MINHAS VENTURAS

 

Ontem contemplando as incertezas

Das minhas venturas

Encontrei-me com as belezas

Da vida e suas ternuras.

 

Com as fantasias dos meus sonhos adormeci

Numa linda madrugada qualquer,

E me reencontrei com os olhos que nunca esqueci

Que brilhavam naquele belo rosto de mulher

 

Como uma estrela perdida no meu pensamento;

Vagando a esmo pelos jardins das constelações

Celestes que florescem no firmamento

Como as rimas das minhas canções.

 

Então, naveguei pelo oceano dos prazeres sagrados;

Pelos anseios profanos dos desejos

Dos nossos corpos ao amor consagrados

Pela doçura dos nossos beijos.

 

Sinto outra vez seu cheiro de flor;

A meiguice do seu sorriso inocente

A magia daquele olhar sedutor

Tão, fascinante e reticente.

 

Aos poucos os meus devaneios vão sumindo

E, as nuvens da realidade me despertam;

O nevoeiro dos sonhos vai partindo

Os encantos da noite já se dissiparam.

 

 

 

RESPLANDECENTE

 

No infinito brilha uma estrela

Que certa vez cintilou na minha vida

Resplandecente como uma centelha

De uma bela paixão vivida.

 

Ando a esmo pelas desertas ruas

Procurando lhe encontrar

Por entre os encantadores reflexos das luas

Que me ensinaram a lhe amar.

 

A brisa fria da noite desalinha meus cabelos

E me perco no tempo que passou,

Vejo que é inútil meus apelos

Nada para ser lembrado você deixou.

 

Relembro os acordes daquela maviosa canção

Que vinha no vento flutuando

E fazia morada no meu coração,

Que o seu amor ficava cultuando.

 

Mas tudo foi um sonho lindo de viver;

Um belo amor que se tornou proibido,

Que não teve forças para sobreviver

E foi pelo adeus preterido.

 

O firmamento sempre será o meu lugar;

Sua mística imagem me seduz

Quando encontro o seu olhar

Refletido na magnitude de um facho de luz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PORTO DAS RECORDAÇÕES

  

Hoje te contemplo e de longe

Vem um sentimento que me faz recordar

Aquele inocente olhar,

Quando nos encontramos

Pela primeira vez e fui envolvido

Pelo brilho das tuas estrelas.

 

As ondas esverdeadas do mar

Te rodeavam numa tênue calmaria

E as aves bailarinas das águas

Te cultuavam com a magica coreografia:

Dos místicos ciclos da natureza

Das manhãs; das tardes;

Das noites e madrugadas.

 

A brisa litorânea do entardecer

Emaranhava meus rebeldes cabelos

 E um ávido desejo de te encontrar

Outra vez, floresceu dentro de mim.

Já não sou mais aquele menino

Sofri com às transformações do tempo.

 

Mas, a tua imagem permanece gravada

Na retina do meu coração;

No reflexo das minhas lembranças

De um luar que me encantava

Quando descalço corria

Pela tua plataforma de embarque.

FUTURO INCERTO (CRÔNICA)

 

    Cada época tem às suas histórias, que são rabiscadas e se misturam a tantas outras escritas nos periódicos da vida. E que na maioria das vezes ficam num canto qualquer dos arquivos empoeirados do tempo. Amores que passaram e deixaram as suas marcas e que jamais serão apagadas, pois fazem parte do nosso eu, de uma felicidade que foi vivida e que nunca será esquecida. Outros nada fizeram para ser lembrados, pois foram apenas ilusões de sentimentos efêmeros que vivemos e que nos fez acreditar nas fantasias que habitaram nosso ser, botões que foram semeados nos jardins dos nossos sonhos, flores que murcharam ao longo dos nossos caminhos.

