domingo, 14 de dezembro de 2014

APENAS UMA VIAGEM

Talvez a vida seja
Apenas uma viagem;
Um momento que enseja
Uma passagem.

Uma luz que se acende;
Exórdio prematuro
Que transcende
O futuro.

Fases de uma permanência
No universo
Da existência,
De um mundo controverso.

De tantos cruzamentos;
De estradas secundárias
Marcadas pelos os tempos
Das variantes temporárias.

Há! A vida!
Cada capítulo
Um, início, uma partida,
Um novo título.

Contos editados
A cada dia.
Parágrafos marcados
Pela realidade e fantasia.

Narrativas que se repetem
Em uma única edição.
Textos que se sucedem
Repletos de emoção.

Uma história
Que se escreve,
E se guarda na memória,
Pois ela nunca prescreve.







sexta-feira, 21 de novembro de 2014

HÁ MOMENTOS

Há momentos que eu brinco
De ser criança!
Rolo pela grama
Verde dos velhos campos
De antigamente.
O clarão da lua
Ilumina meus desenhos
 Na enrugada areia
Das brancas dunas,
Que me rodeiam.
E o tempo vai passando,
Enrosco-me
Em sua espiral abstrata,
Mesmo sabendo
Que não posso contê-lo;
Eu embarco
Em sua carruagem
Invisível,
Repleta de sonhos
E, me transporto,
No expresso
Das minhas lembranças,
Que transfigura meu corpo,
E faz despertar
O meu espírito menino;
Que cavalga pelos prados
Da minha infância
Adulta.

      




sábado, 1 de novembro de 2014

E, LÁ VOU EU


As horas vão passando
Lentamente;
Os ponteiros da minha
Existência se cruzam.
Entre chegadas
E partidas
O mundo gira.
Sigo seus controversos
Trajetos.
Sou arrastado
Pelas suas correntezas.
Passo pelos folhetins
Da vida,
Deixo uma página
Escrita,
Que será publicada
Não sei quando!
Talvez! No mural
Do o amanhã
De um novo tempo.
E, lá vou eu,
Juntando meus retalhos,
Que uma força maior
Transformou em pétalas;
Espalhadas pelos caminhos
Que trilhei
Tangidas pela brisa mansa
De uma saudade,
Que afagará
O rosto amigo,
Que compartilhou comigo
A maravilhosa viagem
Do viver.














sexta-feira, 31 de outubro de 2014

ANÔNIMOS

O vento que passou
Levou consigo
Minhas lembranças.
Estático fiquei
Sem nenhuma referência,
Percorri as veredas
Do ontem,
Em cada canto
Senti sua ausência.
Caminhando pelos atalhos
Do hoje,
Não lhe reconheci.
Seu olhar me pareceu
Distante sem aquele
Lindo brilho,
Que um dia me encantou.
Seu sorriso
Já não era o mesmo
Que outrora
Decorou seus vistosos lábios.
No seu meigo rosto
Os traços marcantes
Imposto pelo tempo,
Que não perdoa
E nem retroage
Ao passado.

sábado, 20 de setembro de 2014

ÀQUELA CANÇÃO

Hoje escutei!
Num rádio a tocar
Àquela canção;
Que um dia embalou
Nossos sonhos.
Que nos fez rir;
Que nos fez chorar,
Que foi o fundo musical
Do nosso amor.
Que fez berço
Em nossos corações.
Que nos transformou
Em um só corpo.
Acordei quando a saudade
Tinha adormecido,
E por um instante
Mergulhei na minha
Realidade virtual.
Esqueci o presente,
E viajei
Pelos caminhos
Que outrora percorremos.
Suas belas trilhas floridas
Cobertas pelas pétalas
Dos prazeres.
Nossas aventuras,
Alucinante paixão
Que nos inebriou,
Com o seu aroma
Aquecendo nossos desejos.


sábado, 13 de setembro de 2014

RUMO

Meus pensamentos!
Voam nas asas
Dos ventos,
Que açoitam as matas.

No silêncio das palavras,
No meu canto mudo,
Que acalentava
Meu mundo.

Meus sentimentos!
Cavalgam pelos campos
Do tempo
Iluminados pelos pirilampos;

Das noites de luar,
Das suas magias
Que me faz lembrar
Minhas poesias;

Inspiradas no encanto
Das madrugadas.
No seu brilhante manto;
Nas suas partidas e chegadas. 

sábado, 6 de setembro de 2014

SAINDO

Já é tarde
Eu já me vou!
Deixarei minhas marcas
Como lembrança.

Parto sem alarde!
Como o vento que passou
No silêncio das madrugadas;
No descortinar da esperança.

Contemplo o bordado
Do amanhecer,
Sua beleza fascinante
Que cativa meu espírito.

Sonho acordado!
Não consigo esquecer,
Àquela estrela cintilante
Que iluminou meu abrigo.

