terça-feira, 15 de novembro de 2022

ÚLTIMO ADEUS (CONTO)

           

               Em nossas vidas nada acontece por acaso, talvez possa ser apenas uma coincidência do destino, mas não temos o poder ou a permissão para decifrar o que iremos encontrar no futuro, não nos foi revelado o conteúdo de suas páginas, apenas deveremos seguir um roteiro previamente determinado e viver cada dia como se fosse o último, pois não sabemos quando à nossa missão terminará.

              A Dinamarca é um dos países mais visitado da Europa, conhecido pelas suas belezas naturais e históricas. Nossa aventura começa na belíssima cidade marítima dinamarquesa de Skagen, situada no extremo norte da ilha de Vendsyssel, na parte mais setentrional da península da Jutlândia, possui lindas praias de águas claras e areias brancas. Onde os dois mares, Norte e Báltico se encontram.

              Parecia que o tempo não havia passado, Arne Ankar, 55 anos, corpo atlético, cabelos louros como os raios do sol, artista plástico renomado em todo continente Europeu, estava ali estático, contemplando a exuberante beleza da Ponta de Grenen, ponto de partida para se velejar com destino às encantadoras ilhas em alto mar. Foi ali que à sua vida se transformou por completo, já tinham transcorridos 15 anos desde o trágico acontecimento que dilacerou o seu coração para sempre. Desde então ele nunca mais conseguiu ser o mesmo de antigamente, embora deixando a sua cidade natal, Copenhague, e partindo para residir em Estocolmo, Suécia, o fez superar o trauma que se instalou em sua vida.

             21 de julho do ano de 2007, era uma manhã deslumbrante de verão, o sol derramava seus cachos dourados sobre as águas turmalinas daquele mar, que tanto o fascinava, o desafiava a velejar até as ilhas Faroés, na companhia de sua amada esposa, Sanne Eliasen e sua filha Helle Eliasen, era um sonho antigo que estava prestes a se realizar. Era algo sobrenatural navegar naquelas ondas multicores que se formavam com as suas místicas caricaturas. Soprava uma maviosa brisa litorânea, a luxuosa lancha, marca, Azimut 83 Yachs, design italiano, que foi batizada por Arne, com o nome, de Abode of Swans (morada dos Cisnes), parecia deslizar em um tapete azul. Tudo era maravilhoso, a sintonia com a natureza; o coral das aves marinhas entoando a canção da liberdade em seu voo livre, conduzia o barco por entre as espumas cor de marfim. Mas, toda essa quietude seria quebrada inesperadamente.

           O tempo foi mudando e a temperatura foi baixando, ao longe podia se ver as nuvens cinzentas encobrindo o brilho do firmamento. E, aos poucos ia se metamorfoseando. Não demorou muito para a catástrofe desenhada se tornar real. E o desespero tomou conta daqueles que naquele momento estavam no mar. Um verdadeiro dilúvio atingiu toda a costa dinamarquesa.

          Desesperado com o infortúnio do tempo, Ankar, apressou-se em colocar os coletes salva-vidas em sua esposa e sua filha, mas não deu tempo se proteger, pois logo em seguida foi levado pelas fortes ondulações. Após os pedidos de socorro emitidos por algumas barcaças que se encontravam avariadas e à deriva, apesar das condições climáticas desfavoráveis, as equipes de salvamento chegaram ao local, era um cenário desolador, algumas embarcações de maior porte, inclusive de outros países, que estavam navegando próximo ao sinistro fortuito já estavam trabalhando nos resgates. O oceano continuava agitado e chovia muito, o movimento das correntes marinhas, cada vez, mais forte era um fator preponderante que dificultava o socorro das vítimas.

          Hoje, ali estava, a comtemplar a beleza daquela exuberante paisagem, linda atraente como àquela manhã de verão. Aos poucos as lembranças iam se sucedendo em sua mente; os preparativos para viagem; a ansiedade acompanhada do desejo de desbravar o incógnito, tudo parecia ser real, o vento morno volvia os seus cabelos. Foi um verdadeiro milagre não ter morrido, pois mesmo sem colete conseguiu nadar até os destroços do barco, que flutuava e pode ser salvo por um pesqueiro norueguês que auxiliava nas buscas. Foi levado para o Amager Hospital, Copenhagen, Denamark, após seis meses lutando pela sobrevivência, recebeu alta.

