Às vezes paramos para refletir e no incontido desejo de reviver as coisas belas que deixamos espalhadas pelas trilhas que construímos em nossas caminhadas, folheamos parte do livro da nossa existência que escrevemos, somos personagens de tantas cenas e atos que interpretamos no magnífico teatro da vida, em cada palco um show diferente.
São textos produzidos que relatam parte
da nossa história. Parágrafos e capítulos inconclusos que se sucederam a tantos
outros que julgávamos sem importância e que ficaram esquecidos na biblioteca do
tempo empoeirados pelos detalhes que marcaram os trajetos pragmáticos entre o
abstrato dos sonhos e o concreto da realidade.
No intrínseco do nosso ser guardamos
tesouros que somente os olhos da alma podem enxergá-los, pois são sentimentos
que transcendem a razão; são imensuráveis, lapidados pelo espírito que habita em
nós.
Navegamos pelo finito momento presente, tão
atraente, sua sutileza nos domina e nos conduz pelos seus atalhos, tão fugazes,
como o intrépido vento que embala as ondas dos mares, brilhante como as
estrelas que cintilam no firmamento.
Na infinita passarela do amanhã não
temos presença garantida, não sabemos se seremos convidados para desfilar no
iluminado templo do futuro. Não temos acesso aos seus camarins, não podemos
conhecer as nuances dos seus bastidores.
O descortinar das lembranças é como a
neblina que aflora transformando a
paisagem da natureza, por trás do seu nevoeiro sempre existirá uma página em
branco sem índice, pois a nossa estadia neste mundo é apenas uma sinopse da
nossa obra literária.
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