     Os ciclos do viver são reais e ao mesmo tempo incertos, não podemos jamais programá-los, pois eles giram rapidamente e a tudo transforma e a cada fase da nossa existência, as fotografias do ontem jamais serão as mesmas do amanhã, existirá sempre um novo semblante e a incerteza do encontro com as estradas a nossa frente. A cada instante um novo enredo é escrito, parágrafos e capítulos que se completam ao longo da nossa caminhada sem epílogo definido. Assim é nossa passagem por esse plano não sabemos quem somos, nem tão pouco de onde viemos, a missão que nos foi confiada tem prazo determinado para se encerrar, talvez, estejamos no início, meio ou quem sabe no fim, onde tudo termina. Daqui não levaremos absolutamente nada, apenas deixaremos saudades para aqueles com quem convivemos e que nos ensinaram a viver dentro de um universo de amor e harmonia, com os ditames desse mundo tão controverso, tão paradoxal, com as nossas vontades.

     A vida, é mesmo linda; maravilhosa; imprevisível e de curta duração é uma viagem que quando menos esperamos chega ao seu final. Por isso, se faz necessário, que a vivemos com toda intensidade; ame, chore, que o sorriso flua nos seus lábios, se banhe na neblina da chuva que refresca o seu corpo, sinta o perfume das flores da primavera, permita que o sol de verão mude a sua cor e que as folhas amarronzadas do outono leve às tristezas para longe do seu olhar. Deixe somente no seu coração o amor, pois ele é o único capaz de nos devolver a paz. Perdoe as injustiças que lhe fizeram, pois não sabemos como será o amanhã. A única certeza que temos é que um dia partiremos e que daqui nada levaremos, o que construímos em nossa permanência aqui, servirá apenas como referência para aqueles que continuarão a nossa missão, esperamos ter contribuído com o nosso legado para os que nos sucederão.

    Vivemos uma época difícil, onde os valores familiares foram desvirtuados pelos padrões de uma sociedade que manipula o intelectual de uma juventude que será a responsável pelo futuro da humanidade. O berço familiar, é, e continuará sendo de fundamental importância na formação das novas gerações.

    Cada vez mais os interesses políticos estarão voltados para os mais favorecidos que detém o poder econômica, uma elite egocêntrica, que determina às diretrizes mundial e que continuará sendo privilegiada.

DEVANEIO NOTURNO

 

 

Teu olhar me fascinou quando te contemplei

Talvez, tenha sido  por acaso,

Que na madrugada sonhei

Com duas flores brotando num lindo vaso.

 

Uma luz diferente emanava do teu semblante,

Eram como pérolas reluzindo

Num sorriso inebriante

E do  garimpo do amor refletindo.

 

Não sei se te encontrar foi uma ardente paixão,

Quem sabe? Um devaneio noturno,

Que se transforma numa tosca ilusão

Quando fecho os olhos e durmo.

 

Tu és a estrela do meu sonhar

Que brilha no meu inconsciente

E te vejo pelo meu mundo flutuar

E me aqueces com o teu corpo caliente.

 

Aos poucos vais sumindo

Tua imagem vai desaparecendo

Por entre um nevoeiro luzindo;

O sol no horizonte vem resplandecendo.

 

Partiste quando à manhã nascia

Deixando uma terna lembrança

Quando o amor no meu coração florescia

Com o brilho daquele olhar cor de esperança.

 

 

 

 

MAQUIAGEM DOS DISFARCES

 

 

Quando contemplamos o espelho

Do tempo descobrimos

Que já não somos os mesmos de antigamente

Que tudo passou tão rápido.

 

E que a vida é apenas uma viagem

Tão curta que não percebemos

Quando ela chega ao fim.

 

A maquiagem dos disfarces

Se desfaz como ilusão da juventude

Imagens destorcidas de um belo rosto

Aos poucos vão revelando a realidade

Que outrora foi um sonho lindo de viver.

 

Deixou em nossas faces os vincos;

As rugas que sinalizam a sua passagem.

A magia da transformação se realiza

E desencanta os nossos sonhos.

