domingo, 27 de novembro de 2016

TÃO LONGE



Que não me falte
O sorriso da alegria,
Quando a tristeza
Bater em minha porta.

Que eu tenha sempre
Em minhas mãos,
O lenço branco da paz
Para enxugar

Às lágrimas da ingratidão.
Que os meus braços
Nunca se cruzem
No momento do perdão.

Que o meu abraço
Sirva de aconchego,
Contra o frio da solidão,
De um amor renegado.

Que eu sempre tenha
A humildade de reconhecer,
Meus erros e acertos,
Sem temer às críticas.

Que meu olhar,
Nunca perca o brilho,
Das grandes vitórias
Diante das derrotas.

Que minha voz,
Jamais venha se calar
Perante às injustiças,
Praticadas pelos insensíveis.

Que o meu canto
De júbilo,
Possa se propagar
Levado pelo vento da liberdade.

Que eu nunca deixe de sonhar
Pois, se isso acontecer,
A vida já não terá
Mais sentido para mim.

Que eu seja a minha
Própria referência,
Sem nenhuma marca
Que possa macular o meu caráter.

Que eu seja um pouco
Do tudo que vivi;
E quando chegar ao final

Do meu caminho,
E, olhar para trás,
Eu possa agradecer a Deus
Por ter chegado tão longe.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

VIDA MINHA




Você é como a água
Que escorre
Na cachoeira do tempo.

Sinto seu cheiro
Suas transformações
Mas, não consigo tocá-la.

Ao despertar a cada manhã
Você sempre está presente
No pulsar do meu coração,

No precioso sangue
Que passeia pelo meu corpo
Você me leva
Por tantos caminhos.

Joga-me na cara
Desafios que às vezes
São quase intransponíveis.

Faz-me lembrar de fatos antigos
Que vivi em outras épocas
E se tornam evidentes
Em minha mente.

Você é uma incógnita
De uma equação
De parâmetros desconhecidos
De resultados imprevistos,

Que nem sempre
Atende meus anseios.
Nos seus mistos trajetos
Eu me perco,

E me encontro
Em meio a vendavais
E brisas fagueiras
De um mundo estereótipo

Aos meus sonhos;
De idas e voltas
Você é uma chama viva
Que um dia se apagará.








sábado, 8 de outubro de 2016

PROCEDÊNCIA



Eu venho de longe!
Das campinas floridas;
Dos vales verdes
Da esperança.

Eu venho de um regato
Chamado saudade,
Que invade o meu ser
E transforma minha alma.

Mergulhei nas águas mansas
Dos riachos do tempo
E, me deixei ser levado,
Pelas suas turvas correntezas.

Navego pelos oceanos
Das recordações,
E me encontro com a sedução
Dos olhares que me possuíram,
E desnudaram meu corpo.

Sou como as nuvens
Passageiras, que o vento,
Transporta em suas asas,
Quando chega a madrugada.

Afogo-me nos igarapés
Das brisas das lembranças.
Dos suaves murmúrios
Que me acalentaram

No colo dos amores;
Que me consumiram
Nas noites profanas;

Que me embalaram,
Nas mornas ondas,
Dos mares dos prazeres ocultos.

Eu venho do silêncio!
Dos campos adormecidos
Pelo canto das cigarras,
Que enfeitiçaram meu coração.

Contumaz amante
Das ardentes paixões,
Que me fizeram prisioneiro
Dos seus caprichos.