domingo, 12 de dezembro de 2010

EGOÍSMO

Estamos presos
Em nosso mundo
Reféns de nossas
Atitudes impensadas
Das nossas ações
E atos inconsequentes
Criamos nossas grades
Em prisões fechadas
Isolamo-nos nas sombras
Dos nossos ressentimentos
Transformamos nossos sonhos
Em pesadelos de amarguras
Afastamo-nos da felicidade
Quando não aceitamos desculpas
Deixamos a esperança ir embora
Quando não acreditamos na vitória
Somos levados pelas ondas
Do desespero quando a inércia
Toma conta do nosso ser
Somos incapazes de perdoar
Quando não permitimos que o amor
Faça morada em nosso coração



PROCURA


Uma canção que vem de longe
Faz-me recordar você
Acordo de um sono profundo
E me vejo ali sozinho
Buscando encontrar
Nos fragmentos do nosso amor
Um pouco do muito que vivemos
Daquele olhar sedutor
Que me conquistou
Quando te encontrei
Eu não pensei no futuro
Vivi o presente
E esqueci que ele era momentâneo
Nômade como nossos sentimentos
E por entre as sombras
Que me rodeiam
Eu percebo que tudo foi miragem
De um eterno sonhador
Que procura nas cinzas que ficaram
Aquela magia que nos enfeitiçou
Amamos sem limites
Sem saber que tudo
Era uma atração passageira

MEDITANDO


Nas correntezas da minha vida
Vi os meus sonhos sendo levados
Foi como uma brincadeira de criança
Eles se foram sem que eu percebesse
Das recordações contidas em minha solidão
Pouco restou para ser lembrado
O tempo não me permitiu que eu esquecesse
Das manhãs de inverno
Da chuva fina batendo na janela do meu quarto
Das minhas tardes de outono
Correndo pelos campos da minha infância
Dos dias perfumados pela primavera
Quando colhia as flores encantadas do meu jardim
Das quentes noites de verão
Que aqueciam minha juventude colorida
Pelas estrelas cintilando
Nas correntezas dos meus sonhos
Tudo se foi rapidamente
E eu fiquei sozinho a pensar
Como se fosse antigamente
E só então eu descubro que não estou mais aqui
Eu também fui levado pelas águas do rio
Da minha existência.