quarta-feira, 30 de novembro de 2022

MINHAS PALAVRAS

 

De repente elas se foram

Não sei para onde partiram

Talvez, tenham sido levadas

Pelos pássaros em suas revoadas,

 

Junto com os versos e rimas que redigi

Pelos caminhos que certa vez percorri

Salpicados pelas pétalas da paixão

Que me inspiraram nas notas de uma linda canção.

 

Palavras, que deram vidas aos meus poemas,

Envolvente como o perfume do vento

Que purifica as flores das alfazemas

Nos canteiros do tempo.

 

Lágrimas que derramei ao amanhecer

Quando não consegui mais escrever

E, no meu pensamento não mais as encontrei.

Nos meus acervos em vão procurei

 

Mas só me restaram fragmentos.

Através de vocês expressei meus sentimentos

Que me visitavam nas frias madrugadas

E traziam as lembranças das mulheres amadas.

 

Sei que em breve nos encontraremos,

Quem sabe, nas estrofes de uma poesia

Em suas magicas linhas, outra vez nos veremos,

No ritmo inebriante de uma maviosa melodia.

 

Palavras, simples de tantas emoções;

Companheiras fies das minhas ilusões.

Palavras, dos momentos de felicidades.

Palavras, que me deixaram tantas saudades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 27 de novembro de 2022

PORTO DOS ANJOS (CONTO)

  

       Os acontecimentos sobrenaturais transcendem a essência humana, ultrapassam as leis naturais. A paranormalidade ainda não tem estudos conclusivos que possam esclarecer cientificamente a origem e às causas atribuídas as forças desconhecidas. São fatos que os seres humanos não conseguem explicar sua existência. No âmbito religioso acredita-se em milagres e para outros cristãos as ocorrências suscitadas estão relacionadas com a fé espiritual.

       Era outono, 29 de setembro do ano de 1983, a temperatura estava agradabilíssima, variando entre 11,2º C e 19º C, período de lindas cores que pintavam com os mais diversos tons, os parques e jardins que ficavam deslumbrantes. Com à aproximação do Natal, o clima natalino, tornava a cidade mais bela com a sua iluminação especial e o fascínio das decorações das suas vitrines.

      Porth Nanven (Cot Valley) uma praia situada no extremo oeste da Cornualha, Inglaterra se encontra localizada a meia milha da cidade de St Just. É uma enseada belíssima e pouca visitada, possui uma paisagem marítima fantástica, que encantam os visitantes com as suas maravilhosas falésias. Mas, a sua atração especial são as grandes pedras de granito arredondadas e lisas, moldadas pelo mar a milhares de anos, que lembram ovos de dinossauros gigantes.

      Era nessa época que Anthony Smith, nascido em Manchester, viajava em férias para Porth Nanven, tinha o hábito de ficar muitas horas a beira mar no final da tarde para fotografar o maravilhoso pôr-do-sol, colorido sobre o Atlântico. Foi em uma destas seções de fotos que ele se deparou com algo estranho ao revelar o filme fotográfico. Sobre as pedras, que estava na maré baixa e propiciava uma nitidez maior na qualidade das fotografias obtidas, surgiram figuras excêntricas e brilhantes, que se assemelhavam a seres humanos, mais que não estavam ali quando ele estava fotografando, era imagens surreais. Durante os mais de 10 (anos), que ele veraneava em Porth, nunca tinha acontecido tal fenômeno. Retornou outras vezes ao local e minuciosamente fotografou toda à área, inclusive em diferentes ângulos, mas o fato não se repetiu.

      O ocorrido o deixou impressionado e ele resolveu investigar, realizando um trabalho minucioso que pudesse esclarecer o que realmente tinha sucedido, talvez tivesse sido produto da sua imaginação, argumento este, que não tinha nenhum amparo científico, pois os negativos eram bem claros, no entanto quando revelados simplesmente desapareciam.

