quinta-feira, 30 de maio de 2024

SUAVE NEBLINA

 

Meu olhar contempla a suave neblina

Véu de noiva que embeleza os montes

Com a sua branca cortina

Inspiração dos corações amantes.

 

Ou, sô moço! Eu sou desse tempo;

Das magias das lindas paisagens;

Dos campos diante de mim florescendo;

Adornando a natureza com as suas folhagens.

Dos lampiões de gás alumiando

As toscas calçadas, berço das minhas boemias,

Que adormeciam quando o dia vinha raiando

Assim, fui passando pela vida e suas dicotomias,

 

Flutuo pelo mundo das fadas

Perfeito disfarce das minhas ilusões;

Trago comigo às lembranças das mulheres amadas,

Sinto meu rosto banhado pelas lágrimas das recordações.

 

Pois é seu moço! Eu sou de um tempo;

Dos sentimentos verdadeiros e arrebatadores

De um perfume de flor trazido pelo vento

Essência divina dos saudosos amores.

 

Ah, moço! Quem me dera virá a página do presente,

E outra vez, caminhar descalço pelas desertas ruas

De um passado tão ausente

Que outrora guiou os meus passos com suas luas.


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