terça-feira, 25 de abril de 2017

O MAR (CRÔNICA)



          O mar sempre me fascinou, seu magnetismo; seus mistérios me atraem suas águas me purificam e me deixo ser levado pelos seus misticismos, fonte das minhas inspirações, diante da sua maviosa pureza eu me encontro com a inspiração que me faz traduzir através das palavras a minha sensibilidade que dá forma ao que eu escrevo. Sua imensa grandeza me faz pensar na essência da vida como um ser especial, criado por Deus, para admirá-lo em toda à sua plenitude.
          O sol começa a acordar, seu universo aquático se reveste de um brilho dourado que produz caricaturas belíssimas, que não consigo decifrá-las, pois estão além da minha compreensão, abaixo dele existe um outro mundo desconhecido, onde se desenvolvem outras vidas, refúgio de civilizações não conhecidas, no entanto, elas estão lá nas profundezas oceânicas e talvez sejam delas que emanam todo o campo magnético que me induz a lhe amar tanto assim.
          Oh! Mar, mar; das lembranças; dos segredos que dividimos ao longo do tempo; dos amores efêmeros que se foram como o vai vem das suas ondas que banham à minha alma e me revela todo o seu sobrenatural e que me faz repensar meus conceitos e valores. E, quando a emoção de lhe contemplar mais uma vez me domina e alimenta às minhas ilusões, eu viajo pelos meus intrínsecos caminhos, que a saudade deixou para serem percorridos, enrosco-me nos espinhos que tanto me marcaram ao longo da caminhada; me reencontro com meus jardins que julguei perdidos em meio aos bosques da adolescência, sinto o aroma das flores trazida pela suave brisa que passeava solta e fagueira, enquanto eu meditava ao entardecer.     
          Desperto da virtual trilha realizada através da minha memória, onde repousam às minhas recordações, e, mais uma vez sou impactado pela sua apoteótica imagem, a formosura das suas águas claras é um convite frenético a sentir o seu toque afrodisíaco no meu corpo. Mas, prefiro não me aventurar, pois tenho medo de não voltar; de ser enfeitiçado pela à sua magia e ficar para sempre adormecido em seu seio. Ainda não é chegada a minha hora, prefiro lhe cultuar através dos meus versos que dão vida às minhas rimas, sinto uma lágrima rolando pelo meu rosto a fora, que aos poucos se vai, levada pelo vento suave do crepúsculo que chega. Dentro em pouco não lhe verei mais, apenas escutarei o sussurro das suas ondas quebrando a realidade dos meus sonhos. As imagens que vivenciei, jamais serão apagadas, permanecerão gravadas para sempre na retina dos meus olhos.
         Lá no alto a lua desponta, seus raios de néon desenham em sua superfície espelhada uma das mais belas paisagens da natureza, o azul do céu retratado no seu verde tornando-o mais encantador. Só então, eu percebo que à noite chegou e começo a trilhar o percurso da volta, deixando às marcas dos meus passos serem cobertas pelas suas neblinas.