      Até Londres teria de percorrer 423,3 Km, em 5h20 m, uma viagem bastante cansativa, mas ele precisava ter uma resposta para aquele inusitado acontecimento, provavelmente se tudo aquilo tinha alguma base de veracidade, não teria sido visto somente por ele, haveria, mas alguém que também tenha testemunhado e possivelmente documentado tal anomalia e cabia a ele descobrir.

    Quando chegou a Londres, capital britânica, foi direto para a British Library, fundada em 1973, considerada a biblioteca nacional do Reino Unido. Tinha um impressionante acervo que incluía: livros, manuscritos, revistas, jornais, gravações de som, vídeos, scripts e mais uma infinidade de publicações.

     Já haviam transcorridos 03 (três) dias de exaustivas averiguações sem logra êxito, já começava a se convencer que nada era real, tudo tinha sido produto do seu subconsciente. Resolveu então levar os negativos para ser analisados por um especialista profissional, pois poderia ter sido defeito da sua máquina fotográfica. Procurou um dos mais renomados laboratórios, o Deluxe Laboratories LIMITED. Os exames minuciosos concluíram, tudo que aparecia nos negativos eram reais, descartando toda e qualquer possibilidade de reflexo da luz ambiente ou até a manipulação do equipamento fotográfico.

     Diante do resultado da perícia que atestava a veracidade do material analisado, só lhe restava uma alternativa, retorna à biblioteca para continuar a investigação, em algum lugar iria encontrar algo concreto que viesse a esclarecer o que realmente teria acontecido, o que seria aquelas figuras, que apareceram naquela tarde noite quando ele fascinado pela magia daquele cenário procurava retratá-lo em toda a sua plenitude.

     Após mais 04 (quatro) dias de exaustiva busca e já disposto a desistir, ele finalmente encontrou o que tanto procurava. Um manuscrito datado de 13/12/1979, esclarecia tudo. O Pesquisador, Robert Lewis, escritor e doutor em geologia, estudava o porquê do deslocamento daquelas rochas, era o dia 29/09/1978, e para tanto mapeava toda a extensão da orla, fotografando e filmando e colhendo amostras de toda à baía, para que fossem analisadas na Universidade Oxford, a mais antiga e bem-conceituada do mundo.

    Nas análises que foram realizadas no material coletado, outra vez, foram detectadas as estranhas aparições, o que motivou o professor, a se aprofundar ainda mais nas suas pesquisas em busca de uma explicação plausível para misteriosa aparição. Depois de recolher vários depoimentos de habitantes antigos da região de Nanven, um local pouco visitado e para onde os antigos moradores de Porth tinham migrado, foi informado que nas redondezas existia um eremitério, que muitos o chamavam de Luz do Sol, lá morava um eremita, de nome Deminic Tyler, que poderia esclarecer o mistério.

     A princípio não foi fácil estabelecer contato com Tyler, depois de várias tentativas ele concordou em recebê-lo. Ao ser perguntado se tinha conhecimento, sobre os fatos relatados, ele esbouçou um leve sorriso e resolveu falar – era o dia 29/09/1971, eu estava apreciando o encanto daquele lugar, quando inesperadamente me deparei com um clarão celestial, que não sei descrever a sua beleza, eram vários seres brilhantes, que vendo me aproximar, três deles se adiantaram e me tranquilizaram – não temas, nós somos os arcanjos, Miguel, Gabriel e Rafael, e todos aqui são anjos, a cada dia 29 de setembro, sempre estaremos  comemorando o nosso dia, escolhemos este lugar porque ele nos inspira a paz divina celeste – você é um ser especial e a nós foi dado o poder de nos transforma e revelar o nosso segredo, no entanto queremos lhe fazer um pedido, que a partir de agora passe a chamar esse lugar de “PORTO DOS ANJOS”. E depois de tal pedido simplesmente desapareceram. Após terminada a entrevista, Robert Lewis, consultou o livro, história dos anjos, e constatou que o dia 29 de setembro é dedicado aos arcanjos, Miguel, Gabriel e Rafael.

