ADORO

 

Adoro o seu  jeito meigo de sorrir!

A doçura dos seus lábios de flor;

Seu rosto angelical de menina

Que em mim despertou o amor.

 

Adoro lhe encontrar nos meus sonhos!

Viver outra vez nossos momentos lindos

Acordar sentindo o aroma do seu corpo

Sentir o perfume das suas tranças negras.

 

Adoro escutar os acordes daquela canção!

Que nos embalou pelos caminhos da sedução

Banhar-me na fonte dos desejos

Da essência das suas cascatas cristalinas.

 

Adoro relembrar a ternura dos seus beijos!

Que marcaram nossos aventureiros encontros

Sob os raios prateados do coadjuvante luar

Das madrugadas que iluminaram nossas vidas.

 

Adoro folhear o álbum de fotografia!

Que ainda guardo na cabeceira

Da minha cama e reviver

O que não pode mais ser vivido

 

Adoro me encontrar com o tempo que passou!

Poder contemplar o brilho do seu olhar;

Caminhar pelas desertas ruas do meu pensamento

E no silêncio da ausência, abraçar a saudade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FRAGMENTOS DAS LEMBRANÇAS

 

Vejo os fragmentos das minhas lembranças

Passando por mim numa nuvem de pétalas,

Trazidas pela brisa dos amores

Que certa vez adormeceram nos meus braços,

 

E foram o brilho dos olhares que iluminaram

Os atalhos floridos do meu coração

E despertaram em mim o desejo de amar

E então verdadeiramente amei.

 

Amei aquele sorriso anônimo que emoldurava

Um lindo rosto que por acaso contemplei  

Quando caminhava pela passarela das ilusões

E que me enfeitiçou com o seu jeito meigo

 

De menina mulher acordando para vida,

Como as flores que despertam na primavera

Bailando na magica coreografia do vento

Espraiando seu cheiro pelo ar.

 

E lá se vou, eu, tentando me reencontrar

Procurando na latente recordação

Dos inesquecíveis momentos vividos;

Paro na encruzilhada das minhas recordações,

 

E na sucessão das minhas imagens

Vejo no reflexo do meu corpo

As marcas que o tempo deixou

Presente na sua dicotomia;

Que jamais serei o mesmo de antigamente.

 

 

 

 

 

 

 

VOU POR AÍ AFORA

 

Vou por aí afora levando meus sentimentos

Deixando parte de mim pelos caminhos,

Lembranças dos meus momentos

Que marcaram meus tempos lindos;

 

Das insônias boemias das madrugadas

Companheiras e cúmplices das paixões

Que nasceram nas noites enluaradas

E me fizeram ébrios das ilusões.

 

Minha vida, vida minha! Vai passando;

Escuto seus  sussurros na voz do vento,

Vejo as estrelas no azul do céu brilhando

Meus passos ecoam pelo meu pensamento.

 

E os acordes de uma maviosa canção

Desperta as recordações adormecidas

No silêncio do meu coração

Do profundo sono das minhas melancolias.

 

Você surge radiante como antigamente

Valsando pelos tablados da juventude

Com a sua aura incandescente

Brilhante em toda a sua magnitude.

 

Contemplo o espelho da minha vida

E lhe encontro nas linhas da maquiagem

 Que delineiam minha face cingida

Pelas rugas de uma nova imagem.

 

 

 

 

 

 

 

 

SIMPLISMENTE, AMORES

 

Amores que de repente aportam

No porto do nosso coração;

Que invadem o nosso ser

E nos faz escravos das suas vontades.

 

Amores que nos conquistam com os seus encantos

Que nunca nos deixam, pois são eternos,

Que sempre serão o melhor dos nossos sonhos

Que vivem sempre presentes nas nossas saudades.

 

Amores que se foram, levados pelas asas do tempo,

Num torvelinho de pétalas que o vento

Levou para os vales das lembranças

Dos momentos lindos que foram vividos.

 

Amores de um aroma indefinido,

Que nos purifica com a sua essência divina;

Dos puros sentimentos que são imortais

Que surgem nos brilhos dos anônimos olhares.

 

Amores fascinantes como a magia do luar;

Coadjuvantes dos romances proibidos

Que nasceram dos encontros casuais

Dos corpos e almas que se tornaram amantes.

