quarta-feira, 29 de julho de 2015

DESPEDIDA (CRÔNICA)



                   Cinco anos se passaram desde aquele 31 de maio de 2009, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e nossa querida cidade de Natal, selecionada para ser uma das sedes. Lembro-me ainda, da euforia da população natalense ao tomar conhecimento, de que receberíamos em solo potiguar uma competição de tamanha envergadura, o “Campeonato Mundial de Futebol”.
                    Foram tantos os desafios, obstáculos que pareciam intransponíveis, mas superados pela garra e determinação do nosso povo. Paciência em encarar os congestionamentos no trânsito, alagamentos nas vias públicas, ocasionados pelas obras de mobilidade urbana.  
           O nosso Poema de Concreto Armado, Estádio João Claudio de Vasconcelos Machado, o “MACHADÃO”, rei absoluto desde o dia 29 de novembro de 1972, data da sua inauguração, um dos cartões postais da nossa terra, palco de tantos eventos memoráveis, teria de ser demolido, fato este visto com muita apreensão e consolidado no dia 24 de novembro de 2011.
          Em seu lugar surge a Arena das Dunas, imponente e moderna arquitetura, considerada um dos Estádios mais bonitos da Copa, assemelhar-se a uma rosa desabrochando, com suas pétalas saudando seus visitantes.      
              E, o tempo percorreu em seu cavalo alado a distância que parecia eterna, e em fim, chegamos ao tão sonhado e esperado 13 de junho de 2014, data da primeira partida. Debaixo de muita chuva o sonho tornava-se realidade.
                  Por aqui passaram várias nacionalidades: Mexicanos, Camaroneses, Gregos, Japoneses, Italianos, Uruguaios e tantas outras. Hoje encerramos nossa participação nesta Copa do Mundo com um espetáculo apoteótico, onde, a emoção entrou em campo e as seleções da Itália e Uruguai nos proporcionaram um verdadeiro show de bola. Nas arquibancadas juntas de braços dados, à alegria e a tristeza do último encontro. De tudo ficou um pouco, o choro incontido pela inesperada derrota, o extravasante delírio das vitórias que brotava em meio às lágrimas e sorrisos que emolduravam o semblante da plateia.  
                   Amanhã quando os raios doirados do sol anunciar o nascer de um novo dia trará também a certeza que tudo passou, que a Arena das Dunas estará lotada pela saudade, pelo desejo de ficar mais um pouco, pelo grito de uma torcida invisível, que ficou para nos lembrar, que no mês de junho de um ano de 2014 marcamos um gol de placa na história das Copas.
                  Ah! Minha linda Natal! Praieira dos meus amores! O sonho não acabou ele continuará vivo nas suas dunas brancas, no seu luar prateado iluminando as suas airosas noites, na fantasia dos seus bares e restaurantes, que tão bem souberam acolher os que nos visitaram.
                       Vamos viver este presente em toda à sua plenitude, pois dentre em pouco ele será um inesquecível passado adormecido para sempre em nossas lembranças.


                       Esta crônica foi escrita por ocasião da última partida da Copa do Mundo realizada na cidade de Natal.