     É preciso que creiamos nas mensagens que constantemente chegam a nossa mente, quer sejam através dos sonhos ou dos fatos vivenciados na realidade. Elas têm um propósito que podem nos preparar para viver uma vida com mais solidariedade e amor com os nossos semelhantes.   

 

         

NOTA DO AUTOR: Esta é uma obra de pura ficção qualquer semelhança é mera coincidência.

 

Autor – José Valdomiro Silva

 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

ÚLTIMO ADEUS (CONTO)

           

               Em nossas vidas nada acontece por acaso, talvez possa ser apenas uma coincidência do destino, mas não temos o poder ou a permissão para decifrar o que iremos encontrar no futuro, não nos foi revelado o conteúdo de suas páginas, apenas deveremos seguir um roteiro previamente determinado e viver cada dia como se fosse o último, pois não sabemos quando à nossa missão terminará.

              A Dinamarca é um dos países mais visitado da Europa, conhecido pelas suas belezas naturais e históricas. Nossa aventura começa na belíssima cidade marítima dinamarquesa de Skagen, situada no extremo norte da ilha de Vendsyssel, na parte mais setentrional da península da Jutlândia, possui lindas praias de águas claras e areias brancas. Onde os dois mares, Norte e Báltico se encontram.

              Parecia que o tempo não havia passado, Arne Ankar, 55 anos, corpo atlético, cabelos louros como os raios do sol, artista plástico renomado em todo continente Europeu, estava ali estático, contemplando a exuberante beleza da Ponta de Grenen, ponto de partida para se velejar com destino às encantadoras ilhas em alto mar. Foi ali que à sua vida se transformou por completo, já tinham transcorridos 15 anos desde o trágico acontecimento que dilacerou o seu coração para sempre. Desde então ele nunca mais conseguiu ser o mesmo de antigamente, embora deixando a sua cidade natal, Copenhague, e partindo para residir em Estocolmo, Suécia, o fez superar o trauma que se instalou em sua vida.

             21 de julho do ano de 2007, era uma manhã deslumbrante de verão, o sol derramava seus cachos dourados sobre as águas turmalinas daquele mar, que tanto o fascinava, o desafiava a velejar até as ilhas Faroés, na companhia de sua amada esposa, Sanne Eliasen e sua filha Helle Eliasen, era um sonho antigo que estava prestes a se realizar. Era algo sobrenatural navegar naquelas ondas multicores que se formavam com as suas místicas caricaturas. Soprava uma maviosa brisa litorânea, a luxuosa lancha, marca, Azimut 83 Yachs, design italiano, que foi batizada por Arne, com o nome, de Abode of Swans (morada dos Cisnes), parecia deslizar em um tapete azul. Tudo era maravilhoso, a sintonia com a natureza; o coral das aves marinhas entoando a canção da liberdade em seu voo livre, conduzia o barco por entre as espumas cor de marfim. Mas, toda essa quietude seria quebrada inesperadamente.

           O tempo foi mudando e a temperatura foi baixando, ao longe podia se ver as nuvens cinzentas encobrindo o brilho do firmamento. E, aos poucos ia se metamorfoseando. Não demorou muito para a catástrofe desenhada se tornar real. E o desespero tomou conta daqueles que naquele momento estavam no mar. Um verdadeiro dilúvio atingiu toda a costa dinamarquesa.

          Desesperado com o infortúnio do tempo, Ankar, apressou-se em colocar os coletes salva-vidas em sua esposa e sua filha, mas não deu tempo se proteger, pois logo em seguida foi levado pelas fortes ondulações. Após os pedidos de socorro emitidos por algumas barcaças que se encontravam avariadas e à deriva, apesar das condições climáticas desfavoráveis, as equipes de salvamento chegaram ao local, era um cenário desolador, algumas embarcações de maior porte, inclusive de outros países, que estavam navegando próximo ao sinistro fortuito já estavam trabalhando nos resgates. O oceano continuava agitado e chovia muito, o movimento das correntes marinhas, cada vez, mais forte era um fator preponderante que dificultava o socorro das vítimas.

