sábado, 11 de dezembro de 2010

QUADRO


Pra não te dizer adeus
Resolvi esquecer
Que nos conhecemos
Que tudo mudou
Que já não somos os mesmos
Que o que construímos
Foi uma mera ficção
Um quadro sem moldura
Que pintamos por pintar
Que tudo que vivemos
Foi por acaso
Nada mais que uma aventura
Que nunca deveríamos
Ter nos encontrado naquela noite
Que mentimos um para outro
Ao dizer que nos amávamos
Que nunca iríamos nos separar
Pra não te dizer adeus
Abri mão dos meus sonhos
Acreditei em uma realidade falsa
Que as tuas juras de amor
Era apenas fingimento
Que estaríamos juntos para sempre

QUERO TE AMAR


Quero te amar
Só mais uma vez
Antes de partir
Não podemos
 Mais alimentar
Esse amor proibido
Sofrer é a rotina
Dos que amam
A renúncia é a eterna
Companheira
Dos que sofrem em silêncio
Dentro em pouco
Já não mais nos veremos
Restarão apenas recordações
Quero te amar
Só mais uma vez
E no momento derradeiro
Levar comigo
A essência do teu corpo
Nos meus lábios
E te dizer mais uma vez
Te amo



ESQUEÇA


Esqueça que um dia eu te amei
Que o nosso corpo foi um só
Que ocupamos os mesmos espaços
Que vivemos um para o outro
Esqueça que a felicidade
Bateu em nossa porta
E a mandamos ir embora
Dos planos que fizemos juntos
Esqueça da emoção
Do abraço que nos envolveu
Do sabor do nosso primeiro beijo
Do desejo proibido que nos consumiu
Esqueça do amor puro e sincero
Que julgamos ser verdadeiro
Que fez morada em nossos corações
Que nos envolveu completamente
Esqueça que nos pertencemos
Que tudo foi tão maravilhoso
Que não percebemos
À distância chegando
Que tudo poderia
Ter sido diferente

BUSCA


Quando tudo acabar
E eu não estiver
Mais neste plano
Me procure em um bosque
Pois eu serei o silêncio
Das matas, que a tudo
Escuta sem poder falar
Me procure numa trilha
Deserta, pois eu serei
Como o grão de areia
Que você ignorou
Me procure na flor
Que desabrocha
Pois serei o aroma
Que estará brotando
De suas pétalas
Me procure em uma cachoeira
Pois minhas lágrimas
Estarão ali te banhando
Serei o pranto
Umedecendo sua face
Me procure dentro de você
Pois eu estarei presente
No palpitar do teu coração

SEM RUMO


Uma lágrima dos meus olhos brotou
Gotas de ingratidão
Que pelo meu rosto rolou
Não consegui conter a desilusão
Trilho uma estrada virtual
Cortada de flores e espinhos
Curvas que não parece ter final
Vielas de estreitos caminhos
 Me vejo num cais abandonado
Sou passageiro de um veleiro sem rumo
Que parece flutuar em meio a um tornado
Como uma miragem por entre a neblina sumo
Voei por muitos mundos
Me abriguei do frio das madrugadas
Em lugares profundos
Me perdi em tantas encruzilhadas
Por entre as estrelas adormeci
Veio a lua e despertei
E não me reconheci
Um breve aceno e nunca mais voltei