APENAS UMA MIRAGEM

No meu quarto sozinho

Penso em ti;

Lá fora uma densa neblina

Envolve à tarde.

E no descortinar do tempo

Teu vulto baila

Por entre  o belo franjar

Das recordações.

Queria estar ao teu lado

Para dizer que te amo,

Que tu és à minha própria vida

Mas a distância nos separa.

E, a saudade chega

Batendo à minha porta,

Como eu queria

Te encontrar agora.

Fecho os olhos e imagino

Que estás comigo

Dizendo que me ama

Mas, tudo é ilusão,

Tua imagem

Vai sumindo e desaparece;

Só então eu percebo

Que tudo foi apenas uma miragem.

TE AMO

Amo-te, vou te amar

Por toda à minha vida!

E, quando a saudade apertar

E, não estiveres mais ao meu lado,

Buscar-te-ei por entre às lembranças

Que ficaram adormecidas no tempo

Em meio aos lençóis de linho,

Que aqueceram nosso amor.

Amo-te como às flores amam

O orvalho da noite!

E pelos caminhos do meu mundo

Estarei sempre a te esperar;

Como a derradeira chama da esperança

Que brilhou diante de nós,

Quando nos encontramos

E, nossos lábios se tocaram

Pela primeira vez.

Amo-te desde o instante que te conheci!

E uma louca paixão me envolveu

Sem que eu pudesse evitar,

E em teus braços adormeci.

Amo-te como um pássaro

Ama a liberdade!

E se um dia de mim partires

Continuarei a te procurar

Em meios aos meus sonhos.

NÔMADE CORAÇÃO

Meu coração andarilho!

Que de tanto amar

Se deixou levar por sentimentos

Que eram passageiros.

Meu coração que vaga

Pela a cidade nua a sua procura;

Perambulando pelas vazias ruas

Que outrora agasalhou os nossos corpos.

Meu coração de papel;

Frágil como às plumas que divagam

Como espumas ao vento.

Meu coração transparente;

Como os cristais que outrora

Resplandeciam nossos rostos

Nos porta-retratos da vida.

Meu coração de tantas faces;

Que aos poucos se foram transformando

Com o fulgor das ilusões

E, me fez escravo da renúncia.

Ah, meu coração amante;

Boêmio das madrugadas;

Parceiro de tantas luas

Nômade dos amores impossíveis.