quinta-feira, 31 de julho de 2014

A NATUREZA

Estou cercado pela esperança!
Meu olhar contempla
A beleza natural
De um mundo diferente.
Seu bailado encantado;
Palmeiras e cajueiros,
Mangueiras e coqueiros,
Margaridas e cravos
Entrelaçam-se
Por entre as folhagens
Das roseiras,
Ensaiando a coreografia
Da mãe natureza.
O florescer
De uma nova vida.
Sua linguagem mímica
Exprime o clamor.
Um grito de alerta
Que a humanidade
Não entende,
E aos poucos
Vai destruindo
Sua existência.
O verde da paisagem
Que me circunda,
Deixa-me fascinado.
Embriago-me
Com a sua essência,
Com o frenético
Aceno de paz
Que emana
Dos seus toscos braços.







segunda-feira, 28 de julho de 2014

CLAMOR

Meu grito eclode
No silêncio
Da alma.
Perde-se na imensidão
Do infinito,
Que abriga
Minhas ilusões.
Meu coração
É um andarilho,
Um nômade.
Escravo dos amores
Inconstantes,
Que em seu seio
Fizeram moradia.
Minha voz!
É um sibilo
Que se perde
No vácuo das paixões
Proibidas.
Renegado sentimento
Que ficou sem guarida
Vagando a esmo.
Encontro-me no meu canto!
Na partitura da vida
Sou envolvido pela sua
Maviosa canção.
De harmonia indefinida,
De notas e tons marcantes.
Que me faz reviver
O que não pode
Ser esquecido.
Em cada verso
Um rima de saudade,
Que se vai com o vento
Sem destino.

domingo, 27 de julho de 2014

MINHA TERRA

Sinto o cheiro da terra
Onde nasci.
Da imponência de tuas serras
Que não conheci.

Pelos teus campos
Não caminhei,
Não viste meus prantos.
No meu silêncio me calei.

Cresci na cidade grande
Sem te conhecer.
Procurei-te no meu horizonte,
E não te vi aparecer.

Pátrio torrão,
De mil riquezas.
Princesa de uma nação,
De eterna singeleza,

Que a natureza esculpiu.
Do teu seio profundo
Brotam tuas pedras preciosas,
Que encantam o mundo,
Com tuas belezas graciosas.

Tu me viste nascer,
Mas eu tive que partir
E, em outras plagas crescer,
Em busca do porvir.

Luar prateado
Do meu sertão,
Que iluminam teus prados
E adorna meu coração. 














quinta-feira, 24 de julho de 2014

UMA ESTRELA

Uma estrela brilhou
No céu
Da minha existência,
Como um relâmpago
Ao meu redor,
E me transformou.
Resgatou-me da escuridão.
Iluminou meu ser,
E me guiou
Pelas estradas
Tortuosas da vida.
Extraiu os espinhos
Da alma.
Curou minhas cicatrizes,
E semeou o sentimento
Da absolvição
No meu interior.
Renasci das cinzas,
E o amor floresceu
No meu coração,
Como se fosse

A primeira vez.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

UTÓPICO CONTEXTO

Vejo o tempo passando
Por mim!
Estou exposto
Às suas mutações;
Seus caprichos,
Torno-me impotente
Para contê-los.
Sou arremessado
Para o desconhecido
Do futuro,
Vivo o seu instante presente.
Das páginas do passado
Ficaram apenas os rabiscos
Da história que escrevi.
Textos reais e imaginários
De parágrafos completos
E incompletos,
Que marcaram
Os capítulos da minha
Narrativa de sonhos
E realidades.
Ah! Sinto o tempo
Levando-me!
Na minha imaginação
Utópico contexto
De uma época que vivi.





terça-feira, 15 de julho de 2014

AMORES DIFERENTES

Amores de tantas faces!
De cores e cheiros diferentes,
Luzes que refletem uma paixão.

Príncipe dos disfarces
Absorto e atraente,
Imigrante coração.

Alheio e atrevido,
Que nos faz prisioneiro
De suas escolhas.

Personagem não definido;
Desconhecido forasteiro
Como a árvore que desfolha.

Que invade nosso ser
Sem prévia permissão
E domina nossos pensamentos;

Sem tempo de lhe conhecer.
Anônimo artesão
Dos nossos sentimentos.

Amores que nos viram pelo avesso!
Que nos faz navegar
Pelos mares dos desejos.

Que nos deixa indefesos
Com medo de amar,
De sentir o sabor dos seus beijos.

De falsa e verdadeira doçura.
Paladino da alegria e da tristeza,
Dos anseios cultivados.

De ampla candura,
Súdito da nobreza
Dos que amam e são amados.







domingo, 6 de julho de 2014

REPENTINO AMOR

No brilho
Dos teus olhos,
Eu me encontrei.
E de repente tudo
Aconteceu.

Anônimo amor
Que meu coração conquistou,
Efêmero como a brisa
Da madrugada,
Fugaz como o desejo
Que me dominou.

O magnetismo
Do teu olhar me atraiu
E, eu me senti,
Completamente teu.

Na beleza
Do teu corpo,
Eu me perdi.
Viajei pelo desconhecido
Caminho do prazer.

Na ficção,
Do mundo das ilusões
Perdi-te.
Na melancolia do poente,
Teu vulto sumiu,
No crepúsculo
De uma tarde linda
De Outono.






sábado, 5 de julho de 2014

EU SEREI SEMPRE

Eu serei sempre
Um pouco do tudo
Que fui!
Trago nas lembranças
O brilho sedutor
Daquele olhar,
Que cruzou com os meus
No meio da multidão.
A insegurança
Dos primeiros passos
Que marcaram
A infância já distante.
Eu guardarei sempre
No meu pensamento!
Os sonhos da adolescência;
Suas fantasias,
Experiência de uma fase
Linda da vida,
Norteada pela emoção
De desbrava o desconhecido.
Comigo sempre guardarei
Um pouco do que vivi!
Do ímpeto da juventude
Percorrendo seus caminhos,
Adornados pelas flores
Do desejo,
De superar os limites
Das porfias,
E os espinhos da mocidade.
Eu serei sempre
O meu hoje!
Pois é tudo o que me resta.




quarta-feira, 2 de julho de 2014

UM ADEUS

Cinzenta é à tarde!
Ao longe
Vejo o sol se pondo.
Na praia deserta,
Ficaram minhas lembranças
Adormecidas
Em suas areias brancas,
Cobertas por um lençol
De espumas de flores;
Refletidas na cortina
Das ondas de um mar
Revolto na misantropia
Do entardecer.
Nuvens que se encontram
E se vão
No adejar da despedida
De um sonho,
Que o vento levou
Sem deixar marcas
Pra não ser lembrado.
A fina poeira do adeus
Encobre meus rastros,
Sob o desmaio
Da luz do crepúsculo.