domingo, 5 de dezembro de 2010

É O AMOR

Vasculhando o que restou
De nós dois
Encontrei aquele pedaço
De papel rabiscado
Registrando nossa felicidade
Eram versos que retratavam
A paixão que nos envolvia
Um sentimento infinito
Que havíamos nascidos um para o outro
A marca do seu batom vermelho
Ficou no meu lenço branco
Relembro àquela música suave
Que marcou nosso primeiro encontro
Em cada canto
Um pouco de você
As juras que fizemos
Promessas que não podemos cumprir
Lembranças que me fazem chorar
O amor que uniu nossas vidas
Entrou em conflito
Por coisas banais
E se foi para sempre

ILUSÃO


A luz do sol nascendo
Me traz de volta a realidade
O encanto da noite está se desfazendo
Não posso fugir da verdade
Tudo foi um o sonho belo
Que vivi quando adormeci
A vida é uma frágil corrente sem elo
Que descobri quando nasci
Tudo é como uma linda flor
Caricatura de uma paisagem
Que um artista anônimo pintor
Retratos destorcidos pela folhagem
A tarde vai morrendo
Levando consigo tantas histórias de amor
Desejos que terminaram não acontecendo
Sorrisos que se transformaram em dor
A vida é como uma pluma levada pelo vento
Nas asas da imaginação
Tudo se transforma com o tempo
Da alegria a desilusão
A noite vem aparecendo
Sua magia aquece os corações errantes
A chama da paixão vai se ascendendo
Envolvida pelo perfume dos amantes

PARÁGRAFO

Folheando o livro
Da minha existência
Um parágrafo
Me fez recordar
Momentos que eu pensei
Que estavam esquecidos
Dos velhos lampiões
Iluminando toda rua
Dos meus primeiros Passos
Da emoção que sentia
Ao ver meus sonhos
Voando nas asas de uma pipa
Soberana, bailando no ar
Das borboletas coloridas
Que me acompanhava
A pequena escola
Do vento vagabundo
Que desalinhava
Meus cabelos rebeldes
Num desafio constante
Entre o certo e o errado
Do lirismo das paisagens incógnitas
De um mundo que era só meu
Que por ele passei
Sem saber que era nômade

VAZIO

Quando a dor da perda tomar conta do teu coração
E não mais me encontrares ao teu lado
Não permitas que contigo venha morar a solidão
Deixe que as lembranças a leve para o nosso passado
Desde início quando tudo começou
Da doce magia que nos envolveu
Do olhar fixo um no outro
Da louca paixão que nos estremeceu
Viva o último instante como se fosse o primeiro
Se entregue plenamente
Na metamorfose do minuto derradeiro
Que nos marcou eternamente.
Quando quiseres me encontrar
Procure no céu a mais cintilante estrela
Por que lá estarei a te contemplar
Não permita que eu venha te esquecê-la
Pois eu continuarei sempre a te amar
E se mesmo assim não conseguires me achar
Procure-me no orvalho da noite
Pois serei a brisa fria a te envolver num açoite
Mas, se ainda assim não me localizares
Procure-me no interior do teu ser
Pois eu estarei presente por onde andares
Serei o vazio que nunca irás preencher

MAR


Contemplo-te na tua beleza exuberante
No teu fascinante encanto
No teu semblante bravo e suave
E me deixo levar pela tua poesia
O teu magnetismo me atrai
Sinto-me insignificante para apreciar tua grandeza
Imutável cenário de extrema beleza
Que inebria os amantes
Fonte de inspiração que nos leva ao delírio
Contraste perfeito entre o inicio e o fim
Ouço a maviosa canção que brota do teu seio
Melodia de diferentes ritmos
Que me leva a sonhar
Nos braços da ilusão
Berço de tantas recordações
Teus segredos são indecifráveis
Nas dunas brancas que te rodeiam
Amores nasceram, outros morreram
Paradoxo entre o equilíbrio e o desespero
Dos que te procuraram e não mais voltaram
A coreografia mágica de tuas ondas
Envolve-me eternamente