 

E uma lágrima chamada saudade

brota de um olhar que outrora

Foi brilhante como um raio de luar

Fonte de inspirações das maviosas poesias.

 

Então o vento entoa a suave canção da despedida

Que se propaga pela madrugada

Coreografada pelo balé  das estrelas cadentes.

OUTRAS DIREÇÕES

 

De tantas idas e voltas

Perdi-me nos caminhos da vida;

Nos seus retornos proibidos

Segui em outras direções.

 

Percorri o avesso dos meus sentimentos

Encontrei a dor da perda

Expermentei o gosto amargo da renúncia

De um prematuro adeus.

 

As flores que adornavam o jardim

Do meu coração murcharam

E suas pétalas se metamorfosearam

No aroma de uma infinita saudade.

 

Que foi à minha eterna companheira

Pelos bares das noites lindas;

De um luar boêmio que iluminava

As lágrimas que molhavam o meu rosto,

 

Quando a ausência se fazia presente

Nas minhas madrugadas de insônia;

No silêncio do meu pensamento;

Contemplava àquela estrela solitária.

 

Aos poucos o palco vai ficando vazio

A cortina do tempo vai se fechando

E os meus sonhos adormecem

No camarim da minha imaginação.

 

 

REGATOS FLÓRIDOS

 

 

Por acaso os caminhos da vida se cruzam

E as vezes os inesperados encontros

São para sempre e se eternizam

Como as peças encenadas nos teatros.

 

O viver é como a linha imaginaria do horizonte,

É navegar por um oceano desconhecido

E se banhar nas águas cristalinas de uma fonte

Que deságua nos regatos flóridos.

 

É o eterno sonhar com as belezas do futuro

Ver as rosas desabrochando ao amanhecer

Poder respirar o seu ar puro

Apreciar o brilho do sol ao nascer.

 

As luzes do tempo se acedem

E inesperadamente se apagam;

Sentimentos que transcendem

Aos sonhos que não se realizaram.

 

Sublime é o momento do amor

Quando aporta num coração

Carente que perdeu o seu fulgor

Num jardim repleto de ilusão.

 

Amar é uma dádiva divina

Tem uma especial essência,

Que resplandece e o espírito ilumina

No transcorrer magnífico da existência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CICATRIZES

 

 

No rosto as cicatrizes das ilusões

Que o tempo não apagou;

Das fantasias e suas seduções

Que no passado brilhou.

 

Um olhar perdido no vazio

De uma paisagem sem cores.

De um anônimo ébrio

Que recorda os seus amores,

 

Que passeiam pela às suas lembranças

Como as nuvens de algodão

Nas manhãs de louras tranças

Cantarolando uma linda canção.

 

 E pelo rosto escorre uma lágrima

Que não deu para ser contida

Ao recordar uma época que foi dourada

E jamais poderá ser esquecida.

 

Pois faz parte dos momentos lindos

Que a vida lhe presenteou,

Que foram intensamente vividos

Quando a paixão o seu caminho floreou

 

Com a flor mais linda de uma primavera

Que tinha o aroma da felicidade;

Que foi musa durante uma era

E depois se tornou saudade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SONHOS E FANTASIAS

 

Os amores que passaram pelas nossas vidas

São como as flores das primaveras

Que quando brotam são lindas

E quando murcham se tornam quimeras.

 

E o amor foi apenas uma ilusão;

O avesso dos puros sentimentos

Que deixaram cicatrizes no coração,

Apenas promessas e falsos juramentos.

 

Um sonho lindo que virou fantasias

Nas noites mágicas de luar;

contumaz desejos que outrora foram manias

Pelo sedutor prazer de amar.

 

Às vezes não se percebe as luzes da felicidade

E quando menos se espera elas se apagam;

Deixando apenas os reflexos da saudade

Que pelo tempo divagam.