          Então deu início a uma intensa procura pela esposa e a filha, mas sem resultado, pois não havia registros sobre elas, não tinham sido resgatadas e nem seus corpos localizados, provavelmente teriam sido arrastadas pelas correntes oceânicas, que na época eram muito violentas. Não foi fácil recomeçar, perdera o tesouro da sua vida; a sua família.  Os traumas decorrentes de um acidente são os mais dolorosos, pois sempre estarão associados à dor, ao sofrimento e às perdas físicas ou materiais.

          Arne Ankar, foi submetido a um intenso tratamento psicológico para retirá-lo do grave quadro de instabilidade emocional que estava acometido. E quando adormecia sonhava com Sanne e Helle, lhes tocando o rosto e dizendo, breve nos encontraremos, ao acordar o desespero tomava conta de si, pois tudo não passava de uma ilusão que sempre lhe visitava nas madrugadas. Não foi fácil a equipe médica que o atendeu no Centro de Psicologia Clínica e Psicoterapia, em Copenhague, utilizou os métodos mais avançados existentes na época, para pacientes com portadores de distúrbios ocasionados por perdas de ente familiar. Foram aplicados: Terapia Cognitiva comportamental e Hipnoterapia. Após avaliação dos psicólogos que o trataram, ele foi considerado clinicamente curado e liberado para enfrentar a dura realidade de reconstruí à sua vida.

         A primeira providência que tomou foi se transferir para outro país, pois para ele não tinha como continuar residindo no mesmo lugar, onde cada recanto lhe trazia as recordações dos momentos felizes, que viveu com os seus familiares, até tentou, mas não conseguiu. Mesmo assim precisava de uma vez por todas, ter forças para enfrentar a dolorosa decisão de retornar ao lugar onde tudo aconteceu, queria contemplar novamente; toda apoteótica beleza daquele mar; a bela coreografia dos pássaros traçando as rotas imaginárias rumo ao paraíso desconhecido, onde certa vez, tudo começou e inexplicavelmente terminou ali, no meio de um verdadeiro santuário ecológico. Ele precisava recomeçar a viver esquecer as amarguras vividas, mas para isso, precisava ter a coragem de retornar fazer do passado aquele momento presente e acenar para sempre num último adeus.

             Era uma tarde de primavera belíssima própria do continente Europeu de temperatura amena; campos verdes; árvores e flores florescendo deixando a paisagem mais iluminada. Havia chegado a hora da partida, Arne Ankar, contemplou a beleza do sol declinando no horizonte; e as lágrimas inundaram o seu rosto. Nunca mais voltaria aquele local que tanto lhe marcou.

            Quando já estava saindo, foi acometido por uma sensação estranha, que até então nunca tinha experimentado, ouviu vozes que lhe eram peculiares, mais não deu muito atenção, pois essa não era a primeira vez que tal fato acontecia. Olho em volta e foi então que percebeu, não era sonho eram imagens verdadeiras, ali estavam, Sanne e Helle. Não se lembra de mais nada, pois desmaiou. Foi levado as pressas para o Hospital de Pronto Socorro, Teres Hospitalet Parken. Onde foi submetido a uma bateria de exames e foi diagnosticado que ele tinha sofrido um enfarto Tipo 2, ocasionado por uma diminuição da irrigação sanguínea no músculo cardíaco decorrente de eventos graves: crises hipertensivas; pressão baixa e arritmia.

          Quando despertou estava no CTI, Centro de Terapia Intensiva, não entendeu o porquê de estar ali, foi então que perguntou ao Dr. Brandi Backer, Cirurgião Cardiovascular, que estava ao seu lado −, o que aconteceu? – Que lugar é esse? Foi então que o médico lhe explicou −, o Senhor teve um infarto do miocárdio, não se preocupe, pois está fora de perigo −, mais quem me socorreu perguntou, Arne Ankar?­ − Infelizmente essa informação eu não tenho, só o setor administrativo pode lhe responder. Somente foram autorizadas às visitas após 72 horas.

