O sono não chega, e eu, me vou pela madrugada
afora desafiando o cansaço, meus medos, tentando encontrar meus caminhos, quem
sabe se encontrarei? Talvez! Seja apenas uma fantasia, mais um encanto noturno,
como a aragem suave e fagueira, que bate no meu rosto marcado pelos desafios da
vida, traiçoeiros, como os pesadelos que me atormentam durante os meus sonhos.
Suas ilusões passageiras que me escravizam e me fazem acreditar que tudo é temporário
como as chuvas de verão que nos aquece no virtual mundo de uma realidade que
nem sempre aceitamos.
Ah! Vida minha; cheia de cheiro,
cheiro de amor que por mais que eu tente jamais conseguirei retratá-la através
das palavras, tão linda, tão pura, tão curta, que me fez acreditar no abstrato
sentido de viver. Nos anseios que alimentei sem saber que tudo que vivemos é
apenas questão de momentos, pois o tempo não perdoa, é um implacável juiz que
impõe suas sentenças sem nos dá o direito de contestá-las, portanto, sempre
procuro viver o efêmero presente como se fosse o último, pois, não sei se aqui
estarei quando o amanhã chegar, não sei se verei a beleza do sol anunciando o
nascer de um novo dia.
Assim sigo o meu caminho, andarilho
sem destino que começou sua caminhada por entre às estrelas de uma linda noite
de verão, de luar prateado, refletindo seus raios de néon por entre as serras de
uma bela cidadezinha do interior. Soprava uma airosa brisa que me trouxe nas
asas de um sublime amor, tão doce, tão terno.
E, o tempo passou e me levou junto
consigo norteou meus passos pelas estradas e vielas da cidade grande que me viu
crescer, e me adotou como filho legitimo. Hoje do alto do mirante da minha
existência, contemplo às paisagens da vida, suas fases, a evolução dos seus
ciclos, sinto o aroma da maturidade trazido pela idade que chega e avança sem
que eu possa contê-la, não consigo sustar às lágrimas, pois vejo que a escalada
da longa estrada do viver neste mundo se aproxima rapidamente do seu topo.
Sinto que à minha missão, está
chegando ao ápice da longa caminhada que um dia empreendi por essas terras
abençoadas por Deus, que me designou tão nobre missão de desempenhá-la em solo
brasileiro. E, então eu choro, choro por todos aqueles que amei, amo e amarei, pois,
o amor nunca morre, ele é imortal é infinito como o ar que respiramos.
Sou aquele andante que vagueia pelos
palcos, de um teatro vazio, onde os aplausos só existem nas minhas lembranças,
nas imagens sem maquiagem que desfilam pelo meu pensamento. Revejo o script da
minha história e encontro um anônimo texto empoeirado perdido no recanto do camarim,
que não cheguei a interpretá-lo, talvez tenha sido melhor assim! Não saber o
conteúdo da próxima cena.