 

Amores envolventes que não são temporais

São sublimes, ardentes como as chamas

Dos desejos que nunca se apagarão.

CONTUMAZ APRENDIZ

 

Eu sou um contumaz aprendiz

Que ama as flores que um dia

Floresceram no jardim da minha vida,

Cultivei cada botão que desabrochou

 

No canteiro secreto do meu coração.

Fui um pertinaz amante dos olhares

Que em comum me fascinaram;

Que despertaram em mim um singular desejo

 

De amar as desconhecidas aventuras

Dos amores sem tempo ou idade que me marcaram

Com à sua incondicional pureza

Na doce magia de um proibido encontro.

 

Das cintilantes lantejoulas das rendas bordadas

Que cobriam os esculturais corpos

Valsando pelos bailes de um tempo

Que foi lindo demais vivê-lo,

 

Que passou e deixou suas marcas esculpidas

No meu adormecido pensamento;

Na leveza de tantas lembranças

Que de vez em quando me fazem chorar

 

Ao recordar as minhas amadas borboletas

Guiando-me por entre os espinhos

Das cicatrizes que o amor me deixou.

REENCONTRO COM O TEMPO

 

Vejo a sua imagem perambulando

Pelos meus sonhos;

De um tempo que foi lindo vivê-lo

Seus cabelos esvoaçando ao vento.

 

De repente me encontro contemplando

Aquela paisagem que certa vez me fascinou,

E acreditei no brilho de uma ilusória fantasia,

 

Desfilando pela passarela da minha vida

Com o seu corpo de menina moça

Bailando para uma plateia iluminada

Pela emoção de contemplar seu mavioso sorriso.

 

Vislumbrei naquele inocente olhar

Todo encanto da sedução dos amores,

Que surge em meio ao brilho das estrelas

Que cintilam no infinito azul do firmamento.

 

Mas, você me deixou sem dizer adeus,

Se foi em meio os reflexos celestes

Partiu para abrilhantar outros mundos

Levou consigo parte de mim;

 

Um coração amante que se perdeu

No vazio que ficou nas palavras que não foram ditas

Nas incontidas lágrimas que não consegui

Secar quando rolaram pelo rosto.

MUSA DA ARTE

 

Ontem tentei lhe encontrar

Por entre as estrofes das minhas poesias

Revi os meus versos e rimas

Mas onde você estava?

 

Talvez, em algum lugar das lembranças

Cavalgando comigo pelas minhas insônias;

Pelos virtuais caminhos do meu pensamento

Esperando-me numa esquina qualquer da vida.

 

Encontrei-a nas palavras adormecidas

Nas aconchegantes manhãs de inverno

Que me agasalhavam com os desejos

De me abrigar do frio da solidão;

 

Nas frívolas noites de outono

Que me fascinavam com a sua mudança

De roupagem renovando a natureza

Com a doce magia da transformação;

 

Nas ardentes tardes de verão

Que me aqueciam com o calor da vida

Que umedeciam o meu corpo

Com a seiva da sua transpiração;

 

Na ternura da brisa das madrugadas de primavera

Que aromatizavam os meus sonhos

Com as suas flores noturnas

Que me fascinava sob a luz do luar.  

 

 

 

 

 

 

VIAJANTE DAS EMOÇÕES (SONETO)

 

Sou um viajante das emoções!

Das proibidas paixões

Que acreditei que eram verdadeiras

No entanto, me enganei, eram passageiras

 

Como a suave brisa que sopra dos montes;

Assim, são os sentimentos dos amantes,

Momentos lindos que são vividos

E inesperadamente são esquecidos,

 

E ficam adormecidos pelas estradas da vida

No silêncio de um adeus sem despedida,

De tudo fica um pouco para ser lembrado.

 

Guardo na lembrança o brilho daquele olhar

Que em mim despertou o desejo de amar

Numa noite mágica de firmamento enluarado.

 

MINHAS IMAGENS

 

Quando anoiteceu fechei meus olhos

Adormeci na relva do tempo

E vasculhei o meu mundo

Revivi cada instante da minha vida.

 

Então me reencontrei com as minhas imagens

Flutuando pela beira mar de uma praia deserta,

Parecia feliz contemplando a pureza daquele mar

Suas mansas ondas desfaziam minhas pegadas

 

Com as suas brancas espumas como antigamente.

