segunda-feira, 8 de julho de 2013

CREPÚSCULO



Contemplo o crepúsculo
 Nascendo!
Procuro algo
Que já não existe.
Meu olhar se perde
 No abstrato
Dos meus pensamentos.
Meu interior chora
 Ao lembrar
Da infância já vivida,
Da juventude que se foi,
Das minhas ilusões,
Dos sonhos que nunca
 Tornaram-se reais.
A metamorfose da existência
 Envolveu-me,
Já não sou mais o mesmo,
Já não tenho
 A mesma vitalidade,
Já não consigo mais sonhar.
No abismo das recordações
 Perdi-me.
Sou consumido
 Pela rotina do dia a dia.
Tenho medo da realidade,
Pois ela me afasta dos que amo.
Destrói minhas fantasias
Revela o que eu não queria
 Descobrir.
Fecho os olhos e imagino
Como tudo era lindo!
Dentro da minha inocência.
Como tudo foi belo,
Como tudo mudou,
Como o efêmero perfume
 Da vida a tudo modificou.

APELO



Tempo cinzento!
Que derrama
Suas lágrimas
Molhando a terra.
Gotas de cristais
Que brotam dos olhos
Da natureza carente,
Que clama por consciência.
O ardente fogo!
Que queima a vida
Do planeta.
Centelhas vermelhas
Que contrasta
Com o verde das matas.
Fagulhas inflamadas!
Que exterminam a espécie,
Que silenciou o canto
Das cachoeiras.
Um grito aflito eclode
No universo perdido,
Aos poucos tudo se vai.
A voz dos pássaros
Emudeceu o eco do clamor
E, o sol perdeu o seu brilho.