          Os dias e noites foram passando lentamente, finalmente Arne poderia receber visitas, mas quem iria visitá-lo, não conhecia mais ninguém naquela cidade. Foi então, que novamente apareceu o Dr. Brandi. − Senhor Ankar, temos visitas especiais, mas, tem de me prometer que não vai se emocionar? – Prometo, no pensamento de Arne, poderia ser as pessoas que tinham lhe socorrido para o hospital e não seria nada relevante.

          A porta do quarto se abriu e ele empalideceu, balbuciou algumas palavras que ninguém entendeu, as lagrimas fluíram abundantemente em sua face, ali estavam elas, tal como as via em seus sonhos, Sanne Eliasen e Helle Eliasen, elas se aproximaram chorando muito. Sanne foi a primeira a falar – amor se acalme não se emocione, pois não é bom para você, em seguida, foi a vez Helle – pai, estamos aqui, é verdade acredite.

           Arne Ankar recebeu alta e foi para o Radisson Collection Royal Hotel, Copenhagen, considerado o melhor da cidade, onde já se encontravam hospedadas à sua esposa e filha. E a história fantástica que ambos desconheciam foi relatada,  Sanne e Helle Eliasen, naquela triste tarde,  lutavam desesperadas para se salvarem, agarradas a uma das partes de um dos barcos naufragados, como estavam de coletes, tentavam de todas as maneiras permanecerem juntas, quando já não tinham mais forças; aconteceu o inesperado. Um navio cruzeiro que navegava na costa dinamarquesa com destino a Lá Coruña, na Espanha, as recolheu e por coincidência do destino, Sanne, tinha familiares residindo na localidade espanhola.

            Várias foram as tentativas de receberem notícias de Ankar, sem sucesso, pois as autoridades dinamarquesas, davam conta que ele não tinha sido localizado e que provavelmente teria perecido com os demais que não conseguiram sobreviver. Os anos iam se sucedendo, foi então que elas decidiram viajar à Dinamarca, para darem um último adeus, exatamente ao fazer 15 anos do fatídico acidente. Mas os propósitos divinos estão além da nossa capacidade de aceitar os fatos que acontecem em nossas vidas, sem nenhuma explicação lógica.

           

     

         

          NOTA DO AUTOR: Esta é uma obra de pura ficção qualquer semelhança é mera coincidência.

 

Autor – José Valdomiro Silva

 

 

             

 

           

             

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

CAMPOS MINADOS

 

Eu sem você não sou ninguém!

Meu olhar se perde no infinito a lhe procurar,

Vagueia por entre as estrelas e seguem

Sem conseguir lhe encontrar.

 

Caminho pelos campos minados

Dos meus ocultos sentimentos

De uma ardente paixão que nos deixou fascinados;

E  vou revivendo nossos momentos

 

Que foram marcantes e envolventes,

Como a magia dos primeiros encontros

Que com o tempo foram se tornando ausentes

Saudosos e cada vez mais efêmeros.

 

As luzes do passado já se apagaram

Mas o meu coração sempre estará iluminado

Pelo brilho dos seus olhos que na minha vida cintilaram

E certa vez me deixaram extasiado.

 

Continuarei a lhe buscar pelos atalhos

De uma imensurável saudade;

De um divino amor que se tornou retalhos

Levado pela airosa brisa da felicidade.

 

Adormeço nos braços das madrugadas

Berços das minhas emoções

E acordo nas manhãs abrasadas

E me reencontro com às minhas ilusões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 12 de novembro de 2022

SINTONIA DE ANTES

 

Tudo aconteceu de repente!

Se foi verdade eu já não sei,

Seu retrato ficou na minha mente

Sofri quando não mais lhe encontrei.

 

Nossos olhares não mais se fitaram

O silêncio marcou nossos semblantes

E os risos francos emudeceram;

Já não tinham a mesma sintonia de antes.

 

Seu vulto aos poucos foi sumindo

Por entre o nevoeiro de um precoce adeus,

E de seu mundo eu fui partindo,

Você levou consigo os sonhos meus.

 

Ficaram como lembranças suas palavras bonitas

Que certa vez falaram ao meu coração,

Sussurrando promessas que pareciam ser infinitas

Nos acordes daquela linda canção,

 

Que para você não deu tempo eu cantar

Pois você se foi no crepúsculo de um entardecer

Salpicado pela neblina das ondas de um mar

Que nos banhou nos momentos de prazer.