 

O amor é assim maravilhoso ao nascer

Tem na face uma meiguice inocente

E quando parte nos faz sofrer

E já não é mais resplandecente,

 

 E se desfaz a mágica do seu encanto;

Da beleza de um sorriso lindo

Que deu lugar a um recorrente pranto

E o brilho dos olhares vai sumindo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A MENINA DA PRAIA

 

As luzes da tarde se acendem

Quando a menina loira da manhã

Se despede do tempo que vai passando

E deixa a cena principal do palco.

 

De tudo ficou um pouco, amores

Que nasceram outros que se foram,

Belezas ocultas na sombra de um olhar

Que o seu rosto iluminou.

 

Seus passos vão seguindo

Contemplando a beleza do mar,

Acariciada pelas espumas brancas

Que purificam o seu corpo.

 

Seu pensamento acorda na distância;

Retalhos de uma vida que passou

Que antigamente foi colorida

E que não deixou nada para ser lembrada.

 

Quando o sol começa a declinar

Vai surgindo no horizonte

 A nostalgia de uma precoce despedida,

Uma luz que no infinito se apaga.

 

E a menina da praia segue o seu caminho

Disfarçando o seu pranto com o orvalho da noite

E se encanta no firmamento.

LUZES DO AMANHÃ

 

O tempo passa levando as recordações

Que outrora foram lindos momentos

Bilhete molhado pela lágrimas das emoções

De anônimos sentimentos,

 

Que não poderiam ser revelados;

Dos sonhos e desejos proibidos

Que sempre serão lembrados

E jamais poderão ser esquecidos.

 

Marcas que ficaram no coração

E não podem mais serem removidas;

Perfume que deixou numa paixão

As essências dos amantes preferidas.

 

Botão que desabrochou na mais linda flor

No formoso jardim da vida;

Nos canteiros cultivado pelo amor

De uma bela história vivida,

 

E que ficará registrada num diário,

Escrito nas insônias das frias madrugadas

Ladeadas pelo lindo cenário

Das noites estreladas.

´

As luzes do amanhã sempre iluminarão

Os novos caminhos para o recomeço

Não se deixe levar pela desilusão

De um inevitável tropeço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NAVEGAR

  

Meu coração é como as velas de um barco

Que navega pelas marolas de um mar

Que inspira minhas poesias;

Escritas na magia das areias

 

 De suas praias nativas que me acolheram

Que banharam os amores

Que pela minha vida passaram

E me acalentaram no balanço das suas ondas,

 

Que me seduz e me leva pelo sopro

Da sua brisa feiticeira;

Do magnetismo do seu desconhecido

Onde repousam os meus segredos.

 

Meu coração é iluminado pelas estrelas

Que me guiam pelos caminhos incógnitos

E energizam o meu ser;

Quando a luz do meu olhar deixa de brilhar.

 

Assim vou navegando pelas correntezas

Incertas da vida sem destino,

Talvez, aportarei no mesmo cais

Onde certa vez desembarquei,

 

Com o meu coração transbordando

De sonhos e emoções

Numa linda noite de luar.

AMAREI

 

Eu sempre amarei

As minhas eternas recordações

Jamais esquerei

Aquelas lindas canções.

 

Em cada acorde relembrarei

Uma fase da minha vida,

Que nas noites estreladas sonhei

E que não pode mais ser vivida.

 

Meu olhar se perde na distância

Das estradas que trilhei,

Então, sinto saudades da infância,

Do seu cheiro de flor que sempre amei.

 

Dos meus cabelos de tranças;

De um tempo que já me pertenceu

E hoje, faz parte das minhas lembranças

Que no meu mundo floresceu.

 

Adormeço contemplando a madrugada;

Seu devaneio sua fantasia,

Sinto o afago da sua brisa perfumada

Acariciando meu rosto e me extasia.

 

E, assim seguirei meu caminho

Pois sei que nada mudará

Sempre estarei sozinho

Quando o amanhã chegar.