          Hoje, ali estava, a comtemplar a beleza daquela exuberante paisagem, linda atraente como àquela manhã de verão. Aos poucos as lembranças iam se sucedendo em sua mente; os preparativos para viagem; a ansiedade acompanhada do desejo de desbravar o incógnito, tudo parecia ser real, o vento morno volvia os seus cabelos. Foi um verdadeiro milagre não ter morrido, pois mesmo sem colete conseguiu nadar até os destroços do barco, que flutuava e pode ser salvo por um pesqueiro norueguês que auxiliava nas buscas. Foi levado para o Amager Hospital, Copenhagen, Denamark, após seis meses lutando pela sobrevivência, recebeu alta.

          Então deu início a uma intensa procura pela esposa e a filha, mas sem resultado, pois não havia registros sobre elas, não tinham sido resgatadas e nem seus corpos localizados, provavelmente teriam sido arrastadas pelas correntes oceânicas, que na época eram muito violentas. Não foi fácil recomeçar, perdera o tesouro da sua vida; a sua família.  Os traumas decorrentes de um acidente são os mais dolorosos, pois sempre estarão associados à dor, ao sofrimento e às perdas físicas ou materiais.

          Arne Ankar, foi submetido a um intenso tratamento psicológico para retirá-lo do grave quadro de instabilidade emocional que estava acometido. E quando adormecia sonhava com Sanne e Helle, lhes tocando o rosto e dizendo, breve nos encontraremos, ao acordar o desespero tomava conta de si, pois tudo não passava de uma ilusão que sempre lhe visitava nas madrugadas. Não foi fácil a equipe médica que o atendeu no Centro de Psicologia Clínica e Psicoterapia, em Copenhague, utilizou os métodos mais avançados existentes na época, para pacientes com portadores de distúrbios ocasionados por perdas de ente familiar. Foram aplicados: Terapia Cognitiva comportamental e Hipnoterapia. Após avaliação dos psicólogos que o trataram, ele foi considerado clinicamente curado e liberado para enfrentar a dura realidade de reconstruí à sua vida.

         A primeira providência que tomou foi se transferir para outro país, pois para ele não tinha como continuar residindo no mesmo lugar, onde cada recanto lhe trazia as recordações dos momentos felizes, que viveu com os seus familiares, até tentou, mas não conseguiu. Mesmo assim precisava de uma vez por todas, ter forças para enfrentar a dolorosa decisão de retornar ao lugar onde tudo aconteceu, queria contemplar novamente; toda apoteótica beleza daquele mar; a bela coreografia dos pássaros traçando as rotas imaginárias rumo ao paraíso desconhecido, onde certa vez, tudo começou e inexplicavelmente terminou ali, no meio de um verdadeiro santuário ecológico. Ele precisava recomeçar a viver esquecer as amarguras vividas, mas para isso, precisava ter a coragem de retornar fazer do passado aquele momento presente e acenar para sempre num último adeus.

             Era uma tarde de primavera belíssima própria do continente Europeu de temperatura amena; campos verdes; árvores e flores florescendo deixando a paisagem mais iluminada. Havia chegado a hora da partida, Arne Ankar, contemplou a beleza do sol declinando no horizonte; e as lágrimas inundaram o seu rosto. Nunca mais voltaria aquele local que tanto lhe marcou.

            Quando já estava saindo, foi acometido por uma sensação estranha, que até então nunca tinha experimentado, ouviu vozes que lhe eram peculiares, mais não deu muito atenção, pois essa não era a primeira vez que tal fato acontecia. Olho em volta e foi então que percebeu, não era sonho eram imagens verdadeiras, ali estavam, Sanne e Helle. Não se lembra de mais nada, pois desmaiou. Foi levado as pressas para o Hospital de Pronto Socorro, Teres Hospitalet Parken. Onde foi submetido a uma bateria de exames e foi diagnosticado que ele tinha sofrido um enfarto Tipo 2, ocasionado por uma diminuição da irrigação sanguínea no músculo cardíaco decorrente de eventos graves: crises hipertensivas; pressão baixa e arritmia.