 

Eu pensei que o nosso amor era para a vida inteira

E que nada iria nos separar

Foi puro engano, tudo foi apenas uma paixão passageira,

Um botão de rosa que nunca chegou a desabrochar.

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de novembro de 2022

ILUSÃO PASSAGEIRA

 

 

Eu queria ter asas!

E poder voar para os seus braços,

Sentir a doçura dos seus lábios

E lhe amar como antigamente.

 

Aquecer-me do frio da solidão no seu corpo;

Apreciar o brilho das estrelas

Testemunha ocular dos nossos desejos

Nos entregando de corpo e alma.

 

Poder sentir o sopro daquela brisa perfumada

Assanhando nossos cabelos

Purificando nossos corpos com o orvalho

Das madrugadas profanas,

 

Que nos seduziu com o seu encanto

E transformou nossos sentimentos

Quando os nossos olhares se encontraram

E cintilaram com a chama ardente da paixão.

 

E magia dos amantes nos envolveu

E fez morada em nossos corações,

Mas, a vida é feita de escolhas

E seguimos derições opostas as nossas vontades.

 

Talvez, tudo tenha sido uma ilusão passageira,

Ou quem sabe um amor verdadeiro

Que não deu tempo conhecê-lo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

IMAGEM ESCULPIDA

 

 

Quando o tempo não mais me permitir

Contemplar as belezas da vida

E meus lábios emudecerem ao sorrir

Deixe no seu coração à minha imagem esculpida.

 

O encanto melancólico das tardes de verão

Ilumina os versos e rimas das minhas poesias;

Editadas  e arquivadas no acervo da minha inspiração,

Paragráfos e capitulos de sonhos e fantasias..

 

Fui um contumaz amante das trilhas das esperanças;

Dos incontidos desejos que uma suave brisa levou

E que se perderam pelos atalhos das lembranças;

Do brilho de um olhar de quem verdadeiramente amou.

 

E de repente tudo se foi numa revoada de sentimentos,

Como às pétalas das flores que esvoaçaram

Na levesa das folhas do outono flutuando aos ventos

Quando o passado e o presente se encontraram.

 

Momentos épicos que foram vividos

Na aurora das manhãs ensolaradas

Pelos caminhos sinuosos fúlgidos

Das sonolentas madrugadas enluaradas.

 

A saudade é uma chama ardente

Que nunca se apagará

Pois sempre estará viva na minha mente;

E no meu mundo para sempre viverá.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 15 de outubro de 2022

AOS PROFESSORES (CRÔNICA)

 

      Eu fui de uma época em que a Educação neste país tinha valor por parte das autoridades constituídas, e que seriamos a potência do século 21.  Eu sou daquele passado onde o professor era o expoente maior, dentro do cenário de ensino, deste belo, rico, gigante; chamado BRASIL.

     Infelizmente eu estou vivenciando um tempo em que o bem maior de um povo já não tem mais valor, nosso Sistema Educacional, está falido e cada vez mais sucateada por àqueles que em nome da democracia estão no poder, sepultando os sonhos de milhões de brasileiros, de ter acesso ao ensino digno e que tenha realmente como objetivo principal a excelência de sua qualidade.

       A cada ano as promessas se sucedem, mas não passam de redações previamente escritas e pronunciamentos demagogos nas mídias, que jamais irão se concretizarem, pois não é prioridade para a elite política, não é interessante para eles ter uma sociedade esclarecida e preparada para substitui-los no futuro. E assim, a nossa nação vai se arrastando na contramão do progresso em todos os seguimentos, especialmente o educacional, onde somos os piores do mundo.

   Parabenizo, a vocês pelo seu dia, meus queridos e amados professores, heroicos, desbravadores, mestres do saber, que mesmo sem terem às condições ideais para desempenharem tão rica missão continuam no campo de luta, horando o juramento feito quando da graduação no magistério de educador.

      Que à luz da sabedoria de cada um de vocês continue iluminando os caminhos da nossa população, instruindo e capacitando aqueles que tiveram o privilégio e dádiva divina de terem nascido em solo brasileiro.

      Que às bênçãos do mestre dos mestres estejam presentes e abundando na vida de cada um de vocês.

