domingo, 12 de abril de 2020

AVE MISTERIOSA



Não sei de onde vens;
Nem tão pouco quem és!
Sempre apareces graciosa
Diante da minha varanda.

O teu olhar tem o brilho diferente
Dos amores impossíveis;
Que se cruzam na cumplicidade
Dos sentimentos censurados.

Bailarina anônima dos ritmos
Mágicos da natureza,
Que me contempla da roseira
Mais bela do meu jardim;

Que me fascina com o gorjear
De uma canção desconhecida
E, me faz delirar,
Com teu encantador bailado.

Corpo frágil que com maestria
Executa a coreografia que um roteirista
Divino escreveu para ser interpretada.

Teu tempo é curto  
E, já começas a se despedir;
O manto que te cobre se abre
E, revela à exuberante beleza
Da tua plumagem matizada.

Suavemente alça teu voo,
Pousas diante da minha janela,
E com um mavioso trinar
Despede-se e vais embora.

Quem és tu?
Não sei de onde vens?
Talvez, venhas de algum lugar do infinito
Para onde um dia voltarei.