder recomeçar
Tudo outra vez
Pra mim fostes
Um belo sonho
Do qual eu jamais
Queria acordar

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

FONTE DOS AMORES


Fonte dos amores
Nas tuas águas
Amantes anônimos
Amaram-se sem preconceitos
E pecados foram lavados
Fonte dos amores
Tão bela e atraente
Que a todos encanta
Pureza nascente
De suave perfume
Fonte dos amores
De encontros e desencontros
Dos queixumes sem censura
Que ficaram guardados
Pra sempre no teu silêncio
Fonte dos amores
Das paixões ardentes
Embaladas pelo vento
Dos desejos proibidos
Fonte dos amores
Torrentes sedutoras
Cascatas cristalinas
Que a tantos banhastes
Mas não és de ninguém

ENCENAÇÃO


Eu não sabia
Que a vida era assim
Um enorme picadeiro
Onde todos representam
Bem ou mal
O seu papel
Eu não sabia
Que no roteiro da vida
Somos coadjuvantes
De um conto
Que não escrevemos
Mas fomos escolhidos
Para interpretá-lo
Na dramaturgia da vida
Somos personagens
De vários atos
Dramas e ações se misturam
Na comedia que vivemos
A vida é um teatro sem platéia
A cada dia encenamos
Uma nova peça
Luzes que se acendem
E se apagam
Quando a cortina do tempo
Fecha-se para sempre