A tarde acena na tosca despedida de mais um dia que
se vai e não volta mais, o que fiz ou deixei de fazer já é passado, não dar
mais para corrigir o que errei e nem tão pouco comemorar os meus acertos. O
relógio do tempo adianta os seus ponteiros e a vida segue o seu curso normal,
deslumbrante como a flor que desabrocha nos jardins da primavera, no entanto, o
seu reinado é efêmero como o arco-íris, que surge por entre às nuvens
cinzentas do inverno, e desaparece furtivamente sem que possamos fotografar à
sua apoteótica passagem.