terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

QUANDO O ESPETÁCULO TERMINA

 

Fecham-se as cortinas

As luzes do palco se apagam

Lá se foi mais uma cena

O espetáculo termina.

 

No silêncio do camarim deserto,

O ator anônimo começa

A retirar à sua maquiagem,

Já não tem no seu semblante o sorriso

Do roteiro que acabou de interpretar.

 

No seu lugar uma lágrima solitária

Escorre pelo o seu enrugado rosto;

A alegria do seu personagem

Foi mais uma das ficções da vida.

 

O espelho do tempo

Reflete uma outra imagem

Os disfarces se desfazem por encanto

E um outro figurino surge em seu lugar.

 

Cada um desempenha o seu papel

E longe das câmeras tudo se transforma

Quando o show acaba.

 

Sonhos e realidades estão juntos

No mesmo caminho

Mas, seguem direções opostas

E jamais se encontrarão.