Lá se vou eu!
Dividindo meus caminhos
Com a solidão.
Vou sumindo,

No olhar um adeus.
Flores e espinhos
Levo no meu coração.
Estou saindo, estou partindo.  







sábado, 30 de agosto de 2014

DESFOLHAR

Há! Como foi extasiante
A primeira vez!
Nossos corpos se tocando,
Encontrando-se na volúpia
Que tomou conta do nosso ser.
No incontido desejo
De nos possuirmos;
De descobrir
O prazer do desconhecido,
De desfolhar os segredos
Do amor;
Suas fantasias,
Seus fetiches.
Suas utópicas fronteiras,
Que nos fez prisioneiros
De um mundo mudo;
Tão profano
Que nos envolveu
Com seus pecados.
Maravilhoso momento
Que desnudou
Nossos preconceitos,
E nos fez acreditar
Na pureza do seu encanto.
Que nos banhou
Na cascata cristalina
De sua sedução.

sábado, 23 de agosto de 2014

PEÇA

Deixe a tristeza
Pra lá!
Voe para os braços
Da alegria.
Troque a máscara
Da realidade
Pela a do sonho,
E caia na folia.
Embarque no bloco
Da magia,
E se deixe flutuar
Nas ondas do lúdico
Momento, que o prazer,
Proporciona aos súditos
De um reinado encantado;
Onde a ficção
Da o tom da melodia,
De um samba-enredo
Composto pela vida,
Que puxa
A alegoria da saudade.
De adereços virtuais,
Projetada por um ilusionista
Que fez de você a peça
Principal de sua harmonia. 

sábado, 16 de agosto de 2014

SOU EU

Sou um viajante
Da emoção!
Das madrugadas flamantes
De verão.

Sou passageiro do tempo
De uma sonhadora boêmia;
Das canções levadas pelo vento,
De uma saudosa nostalgia.

Sou fragmentos dos amores,
Que nas telas da vida
Pintei com diversas cores.
Eterna lembrança adormecida.

Retratos amarelados
De épocas vividas,
Pelos caminhos espalhados,
De uma história não lida.

Sou parte de uma saudade;
De um sonho lindo
Iluminado pela felicidade
De uma flor se abrindo.

Vivi intensamente!
Sou a recordação do passado,
Sou o brilho do presente,
Amei e fui amado.

  











  

domingo, 3 de agosto de 2014

DESCONHECIDOS

Um dia a gente se encontrará,
Talvez por acaso,
Ou quem sabe!
Quando nossos caminhos
Cruzarem-se outra vez.
Seremos anônimos
Num tempo,
Que já não será
Mais o nosso.
Nossos semblantes
Já não mais retratarão
O que fomos.
Será que nos reconheceremos?
Será que em nossos olhares
Ainda existirá
O brilho daquela estrela,
Que numa noite bela
Contemplamos.
Talvez não!
Seremos apenas desconhecidos
Perdidos em meio ao turbilhão
Que nos transformou;
Que nos levou
Para mundos diferentes.
Que virou às páginas
Dos nossos sonhos.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

A NATUREZA

Estou cercado pela esperança!
Meu olhar contempla
A beleza natural
De um mundo diferente.
Seu bailado encantado;
Palmeiras e cajueiros,
Mangueiras e coqueiros,
Margaridas e cravos
Entrelaçam-se
Por entre as folhagens
Das roseiras,
Ensaiando a coreografia
Da mãe natureza.
O florescer
De uma nova vida.
Sua linguagem mímica
Exprime o clamor.
Um grito de alerta
Que a humanidade
Não entende,
E aos poucos
Vai destruindo
Sua existência.
O verde da paisagem
Que me circunda,
Deixa-me fascinado.
Embriago-me
Com a sua essência,
Com o frenético
Aceno de paz
Que emana
Dos seus toscos braços.







segunda-feira, 28 de julho de 2014

CLAMOR

Meu grito eclode
No silêncio
Da alma.
Perde-se na imensidão
Do infinito,
Que abriga
Minhas ilusões.
Meu coração
É um andarilho,
Um nômade.
Escravo dos amores
Inconstantes,
Que em seu seio
Fizeram moradia.
Minha voz!
É um sibilo
Que se perde
No vácuo das paixões
Proibidas.
Renegado sentimento
Que ficou sem guarida
Vagando a esmo.
Encontro-me no meu canto!
Na partitura da vida
Sou envolvido pela sua
Maviosa canção.
De harmonia indefinida,
De notas e tons marcantes.
Que me faz reviver
O que não pode
Ser esquecido.
Em cada verso
Um rima de saudade,
Que se vai com o vento
Sem destino.

domingo, 27 de julho de 2014

MINHA TERRA

Sinto o cheiro da terra
Onde nasci.
Da imponência de tuas serras
Que não conheci.

Pelos teus campos
Não caminhei,
Não viste meus prantos.
No meu silêncio me calei.

Cresci na cidade grande
Sem te conhecer.
Procurei-te no meu horizonte,
E não te vi aparecer.

Pátrio torrão,
De mil riquezas.
Princesa de uma nação,
De eterna singeleza,

Que a natureza esculpiu.
Do teu seio profundo
Brotam tuas pedras preciosas,
Que encantam o mundo,
Com tuas belezas graciosas.

Tu me viste nascer,
Mas eu tive que partir
E, em outras plagas crescer,
Em busca do porvir.

Luar prateado
Do meu sertão,
Que iluminam teus prados
E adorna meu coração.