sexta-feira, 8 de julho de 2011

FLORES


Flores que um dia
Cultivei no meu jardim
Extasiei-me pelo efêmero
Perfume que delas emanava
E me deixei ser levado
Pelos devaneios da vida
Flores da paixão
Que me conquistou
Que invadiu meu coração
Que me torturou
Quando descobri
Que era ilusão
Flores do desejo
Que explodiu
Dentro de mim
Quando meus lábios
Sentiram o sabor
Do primeiro beijo
Flores do amor
Belo e aventureiro
Dos pecados cometidos
E censurados pelo preconceito
Flores da despedida
Que o tempo me impôs
De uma lágrima perdida
No momento do adeus

REFLEXÃO


O tempo passou
E quase nada eu fiz
Projetos que ficaram
Inacabados, perdidos
Que poderiam ter mudado
O curso da minha existência
Planos que se perderam
No meu egocentrismo
Aos poucos tudo
Foi ficando para trás
Perguntas que formulei
E não obtive resposta
Não entendi que o antes e o depois
Jamais caminhariam juntos
Pois são de épocas diferentes
Que viver é um eterno desafio
Não se pode antecipar o amanhã
Pois ele é uma incógnita
Que não se prever a solução
Busquei incessantemente
A felicidade e não imaginei
Que ela estava dentro de mim
E eu jamais consegui encontrá-la
Vivi todo esse tempo
Sem saber que era feliz

ESQUECI DE VIVER


Estou indo
Não sei pra onde
Lentamente o tempo
Vai me levando
Despeço-me das flores
Que tanto amei
Dos momentos lindos
Que vivi nos braços da vida
Do olhar a esmo
A procura do nada
Talvez tentando encontrar
A paz perdida
Quem sabe, fugindo
Dos meus traumas
Das minhas decepções
Sonhos que se foram
Em meio aos planos desfeitos
Vivi pra tantos
Esqueci de viver
Sinto o perfume da despedida
Chegando, invadindo o meu ser
Me refúgio nas sombras
Da melancolia que me envolve
E adormeço sem saber
Onde vou aportar