sábado, 18 de agosto de 2012

REALIDADE


Hoje senti um vazio
Sem fim!
Percorri as páginas amareladas
Da minha agenda.
Contemplei os números
Ali gravados,
E uma saudade
Bateu forte no meu peito.
Um telefone estridente
Tocando na madrugada.
Ligações que às vezes
Nem se completavam.
Hoje me senti sozinho!
Parei diante
Da minha galeria
De fotografias.
E ás lágrimas
Sem nenhum aviso,
Começara a rolar
Pelo rosto afora.
Só então percebi a realidade;
Vocês estão num mundo
Onde meus olhos,
Já não podem mais encontrá-los.

QUEM SOU EU


De onde venho?
Pra onde vou?
Quem fui?
Quem sou?
Não sei!
Talvez eu seja a água
Que te banha e mata
Tua sede.
Quem sabe!
 O sol que te aquece
A cada amanhecer.
Quem sabe!
A brisa da tarde
Que desalinha
Teus cabelos,
E te umedece
Com o teu perfume
Quem sabe!
Sou o sorriso que brotou
Em teus lábios,
O luar prateado
Que te faz sonhar.
A estrela mais brilhante
A te iluminar.
Quem sou eu?
Não sei!

RISQUE


Quando teu olhar,
Não mais encontrar
Os meus.
E a minha voz,
Não mais escutares.
Quando não mais sentires
O aroma do meu perfume.
O calor do meu abraço,
Aquecendo-te do frio
Das madrugadas.
Quando no teu coração
Sentires o vazio
Da ausência,
Não mais me procures.
Apague a minha imagem
Do teu pensamento.
Risque meu nome
Da tua agenda.
Quando adormeceres
Não te iludas,
Com a ilusão
Da minha presença.
Pois serei apenas um sonho
Que passou em tua vida.

RARA BELEZA


Quando às nuvens
Encontram-se produzem
Caricaturas virtuais,
Que me fazem recordar
A infância distante.
Desenhos imaginários
Criados pela
 Minha imaginação.
Vento das minhas lembranças
Que vai e volta,
Misturando sonhos
E realidades.
Que me transporta
Por entre as estrelas,
Que me fascinavam
Com o magnetismo
Do seu brilho.
Quando às nuvens
Encontram-se me conduzem
Pelos caminhos do tempo,
Empoeirado pela metamorfose
Da vida.
Momentos de rara beleza
Que deixaram suas marcas.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

DISFARCE



O amor é mesmo assim!
Toma conta da gente
E transforma
Nossos sentimentos.
É impactante ao ocupar
O coração.
Tem o dom dos disfarces
Para nos conquistar,
E nos leva
A cometer enganos
De amar loucamente,
Sem retorno.
E viver sempre acreditando
Que tudo vai mudar,
Que a meiguice
De outrora
Breve voltará;
Que a hipocrisia
Do sorriso
Sumirá dos nossos lábios!
E tudo será
Como antigamente;
Lindo e maravilhoso.

DIGA NÃO AO TEMPO


Diga ao tempo!
Quando ele
Passar por você
E lhe convidar,
Para acompanhá-lo;
Que ele pode seguir
O seu caminho,
Pois você precisa
Ficar só mais um pouco.
Que não importa
Se o seu rosto
Não é mais o mesmo.
Que às curvas
Do seu corpo,
Tornaram-se retilíneas;
Nada mais é relevante.
Diga ao tempo!
Que você não está nem aí!
Pra às mutações,
Que ele lhe impôs
Ao longo da vida.
Que nada mais lhe assusta.
Que hoje você não precisa
Mais dele pra ser feliz.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

DESILUSÃO


O orvalho da madrugada
Já se faz presente!
A rua está deserta.
A lua já se recolheu.
Retalhos dos amores,
Que não aconteceram
São levados pelo vento.
Uma estrela solitária,
Parece guiar os passos
Dos desiludidos;
Incompreendidos;
Que buscam
No silêncio,
Um abrigo para sua solidão.
A vida já não tem sentido,
Tudo acabou.
Do último encontro
Nada mais restou.
Um breve aceno,
E nada mais.
Caminhos que se tornam virtuais,
Que não tem retorno,
Pois fazem parte
De uma história fictícia.

FLOR MORENA


Procurei nas minhas
Caminhadas,
Uma flor que me ensinasse
A amar!
Que não tivesse o efêmero
Dos perfumes.
Que tivesse a doçura,
Dos lábios
Da mulher amada.
Procurei nos meus sonhos
Uma flor!
Que ornamentasse
A minha vida,
Com as matizes da paixão.
E na suavidade
De suas pétalas,
Acalmar os meus anseios
De pecar.
Procurei no meu jardim
E te encontrei!
Tão linda e tão bela,
Flor menina, flor mulher.
Flor morena, que incendiou,
O meu coração.

COQUEIRAIS


Ha! Meus velhos coqueirais!
Que ornamentavam,
A minha praia deserta.
Teus frutos mitigaram a minha sede.
Sob as tuas folhagens,
Protegi-me do sol abrasador,
E descansei quando a fadiga,
Dominava o meu corpo.
Há! Meus velhos coqueirais!
Confidentes de todas às horas,
Que ocultavam meus segredos.
E acolhiam meu pranto
Em forma de seiva.
Lembranças que ficaram
Das lindas manhãs,
Ensolaradas, das velas brancas,
Deslizando suavemente
Sobre as águas azuladas do mar,
Pontilhando o horizonte distante.
Das tardes fagueiras,
Que se despediam num revoar de gaivotas.
Das madrugadas enluaradas,
Das paixões, dos amores,
Que se foram pra sempre.

ESTRELA PERDIDA


Estrela perdida!
Que cintilou no meu mundo;
Iluminando meus caminhos,
Que me fez acreditar
No ilusionismo do seu brilho;
No fascínio de sua atração;
No magnetismo do seu olhar.
Não sei de onde você veio.
Nem qual é sua constelação,
Talvez, seja uma deusa
Desgarrada do universo
Que por aqui passou.
Canção maviosa
De origem desconhecida,
Que me fez bailar,
Nas ondas mansas
De um mar encantado.
Estrela perdida!
Esplendor do firmamento.
Sempre presente
Nos meus sonhos.
Irresistível tentação
Que me levou acreditar;
Que você poderia ser real.