          Quando despertou estava no CTI, Centro de Terapia Intensiva, não entendeu o porquê de estar ali, foi então que perguntou ao Dr. Brandi Backer, Cirurgião Cardiovascular, que estava ao seu lado −, o que aconteceu? – Que lugar é esse? Foi então que o médico lhe explicou −, o Senhor teve um infarto do miocárdio, não se preocupe, pois está fora de perigo −, mais quem me socorreu perguntou, Arne Ankar?­ − Infelizmente essa informação eu não tenho, só o setor administrativo pode lhe responder. Somente foram autorizadas às visitas após 72 horas.

          Os dias e noites foram passando lentamente, finalmente Arne poderia receber visitas, mas quem iria visitá-lo, não conhecia mais ninguém naquela cidade. Foi então, que novamente apareceu o Dr. Brandi. − Senhor Ankar, temos visitas especiais, mas, tem de me prometer que não vai se emocionar? – Prometo, no pensamento de Arne, poderia ser as pessoas que tinham lhe socorrido para o hospital e não seria nada relevante.

          A porta do quarto se abriu e ele empalideceu, balbuciou algumas palavras que ninguém entendeu, as lagrimas fluíram abundantemente em sua face, ali estavam elas, tal como as via em seus sonhos, Sanne Eliasen e Helle Eliasen, elas se aproximaram chorando muito. Sanne foi a primeira a falar – amor se acalme não se emocione, pois não é bom para você, em seguida, foi a vez Helle – pai, estamos aqui, é verdade acredite.

           Arne Ankar recebeu alta e foi para o Radisson Collection Royal Hotel, Copenhagen, considerado o melhor da cidade, onde já se encontravam hospedadas à sua esposa e filha. E a história fantástica que ambos desconheciam foi relatada,  Sanne e Helle Eliasen, naquela triste tarde,  lutavam desesperadas para se salvarem, agarradas a uma das partes de um dos barcos naufragados, como estavam de coletes, tentavam de todas as maneiras permanecerem juntas, quando já não tinham mais forças; aconteceu o inesperado. Um navio cruzeiro que navegava na costa dinamarquesa com destino a Lá Coruña, na Espanha, as recolheu e por coincidência do destino, Sanne, tinha familiares residindo na localidade espanhola.

            Várias foram as tentativas de receberem notícias de Ankar, sem sucesso, pois as autoridades dinamarquesas, davam conta que ele não tinha sido localizado e que provavelmente teria perecido com os demais que não conseguiram sobreviver. Os anos iam se sucedendo, foi então que elas decidiram viajar à Dinamarca, para darem um último adeus, exatamente ao fazer 15 anos do fatídico acidente. Mas os propósitos divinos estão além da nossa capacidade de aceitar os fatos que acontecem em nossas vidas, sem nenhuma explicação lógica.

           

     

         

          NOTA DO AUTOR: Esta é uma obra de pura ficção qualquer semelhança é mera coincidência.

 

Autor – José Valdomiro Silva

 

 

             

 

           

             

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

CAMPOS MINADOS

 

Eu sem você não sou ninguém!

Meu olhar se perde no infinito a lhe procurar,

Vagueia por entre as estrelas e seguem

Sem conseguir lhe encontrar.

 

Caminho pelos campos minados

Dos meus ocultos sentimentos

De uma ardente paixão que nos deixou fascinados;

E  vou revivendo nossos momentos

 

Que foram marcantes e envolventes,

Como a magia dos primeiros encontros

Que com o tempo foram se tornando ausentes

Saudosos e cada vez mais efêmeros.