Enxuguei o pranto que marejava  no meu olhar

Ao contemplar o esplendor do por do sol

Senti o frescor daquela brisa desaliando meus cabelos.

 

Era o descortinar dos sonhos do passado

Dando passagem a realidade do presente,

Vivi tudo outra vez, como se não existisse o amanhã,

Vi os momentos felizes que estavam adormecidos

 

Despertarem para o invisível mundo das lembranças;

Senti o mavioso cantar dos pássaros

Anunciando o nascer de um novo amanhecer,

E do meu coração brotaram as flores da saudade;

 

Dos amores que nasceram sob os raios do luar

E se foram quando a aurora desfez o encanto

Das luzes, das fantasias, dos romances proibidos.

Aos poucos fui percebendo que era apenas um sonho,

As lágrimas rolavam pelo meu rosto

E, eu chorei por tudo que passou e não vivi.

 

 

 

 

SENDAS DOS CAMINHOS

 

Meu olhar se perde na distância

No meu coração você continua ausente,

Demora que só aumenta a minha ânsia

De tê-la em meus braços novamente.

 

Sei que você partiu numa linda noite

Ladeada por uma revoada de pétalas;

Numa suave brisa que a levou num açoite

E no  firmamento a transformou em estrelas.

 

Nas maviosas noites de verão

Tentei lhe encontrar por entre as lembranças,

Só então percebi que tudo foi ilusão

Um casual encontro das minhas andanças.

 

Pelas sendas dos caminhos da vida

Vou tentando esquecer o que passou;

Tendo como companheira a despedida

De um  sentimento que outrora brilhou

 

Nos sonhos que nasceram nas madrugadas,

Embalados pelos acordes das canções

Pelos ébrios boêmios cantadas

Escritas sob a luz dos lampiões.

 

Mas, que fazer se verdadeiramente lhe amei

E acreditei na ficção de um amor ardente;

Emoção que senti quando lhe beijei

 E que aos poucos foi se tornando ausente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TEMPLO DA VIDA

 

Por traz da alegria do meu sorriso

Existe um coração que chora;

Um olhar perdido tentando reencontrar o paraíso

Que não mais dentro de mim mora.

 

Procuro encontrar no cintilar das estrelas

 O brilho da felicidade que refletia no meu olhar;

Que iluminava minhas noites belas

Enfeitiçado pela magnitude de um lindo luar.

 

Por onde andam as princesas do meu jardim

Que deixaram no meu corpo o perfume das suas flores

E uma saudade eterna no meu camarim

Que ficou na ausência dos meus amores.

 

Para mim a emoção de viver é uma doce magia,

Que deixa suas marcas pelas minhas caminhadas

E me brinda com à sua nostalgia

No acalanto das suas meigas madrugadas.

 

Sou um viajante das trilhas desconhecidas

Que me despertam nos desafios do amanhecer;

Revivo minhas lembranças adormecidas

Momentos vividos que não posso esquecer.

 

E assim vou vivendo, o meu tempo,

A cada instante suas nuances referencio,

Nas vitórias procuro o meu alento

E no templo da vida cultuo meu silêncio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NUNCA ESPERE

 

Nunca pense que o tempo vai lhe esperar

Ele é como as borboletas ilusionistas

Que nas belas manhãs lhe faz sonhar

E traz as lembranças das lindas conquistas.

 

Deixe que ele lhe guie até o infinito

E lhe leve bailando pelos palcos da vida

No levitar do seu trânsito indômito

Despertando a sua magia adormecida.

 

Maquiador das imagens de felicidade

Que aos poucos vão passando,

Deixando no presente uma saudade

Dos corações que adormeceram se amando.

 

Das noites lindas de luar que lhe acolheu,

Que lhe cobriu com o cobertor da sedução

Quando nos seus braços adormeceu

E lhe banhou com a seiva da paixão.

 

Seus caminhos são invisíveis e transitórios

Flores e espinhos são seus adereços;

Sentimentos puros que se tornaram ilusórios

E se vão flutuando pelos destinos avessos.

 

O tempo é mesmo assim, nunca é percebido,

É uma essência que logo perde o seu aroma

De comportamento imprevisível e fúlgido

Belo e elegante como o voo de uma paloma.