terça-feira, 31 de dezembro de 2024

ADEUS 2024! SEJA BEM-VINDO 2025! (CRÔNICA)

 

     Ontem nos encontramos em meio aos fogos que clareavam o belíssimo céu do mês de dezembro, champanhe e vinhos se misturavam as lágrimas e os sorrisos saudando à sua chegada radiante e triunfante, e você surgiu deslumbrante por entre às nuvens, num misto de sonhos e realidade, você chegou, no meu ansioso olhar ao lhe contemplar, não sei explicar, mas particularmente não gostei muito do seu semblante. Senti que você trazia algo diferente nas suas promessas e infelizmente eu estava certo.

    Seu reino está terminando, seus últimos decretos estão sendo editados, deixa em sua trajetória um rastro de destruição e terror para à humanidade. Foi implacável como um dos mais tiranos ditadores, ceifador de vidas, tantas famílias perderam seus entes queridos, amigos, que não teremos mais o prazer de abraçá-los, pois já não mais estão conosco, em seus lugares restará apenas o vazio que será preenchido pela saudade que cada um nos deixou. Você não merece, figurar na galeria dos soberanos que lhe antecederam.

    Parte sem deixar nenhum legado para que possamos um dia lembrar do seu reinado. Sua história está preste a se encerrar, seu epílogo começa a ser escrito, capítulos que ficaram incompletos, parágrafos de um texto a ser concluído. A ciência não conseguiu vencer a luta contra o câncer, que continua dizimando a humanidade, o homem cada vez mais aprimora à sua autodestruição, sendo o principal causador da exterminação do planeta terra. Na política artigos catastróficos estão escritos em suas páginas, marcadas pela decepção dos povos, especialmente o brasileiro. Você se vai levando consigo parte das nossas vidas, na galeria do passado, você foi mais um personagem que marcou os periódicos deste século. A cortina do tempo encerra sua trajetória, seu ciclo chega ao termo. E quando os ponteiros dos relógios se cruzarem à meia noite desta belíssima madrugada de terça-feira, de verão, você será como uma resta de saudade refletida nas ondas coloridas da nossa memória, página virada de uma era que passou, e não volta mais.

     Uma essência suave espraiasse no ar e o firmamento se ilumina com um brilho que resplandece no Universo. Ele vem chegando, incandescente, majestoso, nos espelhos de sua juventude, os raios azulados refletidos no seu manto branco, trazem à saúde, o amor e a paz, que marca o início de um novo reinado. Seus súditos ansiosamente lhe aguardam para o receber com toda pompa lhe dando às boas-vindas. QUE VENHA 2025.

     Obrigado senhor! Pela saúde, pela família; pelo ar que respiramos; pela à água que mata nossa sede e nos banha revigorando nossas forças; pelo trabalho que nos dignifica e provém nosso sustento. Agradeço a Deus! Pelos amados amigos que estiveram comigo durante estes 366 dias, pelo amor, pela solidariedade, pelo carinho que me proporcionaram.

    Minha gratidão, eterna, aos amigos que já não estão mais conosco, pois se foram para morar junto ao Senhor. Que o balsamo divino conforte os lares dos seus entes queridos.

 

 “QUE O ANO NOVO SEJA CHEIO DE SAÚDE, AMOR, PAZ E REPLETO DE PROSPERIDADE”.

 

                                                        

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

 

UM FORTE ABRAÇO.

J. VALDOMIRO.

 

 

 

sábado, 21 de dezembro de 2024

SAUDADE SEM FIM

 

Um dia o amor bateu em minha porta

E o deixei entrar, ele fez morada

Em meu coração e floresceu

Como as rosas na primavera.

 

Foi uma luz que brilhou ao amanhecer

Inebriou-me com o aroma

De uma encantada flor desabrochando

No jardim dos desejos.

 

Adormeci em seus braços,

Iluminado pela magia de um luar

Feiticeiro que me fez escravo

Dos seus pertinazes caprichos.

 

Banhei-me nas cascatas dos seus prazeres,

Sem saber que era um sentimento passageiro;

Uma aragem branda que veio dos vales dos sonhos

Acariciou o meu rosto com o seu suave perfume.

 

Você não me pertencia era apenas uma ilusão;

Um latente sentimento do mundo dos amantes

Que por mim passou e me fez acreditar

Na meiguice do seu olhar.

 

Mas, quando deixei aberta à janela

Do meu coração ele partiu;

Ela se foi levada por uma revoada de pétalas

Deixando em seu lugar uma saudade sem fim.

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

ASSIM SOU EU (CRÔNICA)

   

     A vida é feita de momentos, sinto o aroma do futuro chegando, levo comigo tantas lembranças de épocas felizes, deixo para traz o meu sorriso para que alguém sempre se lembre de mim, pois quando por aqui passei fui agraciado com o mais belo dos sorrisos, vejo meus passos se distanciando cada vez mais de mim, e aos poucos vão se transformando em marcas que jamais se apagarão, são poeiras das minhas lembranças, pois tudo que construímos nesse mundo é para sempre, ficará eternizado no templo das recordações. E de vez em quando ao adormecer, acordará à minha saudade.

    Não, não chore, porque não estarei mais aqui presencialmente, talvez não me sinta, não me reconheça, hoje, saiba que nada mudou, que estou pertinho de você, basta contemplar as flores que brotaram nos caminhos das nossas vidas, na pureza das águas cristalinas dos regatos que banharam nossos corpos, levando em suas correntezas nossos contumazes pecados.

    Serei a tênue voz que se propaga na quietude das matas, quebrando o sussurro do meu silêncio, nas asas de um pássaro voando livre em busca do infinito. Serei aquela estrela cintilando no celeste do firmamento nas noites lindas de um verão, que outrora inspirou meus versos e rimas, que escrevi na areia branca de uma praia nativa, sussurro mavioso de uma poesia nômade que ecoou mar afora, levada pela brisa dos desejos profanos que certa vez fizeram morada em nossos corações, quando os nossos olhares se fitaram pela primeira vez, foram raios luminosos que se encontraram e intrinsicamente e fizeram nossos sentimentos brotarem e acendeu a chama de um inocente amor. Olhar, que marcou o início de uma história envolvente escrita no livro dos sonhos. Olhar, que contemplou o fim de um romance rabiscado nas páginas de um diário que ficou esquecido num banco de um florido jardim.

    Assim sou eu, me perco e me reencontro pelas veredas dos tempos que vivi, estarei sempre presente nos acordes de uma suave canção que me inebriava nas minhas madrugadas de devaneio, que me fizeram acreditar  que a magia do amor era eterna, e que o seu encanto jamais seria desfeito, no entanto, ele era um sentimento fugaz que de repente aportou no meu coração, mas como tudo que vivemos é transitório, ele também se foi levado por uma revoada de pétalas e não deixou nada para ser lembrado.

   O viver é apenas uma passagem que aos poucos vai nos conduzindo pelos atalhos da vida, é como o filamento de uma lâmpada que inesperadamente se apaga, então mergulhamos em uma outra dimensão.