 

As luzes do passado já se apagaram

Mas o meu coração sempre estará iluminado

Pelo brilho dos seus olhos que na minha vida cintilaram

E certa vez me deixaram extasiado.

 

Continuarei a lhe buscar pelos atalhos

De uma imensurável saudade;

De um divino amor que se tornou retalhos

Levado pela airosa brisa da felicidade.

 

Adormeço nos braços das madrugadas

Berços das minhas emoções

E acordo nas manhãs abrasadas

E me reencontro com às minhas ilusões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 12 de novembro de 2022

SINTONIA DE ANTES

 

Tudo aconteceu de repente!

Se foi verdade eu já não sei,

Seu retrato ficou na minha mente

Sofri quando não mais lhe encontrei.

 

Nossos olhares não mais se fitaram

O silêncio marcou nossos semblantes

E os risos francos emudeceram;

Já não tinham a mesma sintonia de antes.

 

Seu vulto aos poucos foi sumindo

Por entre o nevoeiro de um precoce adeus,

E de seu mundo eu fui partindo,

Você levou consigo os sonhos meus.

 

Ficaram como lembranças suas palavras bonitas

Que certa vez falaram ao meu coração,

Sussurrando promessas que pareciam ser infinitas

Nos acordes daquela linda canção,

 

Que para você não deu tempo eu cantar

Pois você se foi no crepúsculo de um entardecer

Salpicado pela neblina das ondas de um mar

Que nos banhou nos momentos de prazer.

 

Eu pensei que o nosso amor era para a vida inteira

E que nada iria nos separar

Foi puro engano, tudo foi apenas uma paixão passageira,

Um botão de rosa que nunca chegou a desabrochar.

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de novembro de 2022

ILUSÃO PASSAGEIRA

 

 

Eu queria ter asas!

E poder voar para os seus braços,

Sentir a doçura dos seus lábios

E lhe amar como antigamente.

 

Aquecer-me do frio da solidão no seu corpo;

Apreciar o brilho das estrelas

Testemunha ocular dos nossos desejos

Nos entregando de corpo e alma.

 

Poder sentir o sopro daquela brisa perfumada

Assanhando nossos cabelos

Purificando nossos corpos com o orvalho

Das madrugadas profanas,

 

Que nos seduziu com o seu encanto

E transformou nossos sentimentos

Quando os nossos olhares se encontraram

E cintilaram com a chama ardente da paixão.

 

E magia dos amantes nos envolveu

E fez morada em nossos corações,

Mas, a vida é feita de escolhas

E seguimos derições opostas as nossas vontades.

 

Talvez, tudo tenha sido uma ilusão passageira,

Ou quem sabe um amor verdadeiro

Que não deu tempo conhecê-lo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

IMAGEM ESCULPIDA

 

 

Quando o tempo não mais me permitir

Contemplar as belezas da vida

E meus lábios emudecerem ao sorrir

Deixe no seu coração à minha imagem esculpida.

 

O encanto melancólico das tardes de verão

Ilumina os versos e rimas das minhas poesias;

Editadas  e arquivadas no acervo da minha inspiração,

Paragráfos e capitulos de sonhos e fantasias..

 

Fui um contumaz amante das trilhas das esperanças;

Dos incontidos desejos que uma suave brisa levou

E que se perderam pelos atalhos das lembranças;

Do brilho de um olhar de quem verdadeiramente amou.

 

E de repente tudo se foi numa revoada de sentimentos,

Como às pétalas das flores que esvoaçaram

Na levesa das folhas do outono flutuando aos ventos

Quando o passado e o presente se encontraram.

 

Momentos épicos que foram vividos

Na aurora das manhãs ensolaradas

Pelos caminhos sinuosos fúlgidos

Das sonolentas madrugadas enluaradas.

 

A saudade é uma chama ardente

Que nunca se apagará

Pois sempre estará viva na minha mente;

E no meu mundo para sempre viverá.