domingo, 2 de setembro de 2018

LEMBRANÇAS DO TEMPO


Ele se vai lentamente!
Passa por mim
Sem que eu perceba;
Leva consigo parte
Da minha vida,

Imperceptíveis cicatrizes
Que brotaram do ínfimo
Do meu ser.
Deixa no meu rosto suas marcas,

Vincos que ficarão para sempre
No semblante que outrora
Foi menino de pele macia;
Como a flor do amor.

Vejo-o flutuando, 
Por entre as nuvens brancas
 Do firmamento azul,
Que embalou meus sonhos.

Meu olhar se perde na distância
Do infinito das lembranças
Que me acompanham.

Enrosco-me nas tranças douradas
 Das puerícias manhãs,
No tênue aceno da mocidade
Em meio a neblina das tardes.

Contemplo o brilho das estrelas,
Que me faz recordar
A fascinante beleza
Das noites de antigamente.