sábado, 12 de janeiro de 2013

O RIO


Olho o rio que corre!
Sem compromisso e livre.
Em suas águas barrentas
A vida se faz presente.
De nascente desconhecida.
Imponente no seu curso,
Que a todos seduz
Com o seu encanto sublime.
Olho o rio que escorre!
Passa além do porto
E se vai sinuosamente.
No seu leito adormeceram
Para sempre sonhos
E realidades ocultas,
Que não tiveram tempo
De serem reveladas.
Olho o rio que deságua!
Num mar rebelde
Onde tudo termina.
O balanço das ondas
O leva pra longe.
Suas águas amareladas,
Agora são claras e esverdeadas
Da cor da esperança.

FÁBRICA DE ILUSÕES


Fabrica de ilusões,
Assim é o mundo.
Tão rico,
E tão pobre.
Encontro de emoções,
Que nos toca no mais profundo.
Cenário de um circo,
Com plateia nobre.
Obra prima
De um cineasta sonhador.
Produzido por um roteirista.
Mágico de um espetáculo
Cortante como a esgrima,
De um lutador.
Bailarino equilibrista,
Preso nos tentáculos
Do destino.
Que a tudo controla,
No mais completo
Anonimato.
O mundo é um desatino.
É uma grande marola
De bobos repletos.
Num universo de autômatos.

IMAGEM


O brilho que brotou
Dos seus olhos,
Conquistou-me.
Senti uma sensação diferente,
Quando lhe encontrei,
Você me olhou
Disfarçadamente e se foi.
Nunca mais lhe esqueci,
Procurei lhe encontrar
No meu passado,
Mas você já não estava.
Tentei lhe achar
No meu presente,
Mas tinhas acabado de sair.
Aguardei o futuro
Na esperança de você voltar,
Mas tudo foi em vão
Você não apareceu.
Sumiu diante de mim
Sem dizer uma palavra.
Não sei de onde você veio,
Nem tão pouco seu nome,
Quem sabe você foi uma imagem
Que minha mente criou.