quarta-feira, 18 de abril de 2012

CONTRA FLUXO


Sem destino percorri
Direções opostas.
E no contra fluxo
Da vida,
Eu me perdi.
Parei na marginal
Do tempo,
Sem perceber
A sua velocidade,
E a sua capacidade
De transformação.
Adormeci no limiar
Da juventude.
Fui interprete
De uma peça,
Que terminou
Sem aplausos.
Despertei no crepúsculo
Da minha existência,
Num teatro sem plateia.


CANSEI



Cansei de tudo!
Da hipocrisia;
Dos falsos sorrisos;
Dos fingimentos
Dos amores volúveis;
Das lágrimas fingidas;
De impressão cênica.
Cansei de tudo!
Das promessas
Não cumpridas.
Dos sonhos
Não realizados.
Da felicidade ínfima
Que vivi.
Cansei de tudo!
Das noites de insônia,
Das canções,
Que me iludiram,
E me levaram
A acreditar no utópico
Mundo dos farsantes.
Da melancolia da vida.
Do âmago vazio do meu ser.
  

AVENTUREIRO



Uma folha perdida
Passou diante de mim,
E se foi levada
Pelo vento
Frio da tarde.
 Levou o meu coração
Pra onde não sei!
Talvez! para às colinas
De um mundo,
Que não conheço.
Ou quem sabe!
Foi levado
Pelas correntezas
De um rio,
Que deságua no mar
Dos amores.
Onde às sereias,
Com o seu canto
Mavioso seduz,
E encanta os aventureiros
Das paixões.