 

UM FELIZ DIA DOS PROFESSORES

CONFIDÊNCIAS

 

Há, se alguém soubesse!

Quantos segredos estão ocultos

No meu interior.

 

Talvez, chorasse comigo,

Lágrimas de uma imensa saudade

Dos tempos vividos que passaram

E, não voltam nunca mais.

 

E no silêncio da minha alma

Eles repousam adormecidos

Nas minhas eternas lembranças,

 

Do lindo amanhecer que contemplei;

Da poesia de um entardecer que passou

Por mim, enquanto aguardava

A magia do anoitecer chegar.

 

Sigo meus caminhos sem pressa de chegar

Cavalgo pelos campos verdes da esperança

Onde um dia deixei minhas marcas.

 

Trago comigo guardado na memória

O sussurro daquela declaração de amor,

Que fiz numa linda madrugada

Pra uma deusa que surgiu do nada.

 

São tantas confidências secretas;

Que existem na minha vida

Que somente o meu coração conhece.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

SOL DO AMANHÃ

 

Ontem, fui somente teu,

Amei-te como ninguém mais no mundo amou

Fui escravo das tuas vontades

Dos teus desjos de menina moça,

 

Que certa vez invadiu o meu coração

E me aqueceu com o teu calor,

E um sentimento inocente explodiu em meu peito

Quando os nossos olhares se encontraram.

 

E a doçura dos nossos lábios se tocaram

E o frenesi louco do prazer

Tomou conta do meu ser

Foi então que acordei para a vida.

 

Hoje, a neblina da distância nos separa,

O véu da solidão cobre os nossos rostos

E os nossos sonhos se perderam

Nas profanas madrugadas que vivemos.

 

Aquele firmamento de outrora parece ser o mesmo;

Tuas estrelas brilham na mesma intensidade

Da amplidão do infinito azul de antigamente,

Jamais esquecerei que nos amamos.

 

Sei que não estarei mais presente

Quando o sol do amanhã brilhar;

Levarei comigo a imagem de um amor

Que partiu para dá um tempo e nunca mais voltou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 9 de outubro de 2022

TESOUROS ADORMECIDOS

 

 

Os pensamentos são como as borboletas

Bailando por entre as roseiras da vida,

Que nos leva a divagarmos com o fascínio das violetas

Beleza singular pela natureza esculpida.

 

Assim são os tesouros da nossa mente;

Reluzentes como uma joia de raro valor,

Que nunca deixará de ser atraente

E tem a suavidade de uma pétala de flor,

 

Trazida pela maviosa brisa das lembranças,

Que ficaram flutuando pelos campos da imaginação

Espalhando o aroma das suas encantadas avencas

Que floresceram no jardim do coração.

 

As luzes da memória jamais se apagarão,

Pois eternamente estarão iluminando o futuro;

São reflexo do passado que para sempre ficarão

Cintilando no consciente puro.

 

É o despertar das emoções outrora vividas,

Que de repente surgem para acordar no presente

As recordações tórridas,

Que ficaram no tempo ausentes

 

São momentos divinos que das sombras ressurgem

E nos faz reviver o que nunca deveria ter sido esquecido;

É o recomeço de uma nova viagem

O reencontro com os sentimentos que estavam adormecidos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 1 de outubro de 2022

SEGREDO ADORMECIDO

 

Lá em cima daquela serra deixei cair

Um lenço branco que enxugou o meu pranto

Quando da sua vida tive que sair

Ali ficou o meu coração escondido num canto.

 

O meu segredo ficou adormecido

Por entre as flores do campo

De um secreto jardim nativo

Que floresceu com todo o seu encanto,

 

No desabrochar de uma bela primavera

Nas trilhas místicas das matas,

Que acolheram minhas quimeras

No tosco garimpo das suas ágatas.

 

E tudo ficou para sempre num paraíso distante

Onde meu olhar já não pode mais alcançar;

Adormecido numa serra brilhante

Deixando a saudade em seu lugar.

 

Aos poucos aquele tempo foi passando

E no vale das ilusões dos meus sentimentos

Cada vez mais  foram valsando

Pelos atalhos dos meus pensamentos;

 

E só então percebi que os amores passados

Não voltam mais, já não têm mais sentido,

Ficaram na distância enclausurados

No diário das lembranças adormecidos.