quinta-feira, 25 de junho de 2015

O AMOR (CRÔNICA)


     Que sentimento é este? Que invade o nosso ser, que nos faz senhor e escravo, que se manifesta através de sorrisos e lágrimas, que ora é espinho encravado em nosso âmago, ora é flor desabrochando em um ponto perdido do nosso ser. Seu perfume nos inebria e nos faz sonhar e percorrer as estradas desertas do seu reinado.
     Que sentimento é este? Que nos vira do avesso e nos envolve com a sua magia e nos faz acreditar no fascinante mundo das ilusões, é como se um fogo de chamas invisíveis nos queimasse por dentro. Não tem cor, nem idade. Tem o poder de nos transformar em marionetes que são manipuladas pelas emoções do teu desejo.
   Que sentimento é este? Que tem a pureza e o encanto de um anjo oculto que está sempre ao nosso lado nos iluminando com o seu brilho. Que inesperadamente se vai nos abandonando quando menos esperamos, deixando na boca o sabor amargo do adeus.   
  Que sentimento é este? Às vezes nos parece tão frágil como às folhas secas do outono, esvoaçando em seu balé de despedida, em outras, tem a tenacidade dos grandes guerreiros que se imolam diante dos deuses do olimpo dos amantes.  
  Que sentimento é este? De tantas faces e tantos disfarces que nos confunde com o mavioso canto da sedução, que nos leva a passear pelas  nossas lembranças levados pelo ilusionismo da carruagem do tempo. Que nos impõe a sublime renúncia quando a felicidade se torna impossível de ser nossa companheira.
  Que sentimento é este? Que nos deixa, tão submisso às suas vontades e vaidades, aos seus caprichos desvairados, que tem a magia das conquistas, o conforto das derrotas, que tem o imenso poder de nos levar pelos caminhos das metamorfoses, que não escolhe classe social habita e faz morada no coração de nobres plebeus.

 Que sentimento é este?  Que nos faz amar e ser amado.       

domingo, 21 de junho de 2015

VIROU MANIA

Sinto o cheiro de primavera
Passando por mim!
Escuto o canto da infância
Nos jardins que me rodeiam.

Mergulho no frescor
Da fonte da juventude,
Purifico-me na tentação
Dos seus pecados.

Queria tanto poder voltar
Ao meu primeiro estágio
Mas, o tempo é implacável,
E me joga na cara

Suas pragmáticas mudanças.
Aos poucos a transfiguração
Vai se completando
E, as lembranças,

Vão ficando pelos caminhos.
São retalhos de uma era
Que percorri pelos atalhos
Das estradas do coração.

Encontro-me perdido
Numa esquina
Qualquer da vida;
Imagem que se tornou virtual

Aos olhos da mocidade,
Que se propaga no infinito
Mundo das recordações
Que virou mania.















quinta-feira, 18 de junho de 2015

VIRTUAL IMAGEM


Vejo seu corpo na miragem
Dos meus devaneios.
Embriago-me com o aroma
Do seu perfume,

E me enrosco nos fios
Negro dos seus cabelos
Cintilando sob a luz
Prateada do luar.

Você me enfeitiçou
Com seu sorriso
De santa profana.

E me fez acreditar
Na pureza do seu amor;
Na doçura dos seus beijos.

No ébano do seu corpo
Eu me perdi,
E me encontrei
No incontido desejo

Que me banhou na cascata
Cristalina do prazer,
Que me consumiu
Na chama ardente do pecado,

Que me condenou
A lhe amar eternamente.
Sinto o seu cheiro
Nos meus sonhos.

Na ilusão que domina
Meu pensamento
Perco-me na virtual imagem
Que um dia foi real









domingo, 7 de junho de 2015

UM TEXTO


Eu te encontro
Nos meus versos,
Tu és a inspiração
Das minhas poesias.

Cubro-me com o manto
Que te aquece
Nas noites de inverno,
E me batizo no sal do teu suor.

Eu te vejo
Nas minhas rimas
E canções
Que canto ao vento.

Escrevo o teu nome
Na areia do canteiro
De um jardim
Que era só nosso.

Sinto o aroma das flores
De uma primavera
Que juntos vivemos;
Tua magia, tua pureza,

Aquele beijo gostoso
Que uniu nossos lábios,
Que quebrou o tabu
De um amor proibido.

E nas páginas amareladas
Pelo tempo
Um texto já sem cor
Com principio, meio e fim.

Vislumbro na estrofe
De um poema derradeiro;
A lembrança que ficou
Uma imensa saudade.